Para entender as informações que chegam sobre o rompimento das 
barragens de rejeitos da Samarco e suas consequências, vamos entender 
conceitos e definições que estão sendo divulgados e não explicados. 
Assim, pode-se entender o contexto da tragédia e ter noção do grande 
problema ambiental e social que terá consequências mundiais, em especial
 no quesito sobre a segurança.
Em um trabalho da PUC-RJ, definições importantes para entender as barragens de rejeitos.
Em um trabalho da PUC-RJ, definições importantes para entender as barragens de rejeitos.
O que é uma barragem de rejeitos?
Uma barragem de rejeito é uma estrutura de terra construída para 
armazenar resíduos de mineração, os quais são definidos como a fração 
estéril produzida pelo beneficiamento de minérios, em um processo 
mecânico e/ou químico que divide o mineral bruto em concentrado e 
rejeito. O rejeito é um material que não possui maior valor econômico, 
mas para salvaguardas ambientais deve ser devidamente armazenado. As 
características dos rejeitos variam de acordo com o tipo de mineral e de
 seu tratamento em planta (beneficiamento). Podem ser finos, compostos 
de siltes e argilas, depositados sob forma de lama, ou formados por 
materiais não plásticos, (areias) que apresentam granulometria mais 
grossa e são denominados rejeitos granulares (Espósito, 2000). Os 
rejeitos granulares são altamente permeáveis e contam com uma boa 
resistência ao cisalhamento, enquanto os rejeitos de granulometria fina,
 abaixo de 0.074mm (lamas), apresentam alta plasticidade, alta 
compressibilidade e são de difícil sedimentação.
Quais os impactos de uma barragem de rejeitos?
Encontra-se a resposta fácil de entender, num artigo do engenheiro 
Fernando Arturo Erazo Lozano, da USP, publicado no TEC Hoje, portal do 
Instituto de Educação Tecnológica (IETEC)
Barragens de rejeitos são estruturas que têm a finalidade de reter os
 resíduos sólidos e água dos processos de beneficiamento de minério. O 
engenheiro Fernando Arturo Erazo Lozano, em dissertação apresentada à 
USP, analisa sobre a Seleção de Locais para Barragens de Rejeitos Usando
 o Método de Análise Hierárquica. O autor explica que o planejamento 
inicia com a procura do local para implantação, etapa na qual se deve 
vincular todo tipo de variáveis que direta ou indiretamente influenciam a
 obra: características geológicas, hidrológicas, topográficas, 
geotécnicas, ambientais, sociais, avaliação de riscos, entre outras.
Nos processos de beneficiamento, a quantidade gerada de rejeitos é 
muito alta, e a disposição é feita, dependendo dos objetivos econômicos 
da mineradora, em superfície, ou vinculada no processo de extração do 
minério de forma subterrânea ou a céu aberto. Fernando Lozano afirma que
 existem dois tipos de resíduos produzidos pelas atividades mineradoras,
 os estéreis e os rejeitos. “Os estéreis são dispostos, geralmente, em 
pilhas e utilizados algumas vezes no próprio sistema de extração do 
minério. Os rejeitos são resultantes do processo de beneficiamento do 
minério, contem elevado grau de toxicidade, além de partículas 
dissolvidas e em suspensão, metais pesados e reagentes”.
Nas estruturas da construção de uma barragem de rejeitos é importante
 a escolha da localização até o fechamento, que deve seguir as normas 
ambientais e os critérios econômicos, geotécnicos, estruturais, sociais e
 de segurança e risco. “O planejamento e o projeto da barragem de 
rejeitos devem incluir programas de ensaio em campo e em laboratório das
 fundações, rochas e materiais de empréstimo, para avaliar suas 
propriedades físicas e mecânicas, além das características das águas 
subterrâneas, sua localização e composição”, diz Fernando Lozano.
Empresas mineradoras possuem variáveis consideradas para determinar a
 melhor opção de local que se limitam às economias. Fernando Lozano 
afirma que “as novas legislações ambientais, obrigam os mineradores a 
considerar também as variáveis ambientais, as estruturas, as geológicas e
 até os impactos que os rejeitos gerarão nas comunidades 
circunvizinhas”.
Quem fiscaliza uma barragem de rejeitos?
No caso de Minas Gerais, o órgão competente é a Secretaria de estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) é um dos órgãos 
seccionais de apoio do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e
 atua vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e 
Desenvolvimento Sustentável (Semad).
No âmbito federal, o órgão integra o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente (Sisnama). O único documento encontrado no site sobre 
fiscalização das barragens é de 2008:
Rompimento de barreira – estudo simulado 
No Youtube se havia estudos de simulação de rompimento de
 barreira de rejeitos, e encontramos um interessante estudo sobre o tema
 do CTH  Centro Tecnológico da Hidráulica EPUSP – 2004.
 O vídeo abaixo retrata a ruptura da barragem em Mariana/MG - causando tragédia nesta quinta-feira (5/11/2015) em Bento Rodrigues, na região Central de Minas.
Infográfico mostra como aconteceu o rompimento das barragens em Mariana
referência: http://organicsnewsbrasil.com.br

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