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segunda-feira, 10 de junho de 2019

TRAÍRA

Não vou falar dos políticos ou do colega que age nas sombras, sorrateiramente delatando e prejudicando. Mas de uma criatura brasileira, solitária, voraz e noturna. O lobo dos riachos, lagos e açudes, um vilão escorregadio, perigoso, agressivo e programado pra matar tudo que está a sua frente.


Dentuça e mal-encarada 
Criatura de instinto treteiro, cara de brava, bocarra apinhadas de dentes afiadíssimos, abocanhadas certeiras e forte. Alguns dos predicados que impediu a traíra ser um peixe boa-praça. É um peixe predador mais disseminado nas águas interiores do Brasil. No linguajar Tupi, a traíra, antes de receber este nome, fora alcunhada de “tere´ira”, que significava peixe briguento, que depois virou “taraguira”. Pra traíra foi um pulo. Purete, Cacete, Pau-de-Fogo e até Lobó, estas são algumas das denominações da nossa conhecida traíra pelo Brasil. Na roça, é encontrado facilmente em ribeirões, lagoas, lagos, brejos e veredas. 

Características da traíra 
Nome Científico: Hoplias malabaricus 
A nossa traíra é cilíndrica, um torpedo veloz e certeiro. Cabeça dura como um blindado de guerra, olhos salientes e potentes para visão noturna, usados para guia-la durante os ataques, permitindo não errar bocadas. Dentes fortes e afiados. Dorso  escamoso negro, os lados são pardo-escuros e o abdômen é branco. Possui manchas escuras pelo corpo cilíndrico. Não possui nadadeira adiposa. Chega a atingir mais de 60 centímetros e pesar até cinco quilos. Pode reproduzir e viver em ambientes hostis com águas barrentas salobras ou doces de pouco oxigênio. Inclusive, desloca-se no seco, migrando de uma poça para outra, e até viver enterrado no barro de leitos de rios e lagos nos períodos de secas por meses. Isto graça a uma reserva de água guardada no corpo.


Predadora voraz, briguenta, solitária, territorial e traiçoeira. Estática entre as plantas aquáticas fica à espreita de presas, como: peixes, sapos e insetos. É mais ativa durante a noite. Ela regula sua bexiga natatória para pairar imóvel no meio da massa d’água, com grande precisão, mas geralmente fica apoiada em meio à vegetação aquática, próxima a barrancos, ou quase encostadas sob galhos submersos. Ao anoitecer, costuma caçar movendo-se lentamente pelas margens, à procura de pequenos peixes e anfíbios. Sua aparência e fisiologia estão adaptadas para caça em água pouco oxigenada. 
Todo o cuidado no seu manuseio torna-se pouco, pois este bicho dá mordidas doidas e sangrentas, além de tudo, é extremamente liso e escorregadio. Exige uma técnica especial para preparar sua saborosa carne branca, macia e repleta de espinhas. 
Não se deve confundir a traíra comum com o trairão (Hoplias lacerdae) da que pode chegar a um comprimento de 1 m e atingir um peso de até 18 kg.


Um comentário:

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