Criação de minhocas para produzir fertilizante orgânico capaz de melhorar os atributos químicos, físicos e biológicos do solo. Uma importante alternativa para diminuir os restos orgânicos domiciliares.
A minhocultura ou vermicompostagem
É o processo de reciclagem de resíduos orgânicos por meio de criação de minhocas em minhocários, oferecendo importante alternativa para resolver economicamente e ambientalmente os problemas dos dejetos orgânicos, como o lixo domiciliar. O produto final da vermicompostagem constitui num excelente fertilizante orgânico (húmus), capaz de melhorar atributos químicos (oferta, melhor retenção e ciclagem de nutrientes), físicos (melhoria na estruturação e formação de agregados) e biológicos do solo (aumento da diversidade de organismos benéficos ao solo).
Espécies de Minhocas criadas comercialmente no Brasil
Eisenia foetida - também conhecida como vermelha-da-califórnia; ,
Eudrilus eugeniae - noturna africana ou minhoca do esterco.
Técnicas de Criação
O local de construção do minhocário deve estar situado o mais próximo possível do mercado consumidor e da matéria-prima utilizada como substrato. Além disso, deve estar instalado de preferência em locais parcialmente sombreados, mas com boa insolação, em terrenos elevados, com pouca declividade, facilitando a construção dos canteiros e os sistemas de drenagem. Um fator limitante ao qual devemos estar atentos, na fase de construção do minhocário, é a disponibilidade de matéria-prima e de água, que deve ser limpa e abundante no local, principalmente em períodos de seca, quando é mais necessária para a irrigação dos canteiros.
- Caixas de madeira ou tonéis de 200 litros, cortados longitudinalmente, com furos na parte inferior;
- Canteiros de blocos, tijolos, madeira ou bambu, normalmente com 1 metro de largura por 0,30 a 0,40 cm de altura e comprimento possível ou desejado. O piso do canteiro poderá ser cimentado ou de terra batida;
- Sistema de montes com o piso em terra batida ou cimentado
Alimentação
Toda matéria orgânica de origem animal e vegetal passada por précompostagem (ou seja, semicurada) e livre de fermentação pode ser usada na alimentação das minhocas. Estas exigem alimentação balanceada, rica em nitrogênio, fibras e carboidratos. Quanto mais rica for à matéria-prima, maior será o sucesso econômico do empreendimento. Podemos utilizar como fontes de matéria-prima: esterco de boi, cavalo e coelho, restos de culturas (uma leguminosa, pois fixa nitrogênio, palha, folhas e cascas de frutas), resíduos agroindustriais (bagaço de cana), lixo domiciliar, lodo de esgoto.
Manejo do Minhocário
A quantidade necessária de minhocas para iniciar a criação é de 1 litro, aproximadamente 1500 minhocas/m². Para um bom desenvolvimento do minhocário, além de matéria-prima suficientemente rica para a alimentação, devemos proporcionar um ambiente adequado para o bom desenvolvimento e reprodução das minhocas, monitorando temperatura (entre 20 e 25°C), umidade (de 70 a 85%), pH (pH 7,0), aeração e drenagem do meio, que não deve ser compactado e nem encharcado. Depois de preenchidos os canteiros com as diferentes fontes de matéria prima semicurada, é interessante cobri-los com folhas de bananeira ou restos de capina, para manter a umidade e proteger contra incidência direta da luz solar, além de dificultar a fuga das minhocas. Alguns inimigos naturais das minhocas devem ser controlados, dentre eles as galinhas, as sanguessugas, os pássaros e as formigas lava-pés. Se o ambiente natural não for favorável ao desenvolvimento das minhocas, elas tenderão a fugir, inviabilizando a produção do empreendimento.
Separação das Minhocas
- Manual: diretamente sobre o canteiro;
- Iscas: acomodar sacos de ráfia cheios de esterco sobre o canteiro atraindo as minhocas, separando-os, em segui- da, do material já estabilizado (húmus);
- Peneira: separar o húmus das minhocas por meio de peneiramento.
Comércio
O húmus poderá ser armazenado durante um período de seis meses, depois de produzido. Após esse período, vai perdendo seus nutrientes. Pode ser vendido como adubo orgânico e utilizado na produção de mudas. A minhocultura é capaz de produzir grande quantidade de biomassa de minhocas, que pode ser utilizada na complementação da alimentação animal, na pesca esportiva, na venda de matrizes para produtores que desejam entrar no ramo da minhocultura, ou até mesmo na alimentação humana, devido ao seu elevado teor de proteínas. É também explorada pela indústria farmacêutica para a produção de medicamentos, sendo já utilizada em alguns países do Oriente, como China e Japão.
Como montar um minhocário de bambu
Uso de bambu no minhocário facilita a aeração, deixando a temperatura em seu interior mais amena, o que é ideal para a criação
- 1º passo - As estacas darão sustentação à estrutura do minhocário. Elas devem ser cravadas no solo com marreta, a 20 centímetros de profundidade. Os cantos são formados com três estacas: duas no lado interno e outra no externo. Em cada lateral de dois metros, coloque duas estacas a uma distância de, aproximadamente, 60 centímetros entre elas. Nas bases de um metro de largura, fixe também uma estaca a meia distância dos cantos.
- 2º passo - Serre os bambus em pedaços de um e dois metros. Separe as peças de mesmo tamanho e encaixe-as umas sobre as outras até atingir 40 centímetros de altura.
- 3º passo - Passe o arame entre os peças de bambu e as estacas, em ziguezague e de baixo para cima. Reforce bem a amarração nos cantos, para garantir sustentação. É mais fácil montar a estrutura em "L", juntando uma das laterais de dois metros com uma de um metro e depois unir tudo.
- 4º passo - Uma vez montado o minhocário, cubra o fundo e as laterais com sombrite. Passe o arame em ziguezague "costurando" as bordas da tela aos bambus superiores das paredes do minhocário. Corte as sobras de tela com uma tesoura. Encha o canteiro com os resíduos orgânicos da propriedade, misturando com palha, e então coloque as minhocas. É importante que o material seja mantido sempre úmido.
É um sistema de reciclagem do lixo orgânico caseiro, com minhocas transformando restos de alimento em adubo. Esse processo – chamado de vermicompostagem – rola dentro de caixas plásticas cheias de terra, onde as “operárias” mandam ver nas sobras de rango, digerindo esse material e gerando um húmus super fértil no lugar.
- 1º - O minhocário é composto de três caixas plásticas, sendo que as duas de cima são cheias de terra. No recipiente superior, ficam as cerca de 200 minhocas que vão tocar o trabalho. Em geral, são usadas minhocas californianas, “especialistas” em restos orgânicos.
- 2º - Sobras de rango, como cascas de legumes e pedaços de frutas, são então despejadas nesta caixa. Mas nem tudo pode ir para o “prato” das minhocas. Na lista dos alimentos vetados estão as carnes e os queijos – que podem apodrecer -, além de comidas salgadas ou muito ácidas ou cítricas.
- 3º - Após cobrir tudo com serragem ou palha, para manter a umidade, fecha-se a tampa e as minhocas partem para a ação. “O sucesso do minhocário depende da nossa alimentação. Quanto mais diversificado for o lixo, mais rico será o adubo gerado”.
- 4º - Assim que fica cheia, esta caixa vai para o segundo andar, onde, por cerca de dois meses, as minhocas vão trabalhar na digestão. O recipiente que estava no segundo andar vai para o topo, onde receberá os novos restos de comida.
- 5º- Enquanto rola o processo de decomposição do rango, um líquido rico em nutrientes e livre de bactérias escorre para a caixa da base, onde fica armazenado. Esse chorume do bem pode ser coletado e depois ser pulverizado nas plantas, servindo de adubo e pesticida.
- 6º. À medida que os alimentos são absorvidos, a maioria das minhocas ruma para a caixa do topo em busca de mais comida. No recipiente intermediário, temos o adubo pronto, fresquinho para ser utilizado nos jardins e vasos.
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