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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

VAPOR BEIJAMIN GUIMARÃES

Vapor Benjamim Guimarães apodrece no leito do São Francisco em Pirapora/MG. Até 2014, ele fazia curtos passeios turísticos  nos arredores, navegando da maneira original, ou seja, queimando lenha nas caldeiras em vez de combustível nos tanques.

Barco a vapor construído em 1913, nos Estados Unidos, pelo estaleiro James Rees & Com. O Benjamim Guimarães navegou no Rio Mississipi e, posteriormente, em rios da Bacia Amazônica. Na segunda metade da década de 1920, a firma Júlio Guimarães adquiriu a embarcação e a montou no porto de Pirapora, recebendo o nome de "Benjamim Guimarães", uma homenagem ao patriarca da família proprietária da firma. A partir de então, o vapor passou a realizar contínuas viagens ao longo do Rio São Francisco e em alguns dos seus afluentes. Reconhecido oficialmente como patrimônio cultural municipal e estadual, o vapor foi tombado pelo Iepha em 1985 e incorporado ao patrimônio histórico de Pirapora em 1997.
O Benjamim Guimarães possui três pisos: no primeiro, encontra-se a casa de máquinas, caldeira, banheiros e uma área para abrigar passageiros. No segundo, estão instalados 14 camarotes e no terceiro, um bar e área coberta. Tem capacidade para 140 pessoas, entre tripulantes e passageiros e consome 01 m³ de lenha por hora. É um dos poucos barcos movidos a vapor do mundo.
Por falta de segurança, a Marinha proibiu a navegação em 2014. Seu estado é tão tão precário que a Capitania dos Portos do Rio São Francisco proibiu o transporte de passageiros. Desde então, o vapor está parado na margem do rio, com a ferrugem corroendo seu casco e o capim do barranco praticamente envolvendo o barco.
Sob o ponto de vista histórico, o velho vapor de Minas Gerais só encontra paralelo em pouquíssimas embarcações mundo afora, a maioria parado em museus. Infelizmente o vapor do Velho Chico está totalmente comprometido, as madeiras do piso podres, caldeiras enferrujadas, furadas. Somente sombras de um tempo glorioso. Deverá passar por uma reforma urgente mais complexa e cara, mas o governo do estado, que deveria ter liberado verba para isso, não o fez. E ai, quando será? Nosso vapor vai metamorfosear num navio fantasma do São Francisco? Ou voltará aos alegres dias, com seu apito gritando orgulhoso sua aproximação e pedindo passagem e proteção ao Caboclo d'água? Sua chaminé chorando os filetes cinza da lenha queimada em honra a todos os espíritos do rio? 



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