No sudeste de Minas Gerais. Descoberta por bandeirantes no século 17, aclamada em 1822 pelo naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que a considerou como uma das regiões de flora mais exuberante do mundo. Um parque de tamanha riqueza e diversidade, com paisagens formadas por cânions, grutas, cachoeiras, piscinas naturais, vasta flora, rios e riachos. O lugar é descrito como uma das cinco mais importantes áreas do mundo no quesito biodiversidade.
O Parque Estadual do Ibitipoca está localizado na Zona da Mata, nos municípios de Lima Duarte e Santa Rita do Ibitipoca. Ocupa o alto da Serra do Ibitipoca, uma extensão da Serra da Mantiqueira.Com uma área de 1.488 hectares, a unidade de conservação está no local onde se dividem as bacias do Rio Grande e do Rio Paraíba do Sul.
A porta de entrada é a Vila de Conceição de Ibitipoca. Cidadezinha charmosa, rodeada de igrejinhas, casas coloniais, hoje, transformadas em aconchegantes pousadas, lojas de diversificado e colorido artesanato e cafés que servem o tradicional e aromático pão de canela. Se decidir por uma refeição de sustança, tem restaurante de todo tipo, desde aqueles que servem o tradicional arroz com feijão, aos da típica culinária mineira, até os que apresentam uma gastronomia mais sofisticada.
"Ibitipoca" é um termo de origem tupi que significa "montanha estourada", "serra fendida", através da junção dos termos ybytyra("montanha") e pok ("estourar"). Esse termo faz alusão aos raios e trovões caídos na serra de Ibitipoca
O solo pedregoso, formado pelo afloramento de quartzito, sobre o qual se desenvolve um solo (Cambissolo) pouco profundo constituído principalmente de matéria orgânica e areia (areno-quartzosos) formada pela erosão da rocha. É coberto por um tapete de liquens. Por isto, Abriga muitas cavernas.
A fauna é rica, com a presença de espécies ameaçadas de extinção, como a onça parda, o lobo guará e o primata guigó, diversas aves. Dentre os anfíbios encontra-se uma espécie de perereca, a "Hyla de Ibitipoca", que foi identificada pela primeira vez na região.
A vegetação é endêmica tipica de Campos Rupestres. Apresenta uma sucessão fisionomias de vegetação que são controladas por diferentes fatores ambientais. Para cada tipo, um fator é mais determinante na distribuição que outro, mas no geral, o relevo e as potencialidades que suas formas oferecem para o desenvolvimento de solos e escassez hídrica, constituem-se nos fatores que mais controlam a distribuição da vegetação. Encontra-se xerófitas, gramíneas, arbustos. Diversas espécies da flora são encontradas na unidade de conservação como orquídeas, bromélias, candeias, líquens e samambaias. Um traço marcante da vegetação no Ibitipoca são as "barbas-de-velho", uma espécie de líquen verde-água, que pende dos galhos das árvores, provocando um belo efeito visual. Os campos rupestres constituem uma grande extensão de vegetação do Parque.
A hidrografia é exuberante, com águas naturais na cor de Coca-Cola - devido ao alto teor de matéria orgânica -, cachoeiras, riachos.
O Parque Estadual Ibitipoca possui três trilhas com extensões, altitudes e cenários diferentes.
1 - O Circuito das Águas é o menor, com apenas 5 km. Em forma de um círculo, não exige esforço e apresenta cachoeiras convidativas com boas chances de observar pássaros. O ponto alto é a Ponte de Pedra(foto), formação surpreendente onde o rio do Salto, por uma ação de séculos, cavou uma passagem por baixo da rocha. A Cachoeira dos Macacos também pode ser alcançada por esta trilha, com uma piscina natural que convida a um banho que massageia as costas depois de algumas horas de caminhada. A cachoeira é o ponto final do circuito; após passar pela parte de baixo, acompanhando o rio de perto, o visitante agora volta pela parte de cima, tendo outro ponto de vista, agora mais alto do que o rio. Mas é o lago das Miragens que mais nos encanta. Certamente a coloração caramelo da água, resultado da decomposição das folhas, é o que mais chama atenção.
2 - O Pico do Peão é o objetivo para aqueles que fazem o segundo circuito. São pouco mais de 5 km para alcançar o topo do morro – aliás, mais um cume abaulado do que um pico pontiagudo – em um percurso total de 11 km. A boa surpresa é a Gruta dos Viajantes(foto), que possui uma escada que dá acesso a seu interior. O calor e o sol forte do cerrado dão lugar ao frescor e umidade da gruta. Diferente de outras grutas do parque, sente-se um vento vindo do fundo da gruta, o que pressupõe a existência de uma saída do lado oposto, possibilidade que instiga a curiosidade de continuar a enfrentar a escuridão. Antes do final dos 300 metros de caverna, já ouve canários e araras. Novamente a luz do dia que aparece na segunda boca da caverna.
3- O terceiro circuito exige um pouco mais de condicionamento físico: o trajeto ida e volta tem 16 km. Por esta trilha, chega-se à Gruta dos Três Arcos, à Janela do Céu(foto) e ao ponto mais alto do parque, a Lombada, que fica a 1.784 m. Acompanhando um riacho, atravessa-se um pequeno cânion que, somado à outros detalhes singulares, fazem deste parque um espaço especial, bem mais do que apenas um local de trilhas e cachoeiras. Outro atrativo que chama atenção é a Cascatinha, um pequeno fio d’água que escorre suavemente como uma ducha, às margens de uma prainha de quartzo branco que contrasta com a água caramela, tingida pelo tanino das folhas.
Para aqueles que querem acampar dentro do parque, existe uma área demarcada. Quem passa a noite recebe três presentes adicionais: as cores do pôr-do-sol, o amanhecer grandioso e a observação das estrelas, encantos permitidos somente aos que acampam.
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