Em muitos rincões do Brasil e do mundo, não só o gato preto é considerado portador de má sorte. Em pleno ano de 2018, muitas culturas ainda mantém o hábito de matar ou agredir animais pelo simples fato de acreditar que trazem azar. Uma das vítimas dessa superstição é o tamanduá-bandeira.
O palavra tamanduá, segundo algumas versões, vem do tupi tá-monduá, e significa “aquele que caça formigas”.Ela designa um animal desdentado encontrado no Brasil em espécies de tamanho variado.
As maiores causas do declínio das populações de tamanduás-bandeira são a perda e fragmentação de hábitat, as queimadas e a caça. Entretanto, outros fatores que influenciam significativamente são os atropelamentos rodoviários e a perseguição humana, ainda bastante mal compreendidos.
No Brasil, em algumas localidades existe uma visão negativa da espécie, estimulada pela existência de superstições em que o animal é considerado como símbolo de mau-agouro. Na Bolívia e Colômbia é ainda mais forte essa crença supersticiosa e na Costa Rica há quem especule que seu desaparecimento em certas regiões esteja relacionado a retaliações por motivos de crenças folclóricas, que consideram que o animal é sinônimo de má sorte e bruxaria. Essa perseguição humana à espécie não chega a ser considerada uma das principais ameaças a este animal no Brasil, mas como já é uma espécie ameaçada de extinção, com baixo crescimento populacional, essa perseguição acaba contribuindo para a retirada de ainda mais indivíduos da natureza.
Apesar dos perigos que corre, esse animal se adapta a diversos tipos de vegetação e clima, mudando os próprios hábitos. Por exemplo: pode tanto ser um bicho diurno como ter hábitos noturnos. A rotina dele depende da temperatura e da umidade do local onde vive. E sabia que, na hora de dormir, ele coloca a cauda sobre o corpo? Isso ajuda a conservar a temperatura do organismo.
ABRAÇO DE TAMANDUÁ
O tamanduá bandeira e o Tamanduá mirim têm em comum os braços fortes e garras afiadas, com que dão um abraço quase sempre mortal em qualquer inimigo disposto a enfrentá-los. E quem conhece a sua força e o poder destruidor das unhas que possuem, sabe que são extremamente perigosos. Essa situação de perigo escondida em um gesto aparentemente tão cordial como um aperto entre os braços, ensejou a criação da expressão “abraço de tamanduá”, porque o amplexo de um falso amigo, ou de alguém mal-intencionado, pode trazer conseqüências tão danosas como o que é dado pelo conhecido comedor de formigas. Por isso mesmo, é sempre recomendável ficar de olho vivo quando algum desses indivíduos perigosos estiver por perto.
São reconhecidas quatro subespécies de tamanduás. Sendo parentes próximos de preguiças e tatus e só existem no novo mundo. No Brasil ocorre 3 subespécies.
Peso - Machos: cerca de 254g. Fêmeas: cerca de 215g.
Tamanho - Cerca de 35cm e uma cauda de 20cm.
Longevidade - Podem viver até os 15 anos (dados de cativireiro).
Nomes populares - Tamanduaí, tamanduá-anão, tamanduá-seda.
Hábito - São animais estritamente noturnos; descansam durante todo o dia para iniciarem suas atividades no início da noite. É um animal arborícola, que vive no dossel das árvores. Tem hábito solitário, exceto na época reprodutiva e durante os cuidados com a cria.
Ele nem parece bicho de carne e osso, mas o diminuto e praticamente desconhecido tamanduaí sobrevive em matas brasileiras na Amazônia e na Mata Atlântica nordestina, locais onde raramente é avistado.
Estado de conservação - A população amazônica está classificada como Pouco Preocupante. A população nordestina está classificada como Dados Deficientes, devido à falta de informações sobre seu status populacional nesta região.
Peso - Em torno de 5 a 8kg.
Tamanho - Cerca de 47cm a 72cm e uma cauda de 40 a 67cm.
Longevidade - Em cativeiro, um indivíduo chegou a 17 anos de idade.
Nomes populares- Tamanduá-mirim, tamanduá-de-colete, mambira, coleteiro.
Hábitos - O tamanduá-mirim é predominantemente arborícola, mas também pode se deslocar, se alimentar e descansar no solo. Podem ser ativos durante o dia, ao entardecer ou à noite. Parecem relacionar seus picos de atividade à disponibilidade de seus recursos alimentares e ao tipo de presa. Quando não estão ativos, descansam em ocos de árvores, em buracos feitos por outros animais (como tatus, por exemplo) ou em outros abrigos naturais. É um animal de hábito solitário, exceto durante o período reprodutivo e o cuidado parental. É um escalador excelente e sobe sempre em árvores em busca de colmeias de abelhas e outros insetos, estando quase sempre em áreas arborizadas.
Estado de conservação - A espécie está classificada como Pouco Preocupante. Apesar disso, suas populações estão expostas a diversas ameaças regionais ao longo de sua distribuição.
Peso - Em torno de 31,5kg.
Tamanho - De 1 a 1,2m.
Longevidade - Em cativeiro, o tempo de vida registrado foi de 32 anos. Não existem informações para animais de vida livre.
Nomes populares - Papa-formigas, tamanduá-açú, jurumi ou jurumim, bandeira e bandurra.
Hábito - A espécie tem hábito terrestre. É um animal de hábito solitário, exceto durante o período reprodutivo e o cuidado parental. Podem ter atividade ao longo do dia e da noite, dependendo da temperatura e da umidade. No Brasil, o tamanduá-bandeira ocupa todos os biomas. O Cerrado é certamente o bioma que abriga a maior parte das populações desta espécie
Estado de conservação - considerado o mamífero mais ameaçado da América Central, já estando extinto em Belize, Guatemala, e muito provavelmente na Costa Rica. Na América do Sul, está extinto no Uruguai. No Brasil, consta em diversas listas regionais de espécies ameaçadas, e é listado como Vulnerável também no Livro Vermelho de Fauna Ameaçada do Ministério do Meio Ambiente.
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