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terça-feira, 12 de setembro de 2017

BESOURO

Os besouros pertencem ao Filo Artropoda, Classe Insecta, Ordem Coleoptera. São facilmente identificados pela presença dos élitros, o primeiro par de asas bem resistente de consistência coriácea ou córnea que protege o segundo par de asas que são membranosas. Algumas espécies têm importância agrícola com espécies fitófagas que são consideradas praga e também espécies predadoras utilizadas para o controle de outros insetos, ou seja, importantes no controle biológico.



A ordem Coleoptera compreende todos os insetos conhecidos popularmente como besouros: joaninhas, serra-paus, escaravelhos, vagalumes e gorgulhos estão entre os mais conhecidos neste grupo. É a ordem animal com o maior número de espécies descritas, mais de 350.000.
Apesar de sua enorme diversidade morfológica são facilmente reconhecidos pela sua aparência "cascuda", principalmente por causa dos élitros, um par de asas rígidas que protegem as asas delicadas usadas para o voo, salvo raríssimas exceções de indivíduos que não possuem asas. 
Coleoptera vem do grego koleon (κολεον) que significa estojo e ptera (πτερα) que significa asa. São insetos de metamorfose completa, ou seja, passam pela fase de larva, pupa e adulto.
A dieta é muito variada: folhas, madeira, outros insetos, pólen ou carne em decomposição. A larva constrói um nicho, transforma-se em ninfa. Só depois de três anos a ninfa do besouro vai-se transformar em inseto adulto. A maioria vive apenas o tempo necessário para reproduzir. Alguns insetos não possuem aparelho digestivo quando adultos: vivem só alguns minutos ou horas, quando muito, não havendo sequer tempo de se alimentarem. Cumprida a função de reprodução, morrem logo em seguida. Embora pareça curioso, sua fase adulta desempenha apenas essa função.


Estes recordistas mundial, apesar de aparência intimidadora  são inofensivos, pois não morde nem pica.

O besouro Gigante da Amazônia (Titanus giganteus)
O maior inseto do mundo, podendo chegar a 22 cm, sem contar o tamanho das enormes antenas que possuem.. É o maior de todos os besouros conhecidos pela Entomologia, e figura entre as maiores espécies de insetos do mundo. Seu habitat são as florestas tropicais localizadas ao norte da América do Sul, especialmente na região norte do Brasil, nas Guianas e na Colômbia, Equador e no Peru. Costuma se dizer que suas grandes mandíbulas são fortes o suficiente para cortarem um lápis de madeira. Isso se dá por que esta família de besouros chamada "Cerambycidae" (cujas espécies são conhecidas popularmente como "serra-paus") se utiliza dessas grandes mandíbulas para cortarem galhos de árvores onde as fêmeas depositam os seus ovos. Os indivíduos adultos não se alimentam, vivendo à custa das reservas de energia adquiridas durante sua fase larval. Durante a fase adulta, cuja duração é apenas algumas semanas, buscam um parceiro para reproduzir-se.

O besouro Hércules (Dynastes hercules)
Habita os bosques tropicais e equatoriais da América Central e do Sul. Os machos adultos chegam à alcançar 17 cm de comprimento incluindo o seu enorme chifre torácico. Tem dimorfismo sexual, pois o macho possui chifres e o seu corpo é maior que a fêmea, que é pequena e não tem chifres. Considerado como sendo o animal, dentre todos os seres vivos, mais forte do mundo, podendo levantar 850 vezes o seu próprio peso, isso equivale a um homem levantando 15 elefantes ao mesmo tempo. O estado larval deste besouro tem uma duração de um a dois anos, no qual a larva alcança um tamanho de 110 mm e pesa aproximadamente 120 gramas. Em grande parte do tempo, a larva vive perfurando a madeira em decomposição, que é sua maior fonte de alimento. Após esse período a larva se transforma em pupa, onde ocorre a metamorfose da qual emerge o besouro adulto, que se alimenta principalmente de frutos caídos no solo da floresta.

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O besouro Serra-Pau Macrodontia cervicornis
É o maior e mais conhecido representante do gênero de besouros Macrodontia. Costuma se referir a esta espécie como o segundo maior coleóptero do mundo, perdendo apenas para o Titanus giganteus. A espécie pode chegar a medir o total de 17 cm de comprimento, entretanto não ganha o título de maior besouro pelo fato de que estas medidas incluem também o comprimento das longas mandíbulas (para os especialistas, o tamanho das antenas ou das mandíbulas não deve constar nas medidas do comprimento do inseto). O besouro possui uma série de desenhos irregulares sobre seus élitros, muitas vezes lembrando desenhos tribais, algo que o faz possuir uma beleza única. Infelizmente também o faz uma vítima do risco de extinção, devido ao fato de ser uma espécie muito cobiçada por colecionadores. A maior parte da vida desta espécie é gasta na fase larval, que pode durar até 10 anos, enquanto sua fase adulta é provável que dure mais do que alguns meses, quando se dispersam e reproduzem. A fêmea põe os ovos sob a casca de árvores mortas ou árvores de madeira macia que estejam morrendo e, quando nascem, as larvas criam imensas galerias de mais de um metro de comprimento e 10 centímetros de largura. Além do Brasil, a espécie ocorre na Colômbia, Peru, Bolívia e Equador.

CUIDADO: PODEROSOS E PERIGOSOS

Piolho do Diabo, o que queima - Paederus irritans
Conhecido como Potó - termo oriundo do tupi- é a designação comum a várias espécies de coleópteros do gênero Paederus, especialmente o Paederus irritans. Seu principal interesse para o meio humano é a existência de toxinas em sua hemolinfa, dos quais se destaca a pederina, capazes de provocar sérias lesões na pele, chamadas de pederismo. Recebe a denominação vulgar no Brasil de potó, trepa-moleque, piolho do demônio. No Peru recebe os nomes de aranha de drácula ou balalus. Os potós não possuem um órgão excretor das substâncias irritantes, elas causam a reação apenas quando o inseto é amassado junto à pele, acidentalmente. Nunca dê um tapa neste inseto sobre sua pele, retire-o vivo do seu corpo. Pequeno media de 1cm, é muito confundido com uma formiga.

O Vampiro, sugador de sangue - Triatoma infestans
Conhecido como Bicho-barbeiro. São hematófagos e têm hábitos noturnos. Os barbeiros são insetos conhecidos das populações rurais de várias regiões do Brasil. Existem mais de 100 espécies de barbeiros. Algumas vivem somente na mata, mas outras se adaptaram totalmente às casas. Geralmente seu corpo é preto ou acinzentado, possuem manchas vermelhas, amarelas ou alaranjadas ao redor de seu abdômen, mas se incha quando se alimenta do sangue. Costumam viver em habitações humanas, principalmente nas casas de pau a pique (feitas de barro e madeira) devido ao fato destas casas geralmente possuir frestas nas paredes onde o barbeiro pode se esconder. Pode chegar a 3cm.


OS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA
O Bonitinho e protetor - Cycloneda sanguínea
Os besouros da família Coccinelidae tem muitas espécies predadoras de pulgões, cochonilhas que são insetos considerados pragas de roseiras e citrus. Assim, desempenham um importante papel no Controle Biológico desses insetos. Como exemplo, temos a joaninha Cycloneda sanguínea da família Coccinelidae . É uma espécie de joaninha com corpo arredondado, muito conhecida por apresentar élitros vermelhos, sem manchas. Na cabeça tem manchas negras em uma área clara que se assemelham a olhos. É comum em jardins, predando pulgões de roseiras. Seus ovos são amarelos e longos, suas larvas passam por quatro estágios ninfais antes de tornarem-se adultas e muitas vezes são confundidas com pragas da roseira. Em laranjeiras, são predadoras de cochonilhas.

O Destruidor - Tribolium castaneum
Há um grande número de besouros que são considerados pragas agrícolas e outras que atacam os grãos armazenados, livros e cabos de chumbo de linhas telefônicas. Como exemplos temos o besouro Castanho (Tribolium castaneum), um besouro de coloração marrom avermelhada, que mede entre 2,3 a 4,4 cm de comprimento. Apesar do pequeno tamanho, vivem até 4 anos e podem ser responsáveis pela perda total de armazéns em todo o mundo pois ataca todos os tipos de cereais moídos como farelo, rações, farinhas, fubá e também raízes de gengibre, frutos secos, chocolate, nozes, grãos de leguminosas. Este pequenino tem grande importância econômica. 

O ENCANTADOR

A estrela que nasceu para brilhar - Phrixothrix hirtus
Os vagalumes e pirilampos são insetos que encantam muitas crianças. São animais bem pequenos, medindo entre 10 e 20 milimetros, diferenciando entre macho e fêmea.  O grande atrativo do vagalume é por emitirem uma luz, que serve como atrativo sexual. Sua luz  é obtida por uma reação química de oxidação da luciferina com água sob a ação da enzina luciferase, produzem oxiluciferina e raios luminosos. Tanto machos quanto fêmeas têm capacidade de bioluminescência. Esses besourinhos podem ser classificados em três famílias: 
  • os lampirídeos, ou pisca-pisca, que têm estágio larval de cerca de um ano, no qual se alimentam de caramujos, e fase adulta, que dura apenas um mês; 
  • os elaterídeos, conhecidos como besouros tec-tec, cuja larva, que se alimenta de insetos, dura até dois anos, e o adulto até dois meses;
  • os fengodídeos ou larvas trenzinho, que são os vaga-lumes mais raros, encontrados apenas na América do Sul, além de produzirem luz verde-amarelada por fileiras de lanternas ao longo do corpo, são os únicos que produzem luz vermelha, localizada na cabeça. A larva, que se alimenta de piolhos-de-cobra, dura dois anos e o adulto, em média, uma semana. “Estes resultados correspondem aos insetos criados em laboratório”

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