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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

O QUE CAUSA A EXTINÇÃO DOS SERES VIVOS?

O desaparecimento de seres vivos acontece desde que o mundo é mundo. Extinção é um evento natural, nenhuma espécie persiste eternamente, seja por conta da queda de um asteroide, atividades vulcânicas ou climáticas. 


Saber disso seria um consolo para o sumiço atual de vários animais? Não, por um detalhe: as extinções agora são provocadas pelo homem.
A velocidade e a força das ações humanas são tão descontroladas que estamos vivendo a sexta extinção em massa, chamada de aniquilação biológica. Uma quantidade imensa de animais está morrendo num intervalo de tempo muito curto devido à perda de hábitat, à poluição e às mudanças climáticas. As extinções em massa não acontecem do dia para noite. Nem todos os dinossauros, por exemplo, morreram com o impacto do asteroide. Muitos sucumbiram depois, porque uma nuvem de poeira na superfície tornou a vida deles e de plantas - que eram seu alimento - impossível. Tendo isso em vista, dá para compreender que a sexta extinção em massa ainda está em curso.
As consequências do desaparecimento de uma ou muitas espécies vão além da diminuição da diversidade de vida na Terra. A natureza entra em desequilíbrio. Ocorre o declínio dos ecossistemas, os serviços ecológicos (como a polinização feita por abelhas e o controle de pragas, por joaninhas, escaravelhos e percevejos, que contribuem com a agricultura), antes prestados por uma espécie, deixam de existir e prejudicam outros seres vivos, inclusive o homem.
Tempos depois de uma extinção, a natureza se reorganiza de alguma forma e a vida no planeta segue. Não há meios de prever todos os desdobramentos de um processo de extinção. Uma possibilidade é que a função na natureza cumprida por essa espécie passe a ser realizada por outra, mas isso nem sempre acontece.

HOMEM ESPÉCIE DOMINANTE
O que aprendemos com as cinco extinções em massa é que, depois delas, a vida na Terra não desaparece por completo, mas a espécie dominante sim. E o homem é a espécie dominante atualmente. Por isso, mais que conter a atividade humana predatória por amor aos animais, é necessário fazê-lo para cuidar da qualidade e preservação da vida humana. Não é exagero afirmar que extinções em massa podem causar crises humanitárias por causa da fome provocada por queda na produção agrícola, por exemplo.
Para evitar que a sexta extinção em massa prossiga, é preciso reduzir a escala de atividade humana, controlando o crescimento populacional, a produção e o consumo de bens e a emissão de poluentes e toxinas. Ações em menor escala são preciosas para reverter esse cenário trágico. O indivíduo pode viver de forma mais consciente e sustentável do ponto de vista ambiental. Ao falar de extinção na escola, é preciso tomar como alicerce a questão da degradação ambiental e seus efeitos, mostrando aos alunos reações em cadeia, e jamais ensinar extinção como algo isolado.
As espécies estão se extinguindo a uma taxa que excede em muito o que se poderia esperar naturalmente. Isso é o resultado de uma perturbação no sistema. 

DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL É CAUSA E CONSEQUÊNCIA
Em qualquer exemplo que investiguem, os alunos podem compreender as reações em cadeia. A onça-pintada, em risco de extinção, é vítima de caça e a urbanização reduziu seu hábitat natural. A diminuição da espécie faz aumentar a população de porcos selvagens, que destroem plantações, causando prejuízo a agricultores. Esse desequilíbrio é apenas um dos causados pelo predomínio do homem. Em 1900 éramos 1,6 bilhão de pessoas; em 2015, 7,3 bilhões, ou seja, crescemos 341%. Além de diminuir o avanço populacional, as formas de frear o processo são: reduzir a escala de atividade humana e o consumo; emitir menos poluentes, deixar de usar toxinas e agir para evitar mudanças climáticas; preservar espécies ameaçadas e recuperar áreas de habitats naturais.

O planeta, de acordo com cientistas, já passou por cinco extinções em massa:

1ª EXTINÇÃO
Ordoviciano / Siluriano
Quando: entre 495 e 443 milhões de anos atrás.
Principais afetados: trilobites (antrópodes), braquiópodes e graptólitos (invertebrados e animais marinhos).
1ª explicação: espécies não sobreviveram ao frio durante a glaciação.
2ª explicação: o gelo acumulado nos continentes reduziu o nível do mar e eliminou hábitats naturais.

2ª EXTINÇÃO
Devoniano
Quando: entre 417 e 354 milhões de anos atrás.
Principais afetados: peixes e uma grande variedade de animais marinhos microorganismos como o fitoplâncton.
1ª explicação: aquecimento, seguido de rápida glaciação, associado à diminuição do oxigênio nos oceanos.
2ª explicação: há evidências de um grande impacto de asteroide no período.

3ª EXTINÇÃO
Permiano - Triássico
Quando: entre 290 e 248,2 milhões de anos atrás.
Principais afetados: répteis anteriores aos dinossauros, mas 90% das espécies sumiram.
1ª explicação: um derramamento de lava onde hoje é a Sibéria.
2ª explicação: um asteroide com mais de 6 km de diâmetro se chocou com a Terra.

4ª EXTINÇÃO
Triássico - Jurássico
Quando: 200 milhões de anos atrás.
Principais afetados: dinossauros arcaicos, famílias marinhas e grandes anfíbios.
1ª explicação: mudança climática gradual.
2ª explicação: impacto de asteroide.
3ª explicação: atividade vulcânica provocou aquecimento ou resfriamento.

5ª EXTINÇÃO
Cretáceo
Quando: entre 45,5 e 65,5 milhões de anos atrás
Principais afetados: dinossauros.
1ª explicação: um asteroide atinge a área onde hoje é o Golfo do México.
2ª explicação: fortíssima atividade vulcânica, com consequências semelhantes ao impacto do asteroide.

Extinção em massa: esta é a sexta, e desta vez a causa não é a queda de nenhum astro, mas a nossa queda. A perturbação somos nós.
6ª EXTINÇÃO
Holoceno
Quando: de 10.000 a.C, acelerando no século 18 até os dias atuais.
Afetados: entre 27,6 mil vertebrados, 177 espécies de mamíferos, como o leão, sofreram declínio populacional entre 1900 e 2015. De 1500 até 2016, foram registradas extinções de 861 espécies (364 das quais são vertebrados). Considerando a biodiversidade como um todo, 24.431 espécies correm risco de extinção.
Causas: destruição e fragmentação dos hábitats naturais, superexploração, invasão de espécies exóticas, poluição e mudanças climáticas.


Referência Bibliográfica
www.novaescola.org.br/
www.nemumpoucoepico.com
www.marsemfim.com.br/

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