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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

BREVE HISTÓRIA DA ESCRAVIDÃO


Escravidão é um tipo de regime social de sujeição do homem para fins econômicos. O escravo seria, assim, propriedade de seu senhor, realizando trabalho sem direito a pagamento. De um modo geral, o escravo trabalha em troca apenas de alimentação, roupa e abrigo. A escravidão começou na Pré-História e, embora seja considerada ilegal, ainda, em pleno século XXI, persiste em várias regiões do planeta, mesmo que seja de forma camuflada.
A escravidão é tão antiga quanto o ser humano. Em princípio, estava associada às guerras em quase todos os povos; os vencidos eram feitos escravos, na Grécia, em Roma, mas também entre os incas e astecas do México antigo. O guerreiro vencido ser tornava propriedade do vencedor. Entre muitos povos também se tornava escravo do credor quem não pudesse pagar as suas dívidas, vendia a sua pessoa ou os seus filhos e familiares ao credor. Na Grécia praticava-se o rapto, especialmente de crianças, e as crianças abandonadas pelos pais podiam ser recolhidas como escravos.
No período áureo de Atenas, havia na Grécia 15% de homens livres e 85% de escravos. Na Mesopotâmia havia escravos de certo nível cultural, eram prisioneiros de guerra, como muitos judeus deportados para a Babilônia no ano 570 a.C.. No Império Romano, os escravos faziam trabalhos domésticos, e podiam ter funções administrativas e burocráticas e até em altos cargos. Em alguns lugares os escravos podiam trabalhar por conta própria, pagando ao patrão uma parte do que ganhavam e juntar algum dinheiro para comprar a sua liberdade. Nos séculos II a I a.C. em Roma a escravatura atingiu o auge. Todas as atividades como agricultura, indústria, comércio, construção civil e outras atividades da civilização antiga dependiam da escravatura; sem isto nem a vida pública nem a doméstica se sustentariam no Império Romano, pode-se dizer que a sociedade romana se baseava sobre o trabalho escravo. Querer abolir a escravidão na Antiguidade equivaleria a querer acabar com o trabalho assalariado de nossos dias; a sociedade pararia de funcionar.
A escravidão surgiu há cerca de 10 mil anos, quando prisioneiros de guerra eram capturados para trabalhar nas lavouras. Os criminosos e indivíduos que não conseguiam pagar suas dívidas também se tornavam escravos.
Um indivíduo podia se transformar em escravo de diversas maneiras:
  • Por ser um prisioneiro de guerra;
  • Por contrair uma dívida, que seria paga com seu trabalho (por um tempo determinado ou pela vida toda);
  • Por ter cometido um crime e sendo, portanto, punido com a escravidão;
  • Por se oferecer como escravo em troca de alimento ou bens para a salvação de sua família ou comunidade em grande dificuldade;
  • Por pertencer a povos inimigos;
  • Por ser considerado culturalmente inferior;

 Antiguidade
Os primeiros escravos conhecidos compunham a mais baixa classe social da civilização suméria na Mesopotâmia (hoje Iraque), por volta de 3500 a.C. A escravidão existiu também na Assíria, na Babilônia, no Egito, na Pérsia e em outras sociedades do Oriente Médio. Era praticada ainda na China e na Índia e entre os negros da África e os índios da América. A escravidão se expandiu quando o comércio começou a crescer, criando a necessidade de uma força de trabalho que pudesse produzir bens de exportação. Na Grécia Antiga e em Roma, os escravos faziam a maior parte dos trabalhos. Muitos atuavam em manufaturas, em minas ou em plantações. No séc. IV a.C., os escravos teriam constituído um terço da população de Atenas. Em Roma, até as pessoas pobres possuíam escravos. No mundo antigo, a escravidão era considerada uma condição natural de vida. O tratamento dos escravos variava muito, mas geralmente eles eram proibidos de se casar legalmente, ter família, testemunhar num tribunal ou possuir propriedade. Os escravos que trabalhavam nas minas e nas plantações quase não tinham descanso e sofriam severas punições. Alguns criados domésticos, entretanto, eram tratados às vezes tão bem quanto qualquer membro da família do senhor. A grande esperança do escravo era a alforria (a dispensa formal da escravidão). A maioria das sociedades escravagistas antigas permitia a alforria e muitos senhores usavam-na como recompensa a um serviço leal.

Idade Média
Depois que o Império Romano se fragmentou, no séc. V d.C., o comércio internacional caiu bruscamente. Na Europa, a escravidão lentamente se transformou em servidão. Mas a escravidão continuou a existir nas áreas em torno do Mar Mediterrâneo. Nos séculos VII e VIII, os árabes muçulmanos conquistaram o Oriente Médio, o norte da África e quase toda a Espanha. Cristãos e muçulmanos lutaram nessas áreas durante centenas de anos e ambos escravizaram prisioneiros. Alguns desses combates ocorreram durante as Cruzadas, movimento cristão iniciado no séc. XI para retomar Jerusalém e outras regiões da Terra Santa das mãos dos muçulmanos. Na Terra Santa, os cruzados conheceram o açúcar e criaram uma demanda pelo produto quando retornaram à Europa. Em consequência disso, alguns mercadores italianos estabeleceram plantações de cana de açúcar em várias ilhas do Mediterrâneo. Como a produção de açúcar exigia um grande número de trabalhadores, escravos da Rússia e de outras partes da Europa foram importados. Por volta de 1300, alguns negros africanos começaram a substituir os escravos russos nas plantações italianas. Esses negros eram comprados ou capturados no norte da África. No séc. XV, os navegantes portugueses começaram a explorar a costa da África ocidental e a levar escravos africanos para a Europa. Os portugueses também escravizaram negros nas plantações de açúcar que estabeleceram em ilhas ao largo da costa da África ocidental. Por toda a Idade Média, vários povos da África e da Ásia continuaram a escravizar os prisioneiros de guerra. Durante esse período, a escravidão foi largamente praticada entre os índios que viviam nas ilhas do Mar das Caraíbas, na costa noroeste e nas florestas do leste dos EUA. Os escravos das sociedades indígenas trabalhavam como agricultores ou servos domésticos.

Idade Moderna
O estabelecimento de colônias europeias no Novo Mundo, durante o séc. XVI, provocou a expansão do sistema da lavoura com mão de obra escrava. Os espanhóis desenvolveram plantações de açúcar no México, em Cuba e em outras ilhas do Mar das Caraíbas (Antilhas). Os colonizadores portugueses iniciaram a plantação de açúcar no Brasil e escravizaram inicialmente milhares de índios. Porém, eles não se adaptaram ao trabalho e os europeus começaram a importar negros da África ocidental. No séc. XVII, a França, a Grã-Bretanha e os Países Baixos estabeleceram colônias nas Antilhas e aumentaram muito o tráfico de escravos africanos. A crescente demanda europeia por açúcar fez com que surgisse uma feroz competição por escravos e por novas colônias açucareiras. Do séc. XVI ao séc. XIX, os europeus trouxeram cerca de 10 milhões de escravos negros da África para as Américas. Cerca de 65% dos escravos foram trazidos para o Brasil, Cuba, Jamaica, Saint Domingue (hoje Haiti) e outras colônias que produziam açúcar. O Brasil recebeu 38% dos escravos. A América do Norte ficou com cerca de 6%.

O Declínio da Escravidão.
No final do séc. XVIII, a escravidão negra começou a declinar em várias partes das Américas. Nos EUA, a Guerra da Independência Americana contribuiu para uma gradual libertação dos escravos do norte do país. Em 1808, os EUA e a Grã-Bretanha proibiram o tráfico de escravos africanos. No início do séc. XIX, a maioria das colônias espanholas da América Latina obteve sua independência. Esses países aboliram imediatamente a escravidão ou adotaram leis para uma emancipação gradual. Entre 1834 e 1840, a escravidão foi abolida nas colônias britânicas. Em 1845, o Parlamento britânico aprovou uma lei (Bil Aberdeen) concedendo à Marinha de Guerra inglesa poderes para aprisionar ou afundar qualquer navio negreiro no oceano Atlântico. Em 1848, a França libertou os escravos nas colônias que ainda possuía nas Américas. A escravidão, contudo, continuou a expandir-se no sul dos EUA, no Brasil e em Cuba. Nos EUA, os exércitos do Norte libertaram a maioria dos escravos do país durante a Guerra de Secessão e, em 1865, a abolição foi concluída. A Espanha acabou com a escravidão em Cuba em 1886. O Brasil a aboliu apenas em 1888.


Por que os africanos foram escravizados no Brasil?
Por que a mão de obra escrava usada no Brasil colonial foi formada essencialmente por negros africanos, em vez dos índios nativos?
Essa maneira de ensinar a história - sem explicitar as razões para a escravização do negro - contribui para difundir a ideia errônea de que a África era um continente em que se vivia nessa condição. A palavra slave ('escravo', em inglês) vem de eslavo, evidenciando o fato pouco comentado de que na Baixa Idade Média a maioria dos cativos era de origem eslava. A Europa foi um manancial de escravos para os reinos do Oriente Médio, mas o ensino da História, por ser eurocêntrico, não mostra essa questão. É importante enfatizar que o regime escravista se inseria no contexto do mercantilismo - o primeiro momento do capitalismo-. A produção da colônia não era destinada à subsistência, e sim à comercialização - o objetivo era o lucro-. A metrópole precisava povoar as terras descobertas e desejava extrair delas a maior quantidade possível de riquezas.
No início da colonização, os portugueses buscaram escravizar os índios de forma sistemática. Mas a iniciativa apresentou uma série de inconvenientes. Eles não estavam acostumados ao trabalho regular e intenso. Caíam incapacitados com as doenças trazidas pelos europeus e, sempre que possível, se embrenhavam pelo interior do território, que lhes era familiar. Os relatos apontam que, por volta de 1562, duas violentas epidemias mataram por volta de 60 mil índios. Ao mesmo tempo que surgiam as dificuldades com a escravização dos indígenas, os portugueses já estavam envolvidos com o comércio de escravos em um lucrativo negócio do outro lado do Atlântico. Essa forma de organização do trabalho era adotada nas ilhas africanas dominadas por Portugal e Espanha, como Cabo Verde, Açores e Canárias, que praticavam o sistema de plantation (tipo de sistema agrícola baseado em uma monocultura de exportação mediante a utilização de latifúndios e mão de obra escrava..
As origens dessa exploração, por sua vez, remontam ao século VII, quando a escravidão doméstica, de pequena escala, passou a conviver com um comércio mais intenso após a ocupação do norte da África pelos árabes. Centenas de negros eram trocados e vendidos em sua própria terra ou no mundo árabe. Portugal encontrou esse comércio relativamente organizado, começou a se beneficiar dele e depois o trouxe para o Brasil. Assim, a coroa lucrava duplamente: com o comércio de escravos e com o uso dessa mão de obra na colônia. A Igreja não se opôs à escravização do negro. Algumas ordens religiosas, inclusive, eram grandes proprietárias de escravos. A "missão evangelizadora" também era uma justificativa para escravizar os africanos "infiéis". Além disso, o negro era considerado um ser inferior, uma coisa, não uma pessoa, e por isso não tinha nenhum direito. Dessa forma, gradativamente os negros substituíram os nativos indígenas no trabalho escravo na colônia. Estima-se que 4 milhões de africanos tenham desembarcado no Brasil entre 1550 e 1850, trazidos à força de seu continente, de regiões onde hoje estão Angola, Benin, Congo, Costa do Marfim, Guiné, Mali e Moçambique.


EXPRESSÕES ORIUNDAS DO PERÍODO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL

Referências
http://www.klickeducacao.com.br/
https://novaescola.org.br/conteudo/203/por-que-os-africanos-foram-escravizados-no-brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_escravid%C3%A3o
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/historia-da-escravidao-exploracao-do-trabalho-escravo-na-africa.htm
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/escravidao.htm

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