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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

VENTOS DA MORTE

Os ventos da morte perpassam uivantes num rito fúnebre assombroso, em torvos remoinhos de mistérios. Será o sopro de lamuria que Éolo(deus dos ventos mitologia grega) joga sobre Terra. Essas rajadas fortes de ventos geralmente têm pouca duração. Existem vários lugares na Terra que podem reivindicar a posse dos ventos mais fortes do planeta. Tudo depende de como se mede a ventania.



Eis aqui os principais deles.

Ilha de Barrow, Austrália
Situada a noroeste da costa da Austrália, essa pequena ilha já viveu fortes vendavais. Em 10 de abril de 1996, uma estação meteorológica remota registrou uma rajada de vento que chegou a 408 km/h. Segundo a Organização Mundial de Meteorologia (WMO, na sigla em inglês), essa foi a mais forte ventania já observada na História. A força por trás desse recorde extremo foi um ciclone tropical batizado de Olivia. Ciclones tropicais são tempestades girantes que se formam quando o ar úmido e quente evapora da superfície do mar, criando uma região de baixa pressão. Essa depressão incrementa os ventos alíseos que sopram em direção à Linha do Equador. A coluna de ar que sobe gira em torno de seu eixo por causa da força inercial de Coriolis, pela qual a rotação da Terra desvia os ventos para fora da Linha do Equador. Na costa noroeste da Austrália, até dois ciclones podem ser formar ao mesmo tempo. Esses sistemas podem produzir ventos com a força de um furação. Aqueles particularmente intensos são chamados "ciclones", caso se formem sobre o sul do Oceano Pacífico; "tufões" se forem formados no norte, ou "furacões" se se originarem no Atlântico.
O Olivia pode ter criado a mais forte rajada de vento da História, mas isso não quer dizer que este seja o ciclone mais intenso já registrado. A melhor medida para isso é a velocidade sustentada do vento. Segundo a WMO, o campeão nesse parâmetro é o tufão Nancy, que em 1961 se formou sobre o Pacífico e foi o responsável por mais de 170 mortes quando atingiu o Japão. O Nancy teria produzido ventos de até 346 km/h, apesar de hoje em dia alguns meteorologistas duvidarem da estimativa. Mas já se sabe que rajadas até mais intensas podem ocorrer nos tornados, o que significa que um dos lugares com os ventos mais fortes da Terra fica bem no meio dos Estados Unidos.

Oklahoma, Estados Unidos
Um tornado é uma coluna de ar rotativa que se estende da base de uma tempestade até o solo. Quando essa coluna entra em contato com água, temos a chamada tromba d’água. Segundo o Laboratório Nacional de Tempestades Severas, em Norman, no Estado americano de Oklahoma, os tornados são a mais violenta forma de tempestade atmosférica. Eles podem acontecer em várias partes do mundo, mas os Estados Unidos recebem muito mais tornados do que qualquer outro lugar, principalmente nos Estados do sudeste, conhecidos como Tornado Alley ("Alameda dos Tornados", em tradução literal). Em 27 de abril de 2011, 207 tornados se formaram ali no espaço de 24 horas. Oklahoma abriga o recorde da WMO de velocidade de um vento em um tornado: 486 km/h, registrados perto de Bridge Creek, em 3 de maio de 1999. Enquanto essas tempestades podem produzir ventos incrivelmente intensos, elas não duram muito tempo.
Mas existe um lugar onde os ventos sopram sem parar o ano inteiro.

Oceano Antártico
Os ventos catabáticos, que são típicos da Antártida. Gigantescas faixas de vento são provocadas pela maneira irregular como o Sol aquece a superfície terrestre.Nos paralelos a 30º ao norte e ao sul da Linha do Equador, os ventos alíseos sopram de maneira estável. Nos paralelos 40, prevalecem os ventos do oeste, enquanto os ventos polares de leste começam a ocorrer nas latitudes em torno de 60º. Pergunte para qualquer marinheiro do mundo e verá que ele não hesitará em dizer que as águas mais revoltas, agitadas pelos ventos mais fortes, estão no Oceano Antártico. Diferentemente do que ocorre no Hemisfério Norte, os ventos do oeste no Oceano Antártico não são interrompidos por continentes. Isso quer dizer que eles passam de 161 km/h. Essa velocidade pode não ser tão alta quanto as dos furacões e tornados, mas é forte o suficiente para provocar estragos. Mas um pouco mais ao sul está um continente que foi reconhecido como o lugar mais ventoso da Terra pela primeira vez há um século: a Antártida.

Antártida
A Antártida abriga ventos inusitados: os chamados ventos catabáticos. Eles são criados por uma combinação do clima frio com o formato do continente. O permanente resfriamento da superfície – particularmente durante o inverno antártico, quando o sol está sempre abaixo ou logo acima da linha do horizonte – leva à formação de uma camada fina de ar frio e denso sobre a superfície. Como o continente tem o formato de uma abóbada, os ventos tendem a soprar para fora do interior em direção à costa. A rotação da Terra faz com que esses ventos não fluam diretamente para baixo, mas sejam desviados para a esquerda conforme sopram. De fevereiro de 1912 a dezembro de 1913, cientistas mediram a velocidade dos ventos no Cabo Denison, uma ponta rochosa na cabeceira da Baía do Commonwealth, no leste da Antártida. Até hoje, o local é reconhecido como a estação meteorológica a nível do mar mais atingida por fortes ventos. A hora de ventania mais intensa foi registrada em 6 de julho de 1913, quando atingiu 153 km/h.
Na escala Beaufort, amplamente usada por meteorologistas, a média anual da velocidade dos ventos em Cape Denison é de "força de furacão". O clima ali é praticamente uma nevasca contínua o ano inteiro - um furacão urra por semanas a fio parando apenas uma hora aqui e ali. A combinação de ventos ultrafortes com temperaturas abaixo de zero faz com que seja muito difícil medir a intensidade dos ventos catabáticos. O que se sabe ao certo é que quando os ventos estão realmente fortes, eles podem até destruir os instrumentos usados nas medições ou simplesmente congelá-los. "De maneira geral, a Antártida é um local muito difícil de ser estudado.

Referências bibliográficas
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151009_vert_earth_ventos_ml
http://www.observatoriodoclima.eco.br/furacao-patricia-e-o-ciclone-tropical-mais-forte-ja-registrado-no-atlantico-norte-e-pacifico/

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