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sexta-feira, 20 de julho de 2012

O LUGAR MAIS REMOTO DA TERRA




Perdida no Atlântico: conheça a ilha habitada mais remota do mundo. Tristão ou Tristan da Cunha: o lugar mais remoto do mundo...... 
 
 
Nós vivemos em um mundo tecnologicamente avançado e interconectado. Lugares impossíveis de chegar um dia são hoje acessíveis por sistemas de rodovias, hidrovias e rotas aéreas. Apesar da facilidade com que contatamos pessoas do outro lado do globo - seja com um clique de mouse , seja com uma carta tradicional -, cerca de 10% da Terra está a mais de 48 horas de distância da cidade mais próxima. Embora nos últimos anos tenha ficado definitivamente mais fácil chegar a terras distantes, há muitos lugares no mundo que permanecem inacessíveis, desabitados ou isolados - em outras palavras, os mais remotos lugares da Terra. Para determinar se uma localidade se qualifica como "remota", você deve considerar a inacessibilidade do lugar (qual a dificuldade de chegar ao lugar) e seu isolamento (a distância da localidade habitada mais próxima). Em termos de inacessibilidade, o ponto mais distante do mar é o Polo de inacessibilidade da Eurásia,no norte da China, que está localizado a mais de 2.500 km de qualquer oceano. O ponto mais longe da terra é Point Nemo, que está no Pacífico Sul, a mais de 2.500 km de qualquer massa de terra. Nenhuma dessas localidades é habitada por seres humanos.

Qual é o lugar habitado mais remoto da Terra?
Uma ilha chamada Tristão da Cunha. Os cerca de 270 residentes do arquipélago veem um navio de correio apenas uma vez por ano [fonte: Weaver]. Tristão da Cunha está localizada a 37º Sul e 12º Oeste, a 2.000 km de Santa Helena e a 2.800 km do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, que fica no continente mais próximo. Tristão da Cunha tem forma circular, com cerca de 10 km de diâmetro e área total de apenas 78 km2. Como em qualquer país do Hemisfério Sul, Tristão da Cunha tem verão de dezembro a março e inverno de junho a setembro. Durante os meses de inverno, o pico vulcânico central de Tristão, que chega a 2.010 m de altitude, fica coberto de neve. Tristão da Cunha, a ilha principal, é a única habitada da cadeia. As outras ilhas que formam o arquipélago - Nightingale, Stotenhof, Gough, Middle e a apropriadamente chamada Inacessível - não são populadas por humanos.

Mas como as pessoas habitaram esse arquipélago tão distante? E como elas descobriram o lugar?
Hoje, Tristão da Cunha certamente está fora do caminho viajado por muitas pessoas e é considerada a mais remota ilha habitada do planeta. Mas nos séculos 17 e 18, o arquipélago estava na rota marítima preferida para o Cabo da Boa Esperança e o Oceano Índico. As ilhas Tristão da Cunha foram descobertas pelo explorador português de mesmo nome durante uma expedição ao Cabo da Boa Esperança, em 1506. Em 1643, a primeira tripulação registrada, o Dutch Heemstede, aportou em tristão para reabastecer suprimentos. Em 1650 e 1669, o Dutch iniciou esforços para explorar a ilha como uma base, mas logo abandonou a ideia, talvez pela falta de um proto seguro em Tristão. Vários americanos tentaram fazer uso de Tristão nos séculos 18 e 19. Em 1790, o capitão John Patten, da Filadélfia, usou a ilha como base de caça a focas e baleias. Em 1810, Jonathan Lambert, de Salém, tentou estabelecer uma estação de comércio lá. Durante a Guerra de 1812, forças americanas usaram Tristão como base para defender-se contra os ataques britânicos. Apesar de a Tristão de hoje estar fora do radar internacional, ela foi o centro da cena estratégico-militar durante o começo dos anos 1800. Em 14 de agosto de 1816, as forças armadas britâncias tomaram posse da ilha para evitar que a França usasse Tristão para resgatar o imperador deposto Napoleão Bonaparte, que estava preso em Santa Helena, a cerca de 2.000 km de distância. Os ingleses também queriam impedir que os americanos usassem a ilha como base novamente.  
Apesar de seu interesse político inicial, as forças armadas britânicas logo perderam o interesse na importância estratégica de Tristão e começaram a abandonar a ilha gradualmente em 1817. Com a abertura do Canal de Suez, em 1869, as rotas pelo Atlântico Sul não eram mais necessárias para o comércio transatlântico, e os navios pararam de passar por Tristão. Contudo, alguns dos residentes originais de Tristão permaneceram na ilha, e, somados a alguns sobreviventes de naufrágios, continuaram a popular a ilha. Muitos de seus descendentes ainda vivem nesta remota ilha no meio do Atlântico Sul.
Hoje Tristão é classificada como território marítimo do Reino Unido, e todos os seus residentes são cidadãos britâncios. Os moradores de Tristão da Cunha, que vivem no assentamento de Edinburgh, compartilham apenas oito sobrenomes [fonte: Weaver]. Tristão tem uma escola, um hospital, um posto de correio, um museu, um café, um pub, uma loja de artesanato, um centro comunitário e uma piscina. A ilha é financeiramente autossuficiente, e os moradores ganham a maior parte de sua renda com pesca e, estranhamente, venda de selos postais. Um oftamologista e um dentista são enviados pelo Reino Unido uma vez por ano. Como não há aeroporto em Tristão, navios de cruzeiros ocasionalmente visitam a ilha, e pescadores de lagosta da Cidade do Cabo vão à ilha seis vezes por ano.
Desde então os habitantes da ilha convivem em princípio de igualdade. Todos, inclusive as crianças, têm funções na agricultura e criação de animais. Não é permitido vender as terras, já que todas pertencem oficialmente à comunidade. É assim que vivem os habitantes da ilha, todos provenientes de sete famílias.  Também não existem hotéis em Tristan da Cunha. Os poucos que encaram a epopeia até chegar ao local encontram abrigo na casa dos próprios moradores. Entre as atrações, há mergulhos, a escalada até o topo do vulcão Queen Mary's Peak, a 2.062m de altitude, e observação de aves, com espécies endêmicas, algumas migratórias e pinguins.
A vegetação é escassa, devido à ausência de animais polinizadores. Por lá não existe aeroporto nem sinal de celular. A internet é cara e de péssima qualidade. A eletricidade vem de um gerador a diesel. Para fazer compras, existe um mercadinho. O único porém é que os pedidos devem ser feitos com um mês de antecedência, já que a mercadoria chega por meio dos barcos de pesca que vão até a Cidade do Cabo. Mas não dá para saber nem quando sua encomenda chega, já que na ausência de um porto e com o mau tempo que invariavelmente assola a região (chove, em média, 20 dias por mês) é preciso esperar uma ajuda do clima para aportar na ilha.
E assim segue a vida na ilha mais remota do mundo. Uma calmaria sem fim que só é interrompida pela força da natureza. Aconteceu em 1961, quando o vulcão entrou em erupção, forçando a evacuação de toda a população. A colônia, porém, ficou praticamente intocada, possibilitando o retorno dos seus habitantes em 1963.


fonte: The Commonwealth

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