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domingo, 12 de agosto de 2018

AS CORES DO CREPÚSCULO

A falta de chuva é comum nesta época na maior parte do Brasil. Sem chuva e com pouco vento, o ar fica mais poluído. A poluição existe em todo lugar e não é apenas a fumaça dos carros e indústrias. A poeira que fica suspensa nos campos também é poluição.

Ao mesmo tempo que o ar sujo prejudica a saúde das pessoas, contribui para que o entardecer fique especialmente bonito, com uma mistura de tons alaranjados e vermelhos fazendo de cada fim de tarde uma pintura especial. A luz solar que aparece no céu aparenta ser branca. Porém, o branco possui todas as cores do arco-íris. A cor branca vai atravessando um prisma e sendo decomposta em vermelho, amarelo, laranja, azul, verde, anil e violeta.

Entenda o que explica cientificamente estas maravilhosas cores dos céus poluídos.

Dispersão de Rayleigh
Ocorre quando a luz viaja por sólidos e líquidos transparentes, mas se observa com maior frequência nos gases. A dispersão de Rayleigh da luz solar na atmosfera é a principal razão pela qual o céu é azul. Depois que o sol se põe, por algum tempo, a cor do céu que chega aos nossos olhos é resultado de duas fontes, o azul do céu e da luz mais direta do sol. A cor mais eficientemente espalhada é o azul por ter comprimento de onda menor. E como o ar está repleto destas moléculas, a luz azul espalhada chegam aos nossos olhos. Assim vemos o céu azul.



O espalhamento Mie
Quando o feixe de luz passa pela camada de ar próximo à superfície, encontra partículas em suspensão muito maiores que uma molécula de oxigênio. Estas partículas “grandes”  passam a espalhar os tons de laranja e vermelho que preenchem o céu no horizonte quando o sol está se pondo. O que explica os tons do entardecer é a teoria conhecida como espalhamento Mie. Neste caso, a interação da luz não espalha para todos os lados, mas preferencialmente para a frente. A cor do ocaso que estamos acostumados é resultante destas duas fontes de luminosidade, numa mistura que produz um degradé do azul para o laranja/vermelho. Estas cores são mais fortes quanto mais aerossóis ou partículas em suspensão encontrar no caminho. A poluição, por colocar estes espalhadores na atmosfera, contribui para um entardecer mais vermelho ou laranja.




Crepúsculo vulcânico
Quando um vulcão entra em erupção, além das cinzas, que depositam rapidamente pelo seu peso, são lançadas junto com partículas finas, uma grande quantidade de gás dióxido de enxofre que consegue alcançar a alta atmosfera. Pela sua afinidade com água, a presença do enxofre acaba formando moléculas de ácido sulfúrico, e que também se agregam, podendo formar aerossóis. O resultado da interação da luz solar com todo este material injetado na atmosfera é a redução de cores intermediárias, entre o azul e o laranja, as que ainda estavam junto com os de comprimento de onda maior. São principalmente a luz verde. É exatamente a ausência desta faixa de cores e a presença das cinzas surge uma tonalidade diferente, acaba produzindo o tom lilás ou púrpura no crepúsculo. E como estas partículas tendem a permanecer em suspensão por longo tempo, o fenômeno também tende a persistir.
Em 2015 o vulcão Calbuco, localizado em Los Lagos, Chile, entrou em erupção. Ganhamos de presente um belíssimo crepúsculo, em vez de avermelhado ou alaranjado, apresentou cores como lilás, violeta e roxo.




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