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quinta-feira, 7 de junho de 2012

BESOURO

Coveiros da natureza. Quando um bicho do mato morre, os besouros-carniceiros vão ao trabalho
  

A vida de um organismo costuma ser dividida em quatro fases: nascimento, crescimento, reprodução e morte. Após a morte, o ser vivo será consumido aos poucos por diversas criaturas – como fungos, bactérias e animais – chamadas necrófagas, palavra de origem grega que significa “que come os mortos”. Parece nojento, mas a atividade dos necrófagos é fundamental para o equilíbrio da natureza, pois promove a reciclagem de nutrientes da cadeia alimentar. Os besouros do gênero Coprophanaeus formam um grupo interessante de besouros-carniceiros. Ao encontrarem um animal morto, usam as pernas e a cabeça para arrancar pedaços de carne, que são usados para alimentar suas larvas.


A origem da palavra “besouro” gera discussões entre os especialistas. Na língua portuguesa do séc. 13, esses animais eram chamados de “abesouro”. Uns acreditam que o termo tenha surgido de “abejorro” (do espanhol que significa “abelha grande”), talvez por causa do zunido que produzem enquanto voam. Outros acham que “abesouro” vem de “avis aurea” (do latim que quer dizer “ave de ouro”), já que no sul da Europa são comuns espécies desses insetos com cores metálicas, inclusive com reflexos dourados.  Não é apenas o hábito alimentar desses besouros que é curioso, mas seu nome também.Coprophanaeus é formado por duas palavras gregas, copros (“fezes”) e phanaeus (“aquele que traz a luz”). Mas o que esses bichos têm a ver com cocô e luz? Existe um gênero de besouros chamado Copris, que ganhou este nome justamente por suas espécies se alimentarem de excrementos. Já outro gênero, cujas espécies geralmente possuem cores metálicas reluzentes, foi batizado de Phanaeus. O nome Coprophanaeus nada mais é que uma mistura de Copris e Phanaeus, para indicar sua semelhança com as espécies desses dois gêneros.
Cerca de 40 espécies de Coprophanaeus são conhecidas atualmente, habitando o sul da América do Norte, a América Central e, principalmente, a América do Sul. Metade delas vive no Brasil.
  

Encontrados em ambientes com vegetação nativa de todo o Brasil, os besouros-carniceiros variam bastante na forma e cor de seu corpo. Com a carne de animais mortos, eles fazem bolinhas cobertas de terra, que são distribuídas em câmaras que constroem no subsolo. Em cada bolinha é depositado um ovo, e, assim que a larva nascer, terá alimento suficiente para garantir seu desenvolvimento. Algumas, com cores negras, lembram espécies do gênero Copris. Este é o caso de Coprophanaeus cerberus (nome que faz referência ao cão monstruoso que vigiava a entrada do reino subterrâneo dos mortos, na mitologia grega), Coprophanaeus degallieri (batizado em homenagem ao pesquisador francês Nicolas Degallier) e Coprophanaeus parvulus (“muito pequeno” em latim, pois é uma das menores espécies do gênero). Outras espécies, à semelhança de certos besouros do gênero Phanaeus, têm uma linda coloração brilhante que parece feita de metal ou pedras preciosas. Alguns exemplos são Coprophanaeus pessoai (homenagem ao pesquisador Samuel Pessoa), Coprophanaeus saphirinus (“de safira”, em latim) e Coprophanaeus thalassinus (“verde-marinho”, em grego). Enquanto a maioria das espécies de Coprophanaeus mede de 1 a 3 centímetros, algumas podem atingir 5 centímetros de comprimento. Além do tamanho avantajado, elas possuem enormes chifres na cabeça que são usados durante lutas, os quais lhes renderam nomes como Coprophanaeus lancifer (maior espécie do gênero), Coprophanaeus ensifer e Coprophanaeus bellicosus, que, em latim, significam “portador de lança”, “portador de espada” e “preparado para a guerra”, respectivamente. Vai encarar?

FONTE: http://chc.cienciahoje.uol.com.br

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