Um dos locais que mais encanta os turistas que vão para a
Amazônia é o ponto onde se encontram as águas barrentas do Rio Solimões com as
águas escuras e transparentes do Rio Negro. A poucos quilômetros de Manaus,
têm-se a impressão que dois mares – um de tinta branca e outro de tinta negra –
teimam em não se misturar.
O que pouca gente sabe, porém, é que a região é repleta de
encontros entre rios de cores diferentes, e que o tom da água pode definir as
espécies de peixes e de plantas que vivem por ali. Segundo o pesquisador Bruce
Forsberg, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), há três tipos
básicos de rios na Amazônia: os rios de águas brancas, águas negras e águas
claras.
Águas brancas (Rio Juruá)
Os rios de água branca, como o Solimões, são os que nascem
em lugares muito montanhosos. “Tem que ter relevo na cabeceira. O Juruá e o
Purus, por exemplo, têm cabeceira nos Andes. A coloração barrenta da água vêm da terra que
esses rios arrancam das montanhas quando descem. A coloração “suja” da água não
significa que ela não seja apreciada pelos peixes. Junto com o barro, muitos
nutrientes ajudam plantas a crescerem no leito do rio, alimentando os animais
aquáticos. “Os bagres migradores, por exemplo, desovam na cabeceiras dos Andes.
Eles vivem nos rios de água branca. O rio Juruá é um rio que nasce no Peru e que banha os estados do Acre e Amazonas, no Brasil.
Águas negras (Rio Negro)
Já nos rios de água negra ocorre o inverso. Eles nascem em
locais baixos, e não levam sedimentos. “Eles passam por áreas com solos
encharcados e áreas alagáveis. Isso tem muito na bacia do Rio Negro. São áreas
que têm muito material orgânico. Alguns animais são exclusivos desses tipos de
águas. “O [peixe] cardinal, por exemplo, só é encontrado no Rio Negro.” Quem
mora na Amazônia – e principalmente quem viajou para lá – percebe um fenômeno
interessante nos rios de água negras: eles têm menos pernilongos. Segundo o
pesquisador do INPA, isso ocorre porque as águas têm menos nutrientes, e não
fazem muito o gosto dos insetos. O rio Negro é o mais extenso rio de água negra do mundo, e o segundo maior em volume de água — atrás somente do Amazonas, o qual ajuda a formar. Tem sua origem entre as bacias do rio Orinoco e Amazônica.
Águas claras (Rio Xingu)
Em menor número, mas muito apreciados por suas belas praias,
são os rios de águas claras. Eles nascem em locais de pouco relevo, e passam
por poucos locais alagáveis. Isso faz com que a água seja límpida. É o caso do
Rio Tapajós e do Xingu. O rio Xingu nasce em Mato Grosso, ao norte da região do planalto Central, na união entre as serras do Roncador e Formosa
ENCONTRO DAS ÁGUAS
Na Amazônia, é possível observar vários encontros entre rios
com águas de coloração diferente.
Além da famosa confluência do Rio Negro e Rio Solimões ( Negro com Branco)
Também se pode ver o encontro do Tapajós com o Amazonas
(claro com branco)
Dependendo da época do ano, podem ser necessárias centenas
de quilômetros para que as águas se misturem totalmente. Isso ocorre porque os
rios são calmos e muito grandes. Um afluente pequeno se mistura poucos
quilômetros rio abaixo.
Referências bibliográficas
Globo Amazônia
Wikipedia
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