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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

ESCORREGAMENTO

Os escorregamentos são um dos maiores desastres do Brasil. O fenômeno ocorre quando o material, que pode ser terra ou rocha, que está na parte alta, vai para baixo, puxado pelo movimento gravitacional. Isso acontece porque a tendência do planeta é aplainar os terrenos.




DESLIZAMENTOS QUE MATAM
O roteiro é conhecido. De repente, toneladas de solo, rochas e troncos de árvores, acompanhados do som que lembra um trovão, deslizam do morro. Pelo caminho, arrasam construções, soterrando e matando pessoas e animais. A repetição dessas catástrofes no Brasil, durante o verão, parece sempre uma tragédia anunciada. As autoridades, pegas de surpresa, atiram a responsabilidade sobre os próprios fenômenos naturais, como se a chuva fosse algo anormal ou as rochas do morro estivessem todas enfeitiçadas, carregadas de uma estranha má intenção. Os cidadãos, enlutados e estupefatos, perguntam se essas tragédias poderiam ter sido evitadas e com isso pode ser feito. 
Os movimentos de terra e solo que todos os anos provocam desastres nas cidades brasileiras fazem parte de um tipo de fenômeno natural denominado movimentos gravitacionais de massa. Esses movimentos caracterizam-se pela dissipação de significativa quantidade de energia e pelo deslocamento de grandes massas de materiais terrestres, como rochas, solo, e por vezes troncos de árvores, sob a ação da gravidade. Os movimentos gravitacionais de massa têm geometrias, volumes e velocidades muito distintas entre si(ver tabela). Alguns tipos, como as quedas de blocos ou avalanches, são extremamente rápidos. Outros, como os rastejos, apresentam movimentos da ordem de centímetros por ano. 
O escorregamento é um processo natural, que hoje em dia é acelerado pela atuação do homem. O solo tem uma resistência natural, que vai ser quebrada pela água e pelos cortes nos terrenos. Eles acontecem com frequência na época das chuvas fortes em regiões de relevo acidentado. O termo escorregamento abrange todo e qualquer movimento coletivo de materiais rochosos e terrosos. Os escorregamentos mais comuns no Brasil são os induzidos
Numa paisagem serrana qualquer do sul-sudeste do Brasil, enxergamos a princípio somente árvores, pedras e solo. Mas, longe de ser estática, essa paisagem está sofrendo a ação de forças tectônicas, que criam o relevo, e está sob a ação de diferentes agentes geológicos, como a água, o vento e os organismos vivos, que a modelam. A paisagem é o resultado desse somatório de processos no tempo. A formação de solos é mais intensa em climas tropicais quando as elevadas temperaturas e as precipitações atmosféricas fazem com que as rochas sejam mais facilmente decompostas e desagregadas, num processo denominado intemperismo. O principal produto do intemperismo é a formação de uma espessa capa de material desagregado e poroso, que contém desde finas partículas até blocos parcialmente decompostos de rocha. Essa capa é denominada regolito, ou manto de intemperismo. O regolito é composto por saprolito, a rocha total ou parcialmente decomposta, e pelo solum, que é o solo propriamente dito.
Em encostas íngremes, as águas escoam mais rapidamente, sem contato com as rochas por tempo suficiente para intemperizá-las, transformando-as em regolito. O pouco regolito formado em vertentes íngremes, quando atinge determinadas espessuras críticas para sua estabilidade, desloca-se vertente abaixo por erosão ou na forma de movimentos de massa. Por isso, o solo em áreas íngremes é menos espesso e pouco evoluído, ou mesmo inexistente. A porção superior dessa vertente será então um maciço de pedra com algumas árvores isoladas, nos trechos onde o solo consegue se formar. 
As partículas de solo e blocos de rocha, numa encosta natural, sofrem a ação de dois conjuntos distintos de forças: as solicitantes e as resistentes.
  1. As forças solicitantes induzem o movimento das partículas encosta abaixo, paralelo à encosta - A gravidade é uma das principais forças solicitantes. Ela pode ser perpendicular que atua em ângulo reto com a vertente e tende a manter o bloco de rocha onde está. Já o componente tangencial atua paralelamente à vertente e tende a movimentar o bloco de rocha para baixo. A inclinação da vertente também é importante, pois vertentes mais inclinadas apresentam maior componente tangencial da gravidade que as de menor inclinação.
  2. As forças resistentes se opõem a esse movimento. - As principais forças resistentes ao movimento são a coesão interna entre as partículas e a resistência friccional entre os blocos de rocha e o solo.
A estabilidade de uma dada vertente é, portanto, o resultado da interação entre as forças solicitantes e as forças resistentes. Uma das causas mais importantes que levam à perda de coesão e consequente ruptura de um material de encosta é a presença de água. A água também pode estar presente em fendas e trincas do solo. Por vezes, a superfície de contato do regolito com a rocha íntegra funciona como um armazenador da água que não consegue se infiltrar. Essa superfície saturada cria um verdadeiro colchão de água na encosta, que perde sua coesão e desliza como um veículo em aquaplanagem quando seu condutor perde o controle. 
Outros fatores importantes a serem levados em conta na estabilidade de vertentes são a forma das encostas, a natureza da cobertura vegetal e as características dos diferentes tipos de solos e de rochas. Dependendo das condições gerais de estabilidades de uma encosta, movimentos de massa podem ser iniciados por abalos sísmicos naturais ou induzidos por ações humanas.
Os processos de movimentos gravitacionais de massa mais rápidos e catastróficos são as quedas, escorregamentos e deslizamentos e os fluxos de terra e lama, com velocidades em metros/dia ou mesmo em quilômetros por hora. Os fenômenos mais espetaculares e potencialmente perigosos são as quedas de materiais, caracterizadas por episódios de queda livre de maciços de rocha ou de fragmentos de rocha e de solo. As quedas ocorrem em áreas com grande inclinação, como escarpas.

Esse fenômeno engloba um conjunto de fatores. Entre eles;
  • O terreno já apresentar uma predisposição para escorregar por conta de fatores como alta declividade.
  • Uma união entre um terreno que já tem tendência a descer e a ação do homem, que constrói sua casa retirando a cobertura vegetal e executando cortes e aterros inadequados, que modifica a inclinação das encostas, a morfologia do terreno e piora a condição natural do local.
  • A retirada de vegetação, com alteração do ambiente natural em encostas íngremes, tornando-a ainda mais suscetível à erosão e a movimentos de massa.
  • A execução de cortes no terreno, tanto para construção quanto para regularização do traçado das vias, gera taludes artificiais frequentemente instáveis.
  • A urbanização também promove a alteração do regime natural de escoamento e infiltração de águas pluviais.
A combinação de fatores expõe a superfície do solo, que é facilmente levada pela chuva em um processo muito simples : Chuvas torrenciais geralmente causam o encharcamento do solo e consequentemente o escorregamento. A saturação do solo acaba envolvendo a maioria das partículas por um filme de água. A diminuição do atrito entre elas permite o seu movimento pela força gravitacional. 
 Tabela : Movimentos Gravitacionais de Massa
 


Referência
Guerra, Antonio Jose Teixeira; Dicionário Geológico-geomorfológico, IBGE. RJ.2003
http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/movimentos_gravitacionais_de_massa_tragedias_de_verao.html
http://bibocaambiental.blogspot.com.br/2012/08/porque-o-brasil-tem-pouco-desastre.html
http://www.geologo.com.br/deslizamentosmortais3.asp
http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11.html

Um comentário:

  1. sempre assim o homem principal destruidor e causador de acidentes. matéria muito bem explicada

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