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quinta-feira, 26 de abril de 2018

PLANO DE AULA - ENSINANDO CARTOGRAFIA


Antes mesmo da invenção da escrita a cartografia, como atividade, já era conhecida na Pré-História. Antes da consagração deste termo o vocábulo usado era cosmografia.


Como vocábulo Cartografia foi criado pelo historiador português Visconde de Santarém em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Varnhagem. Antes da consagração deste termo o vocábulo usado era cosmografia.

Introdução- Antes mesmo da invenção da escrita a cartografia, como atividade, já era conhecida na Pré-História. Como vocábulo Cartografia foi criado pelo historiador português Visconde de Santarém em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Varnhagem. Antes da consagração deste termo o vocábulo usado era cosmografia.
Seja vocábulo ou atividade o importante é saber que a cartografia é um misto de arte, ciência e tecnologia responsável pela elaboração dos mapas onde são assentadas as informações geográficas, bases sobre as quais se constroem decisões e soluções para os problemas socioeconômicos e técnicos apresentados.
A cartografia foi a principal ferramenta usada pela humanidade para conhecer e ampliar os espaços territoriais e organizar essas ocupações. Hoje ela está presente no cotidiano da sociedade, seja levando soluções para problemas, urbanos, de segurança, saúde pública, turismo, meio ambiente, navegação ou auxiliando outras atividades.
A Cartografia é, simultaneamente, arte, ciência e técnica de elaborar mapas. Nos tempos antigos e medievais eram mais uma obra de arte do que uma técnica. Ainda no século XVIII, o geógrafo alemão Gottfried Gregorii, afirmava: "ninguém pode ser um bom cartógrafo, se não for um bom pintor."
Com a Revolução Científica e Tecnológica, que ocorreu no pós-guerra, os mapas e cartas geográficos tornaram-se mais precisos, facilitando muito a pesquisa de recursos naturais e o controle do espaço geográfico, através do uso conjunto de satélites artificiais, radares, e de computadores, permitindo a confecção até de imagens tridimensionais da superfície terrestre.
No dia 11 de fevereiro de 2000 foi lançado o ônibus espacial Endeavour da base de Cabo Canaveral (Flórida- EUA). Duas antenas de radar em um mastro (de 60 metros, montado no espaço) e mais duas no compartimento de cargas mandarão e receberão sinais, promovendo a maior descrição topográfica do planeta até hoje feita em latitude, longitude e altitude (portanto tridimensional). Até 2001 os dados coletados (num total de 13.500 CDs) serão analisados e servirão como instrumento de estudo de mudanças atmosféricas, de vulcões, de terremotos e desmatamentos. O interessante a observar é que os mapas melhores (com resolução de 30 metros) não serão colocados à disposição do público, visto que a missão espacial é financiada pela Nima (Agência Nacional de Imagens e Mapeamento), por trás da qual está a Nasa (Agência Espacial Americana) e órgãos de inteligência e de defesa militar dos Estados Unidos. Teremos acesso, apenas, aos dados que estejam no domínio público: mapas com resolução de até 90 metros.
O geógrafo Milton Santos diz que "pensar o mundo não é mais um privilégio europeu e a reelaboração do mapa do planeta é uma forma de libertação do colonialismo". O geógrafo francês Yves Lacoste afirmava que interpretar os dados de um mapa era "saber agir sobre o terreno."
Como o espaço geográfico é o resultado da dinâmica de ação do homem sobre a natureza, os mapas são importantes para a análise desse processo de ocupação e organização da natureza em função dos espaços da produção agrícola e industrial, da circulação de mercadorias, bem como das condições de tempo, que influem nesse processo.
Ao conjunto de técnicas e pesquisas em eletrônica, microondas (radar) e o tratamento da coleta das informações prestadas por tais pesquisas, denominamos de sensoreamento remoto. Estes sistemas são compostos a partir de plataformas espaciais, satélites, aviões, estações terrestres de rastreamento e coleta de dados, que são processados em computador. Mesmo com essa tecnologia de ponta, para que um mapa seja mais preciso, é necessário que o sensoreamento remoto seja complementado por pesquisas de campo, a fim de se coletar mais dados junto à superfície terrestre. Votaremos a isso no final do assunto.

Conceitos, Definições e Objetivos - Conceitualmente, a cartografia pode ser entendida como uma ferramenta, atividade meio, usada para auxiliar no diagnóstico e no delineamento de soluções para problemas sociais, econômicos, culturais, de engenharia etc...apresentados. Seu uso é abrangente.
Valendo-se para a consecução de seus objetivos, de diversas ciências e tecnologias, a cartografia constrói seu produto conforme as necessidades exigidas e o entrega na forma de mapas, único instrumento capaz de representar em escala, com o grau de exatidão requerido, todas as informações geográficas, quantitativas e temáticas, componentes necessárias ao planejamento.
A cartografia pode ser vista, neste caso, como a primeira ferramenta a ser utilizada antes que outras venham ser empregadas.
Constata-se que o produto cartográfico está associado a uma necessidade de apresentação e expressão de resultados. Um produto cartográfico, elaborado com o objetivo de expressar um conjunto de informações, deve ser ajustado às necessidades de apresentação impostas por essas informações, por meio de procedimentos e normas técnicas capazes de assegurar que o mapa elaborado satisfará as exigências originais do projeto
Pode ser dito, também, partindo dessa constatação, que a cartografia é a linguagem de expressão do sensoriamento remoto, sendo portanto flexível para se ajustar as diferentes imagens&informações, produzidas pelos sensores remotos atuais e pelas novas metodologias para o processamento e interpretação desses dados

Atributos da Cartografia - A cartografia é capaz de expressar informações quantitativas e qualitativas, decorrentes de fenômenos ocorridos, que estejam ocorrendo ou que venham acontecer. Para tal a cartografia deve assegurar que o mapa responda as seguintes questões:
Espacial
Onde ocorre o fato
Qual a forma
Quais são as dimensões
Temporal
Quando ele ocorreu
Temático
Qual o tipo de ocorrência
Tipos de Mapas
Os mapas, são divididos em 3 tipos de documentos: topográfico, temático e especial. O mapa topográfico é o principal, pois sobre ele assentam-se informações de temas específicos, tais como vegetação, geologia, sistemas ferroviários etc....
Face ao exposto, podemos escrever que a cartografia contempla os seguintes documentos:
Cartas topográficas;
Cartas ou mapas temáticos;
Cartas ou mapas especiais.

Escala
Número adimensional utilizado para indicar de quanto está reduzida as dimensões de uma região de maneira que ela possa ser representada sobre uma folha de papel.
Ex: 1/1000. Esta notação informa que no mapa uma determinada área tem suas dimensões reduzidas 1000 vezes. Assim podemos dizer que 1mm no mapa correspondia a 1000 mm no terreno ou que, 1cm a 1000cm no terreno etc...
As escalas podem ser representadas numericamente, por exemplo 1/26.000, ou graficamente. Neste caso esta relação, que indica a escala, é transformada em uma régua onde as distâncias são lidas diretamente, (Figura 1) .

Projeção- Modelos geométricos ou analíticos adotados para se representar a superfície da Terra, total ou parcial, a ser mapeada sobre um plano horizontal. As projeções cartográficas possuem características que garantem a elaboração de mapas para todos os tipos de uso e aplicação.
Quanto ao modelo de desenvolvimento:
Cilíndricas
Normais
Transversas
Oblíquas
Cônicas e ou Policônicas
Normais
Transversas
Planas
Polares
Equatoriais
Oblíquas
Quanto aos atributos:
Equidistantes
distância medida sobre um meridiano no mapa = distância medida no terreno
distância medida sobre um paralelo no mapa = distância medida no terreno
Equivalentes
área de uma superfície medida no mapa = área dessa superfície no terreno
Conformes
forma observada no mapa = forma real do alvo.
Azimutais
direção azimutal no mapa = direção azimutal no terreno
Forma da Terra
Quando se pretende representar um objeto segundo uma projeção, é importante que se conheça a forma e as dimensões do objeto. Na cartografia a forma da Terra é um fator importante que deve ser considerado, pois é esta figura que será desenvolvida em um plano, utilizando um dos modelos de projeção conhecidos.
A Terra em uma primeira aproximação pode ser considerada uma esfera perfeita, entretanto quando se deseja representá-la com mais detalhe e exatidão faz-se necessário conhecer sua forma e dimensões com maior precisão, assunto que é estudado pela Geodésia.
A forma real da Terra é irregular. Conhecida como geóide exige uma superfície regular que melhor ajuste-se a ela, para que as operações cartográficas possam ser realizadas. Esta superfície chamada de elipsóide é a figura a ser desenvolvida no plano e é definida pelo sistema geodésico de cada País.

Informações Marginais (Legenda)- A legenda é parte integrante de qualquer mapa. Ela é constituída de um conjunto de informações que, exibida em uma das margens do mapa, auxiliará o usuário a ler, compreender, interpretar e julgar um determinado documento cartográfico.
Uma legenda constitui-se da apresentação de todas as convenções aplicadas no mapa e das informações complementares para que essa leitura seja realizada, tais como:
Escala, projeção e elementos para orientação do mapa
Área de abrangência e localização no Globo, Continente, País, Região, Estado ou Município.
Articulação com os mapas vizinhos ( quando houver )
Época de execução das fases do trabalho.
Organização executora
Convenções cartográficas
Coordenadas geográficas e/ou UTM quando for o caso.
Fragmentos das imagens que deram origem ao mapa podem também ser utilizados na legenda de alguns tipos de documentos cartográficos, para mostrar como os elementos do terreno são representados nesses mapas.

Leitura de Mapas - A leitura de um documento cartográfico não é uma tarefa difícil embora exija do usuário atenção, principalmente quando ele deseja extrair informações que não estão explicitadas por símbolos ou convenções.
Os documentos cartográficos em escala pequena, apresentando aspectos físicos do terreno, são os mapas mais simples de serem lidos.
Mas todos os mapas tornam-se documentos de simples leitura desde que acompanhados de uma legenda, na qual esteja explicitados todos os símbolos, cores e convenções empregadas para definir os elementos do terreno ou fenômenos mapeados.
A imagem de satélite e a fotografia aérea não possui esta facilidade, o que exige do usuário conhecimentos para sua interpretação.
Outras convenções cartográficas, tais como símbolos, cores e figuras são encontradas na legenda dos mapas, sinalizando temas de caráter geral ou específicos, de forma que o cartográfico possa ser lido e interpretado (Tabela 1).
Como interpretar mapas- Como toda e qualquer abordagem interpretativa, a primeira atitude é a de ler o título para saber de que trata o conteúdo do mapa; depois reconhecer a legenda, geralmente na parte inferior esquerda ou direita, a fim de se inteirar das convenções e compreender o que se assinala no mapa. Para se ter uma idéia das distâncias e do tamanho real do que está sendo mapeado, se consulta a escala.
Hoje todos os mapas apresentam o norte em cima; o sul em baixo; o leste, à direita e o oeste, á esquerda. Nem sempre foi assim. Como exemplo, na Idade Média, além de serem mais uma obra de arte do que uma técnica, os mapas apresentavam o leste na parte de cima, pois o leste (ou oriente) é onde o Sol nasce e se encontra a salvação espiritual. Até o século XVI, época das Grandes Navegações Européias, os mapas-múndi colocavam nosso planeta com o sul para cima

Orientação Geográfica - Nos tempos antigos, os referenciais para orientação geográfica eram acidentes da natureza, as estrelas e, marcos urbanos (palácios, igrejas, praças, estátuas). Desde quando iniciou-se o processo de expansão burguesa mercantil europeia pelos oceanos, iniciou-se o uso da bússola. No seu fundo está a rosa-dos-ventos, onde se mostram os pontos cardeais, colaterais e sub-colaterais.
Os pontos cardeais (principais) são o Norte (N) ou setentrião, Sul (S) ou meridional, leste (L) ou oriente – onde o Sol nasce, e oeste (O ou W) ou ocidente.
Os pontos cardeais baseiam-se no movimento aparente do Sol na Terra: ele sempre nasce a leste. Para nos orientarmos pelo Sol basta apontarmos o braço direito para o oriente; daí o esquerdo é o ocidente; à frente é o Norte; às costas, o Sul.
À noite, aqui no hemisfério sul da Terra podemos nos orientar pela Constelação do Cruzeiro do Sul – prolongamos o corpo da cruz 4 vezes e meia (a partir da estrela da ponta de baixo, chamada de Estrela de Magalhães) e, depois, tiramos uma vertical até a linha do horizonte: aí está o Sul. O resto se deduz. No hemisfério Norte, desde os tempos mais antigos, se orientava pela Estrela Polar (da Constelação da Ursa Menor), da qual se tirando uma vertical se aponta para o Polo Norte.
A bússola é basicamente uma agulha imantada que, girando sobre um eixo central e vertical, aponta para o Polo Sul magnético. Do núcleo interno da Terra partem ondas eletromagnéticas que se propagam externamente de um pólo ao outro do planeta.
Estuda-se em magnetismo que polos iguais se repelem e contrários se atraem. Sendo assim, conclui-se que o Polo Sul magnético atrai a ponta imantada da agulha da bússola (seu polo norte) e vice-versa. O que chamamos de pólos geográficos são as extremidades do eixo terrestre e onde os meridianos se encontram. Entre um polo geográfico e o polo magnético há uma diferença em graus, chamada de declinação magnética. Assim entre o Polo Norte geográfico e o Polo Sul magnético, situado junto à Ilha Príncipe de Gales, no Canadá, a distância é de 4.000 km, correspondente à declinação magnética entre ambos. Os pilotos, antigamente, usavam tábuas de declinação para calcular a rota certa dos navios. Hoje em dia a maioria dos barcos, mesmo os de passeio ou pesca, possuem GPS.
A tecnologia de ponta permite a orientação de maneira mais eficaz. As torres de comando dos aeroportos orientam as aterrissagens e subidas dos aviões através de rádio. Os aviões se guiam pelo radiogoniômetro, cuja intensidade, volume e direção de sinais indica a posição do avião. O radar emite ondas eletromagnéticas que vão e voltam e se projetam numa tela, permitindo a orientação do piloto. O método mais moderno é o sistema GPS IPS 360 Pyxis, aparelho que capta sinais de satélites e calcula automaticamente as coordenadas geográficas (em graus, minutos e segundos) e a altitude do avião ou navio.
Coordenadas Geográficas -
Os círculos imaginários que envolvem a Terra são os paralelos e os meridianos. As coordenadas geográficas representam a rede de paralelos e meridianos, cuja intersecção serve para se localizar qualquer ponto sobre a superfície terrestre. Todos os paralelos cortam perpendicularmente o eixo terrestre; enquanto os meridianos se cruzam nos extremos (ou pólos) do eixo terrestre. Este último não deve ser confundido com aqueles meridianos – o eixo é uma linha diametral imaginária que passa pelo centro da Terra; os meridianos são semicírculos que vão de um polo ao outro.
Como a Terra é redonda, criaram-se referenciais de partida para a latitude e a longitude. Para se determinar a latitude, o referencial é o paralelo 0°, o Equador; da longitude é o Meridiano Principal ou de Greenwich.
O Equador é o único paralelo que serve de referencial da latitude, pois é o único que corta a Terra num plano diametral, dividindo-a, portanto, em dois hemisférios, o Norte e o Sul. A latitude é a distância em graus que vai de um ponto qualquer da Terra ao Equador; é medida de 0° (Equador) a 90° (Pólos Norte e Sul geográficos). As latitudes são consideradas baixas quando se localizam entre 0° e 30°; médias latitudes, até aproximadamente 50°; altas latitudes, de 50° a 90º. Elas são medidas sobre arcos de meridianos.
A longitude é a distância em graus de qualquer ponto da Terra ao Meridiano de Greenwich. É medida sobre os arcos de paralelos e se estendem a leste ou oeste de 0° (Greenwich) a 180º. Como todos os meridianos se cruzam nos pólos, apresentam a mesma extensão de 40.036 km e cortam a Terra num plano diametral. Sendo assim, qualquer um deles poderia ser o referencial 0° para a contagem inicial da longitude.
A cidade de Londres era a capital do Império colonial maior do século passado, o Império Britânico. Em 1895, nesta capital, realizou-se o Congresso Internacional de Cartografia, e se convencionou o meridiano que passa em Greenwich (onde havia um observatório astronômico), subúrbio de Londres, como o referencial 0° de longitude. Se fosse após a II Guerra Mundial era mais que provável que colocassem a cidade de Nova Iorque como o referencial...
Fusos Horários- Ao movimento completo da Terra em torno do seu eixo imaginário chamamos de rotação, da qual resultam os dias e as noites, durando 23 horas e 56 minutos, ou 24 horas. Este movimento de rotação é feito no sentido oeste-leste (anti-horário). Enquanto isto, o Sol descreve aparentemente um movimento na Terra no sentido contrário, de leste para oeste.
A partir desses movimentos em sentidos antagônicos, conclui-se que o hemisfério leste está sempre mais adiantado em horas que o hemisfério oeste. Se viajarmos de um ponto qualquer para leste, aumentamos a hora; se for no sentido oeste, diminuímos a hora.
Quando o Sol passa exatamente em cima de um meridiano é exatamente meio-dia naquele ponto situado sobre aquele meridiano. É por isto que os países de língua inglesa colocam os sufixos a.m. (ante-meridien – de manhã) e p.m. (post-meridien – à tarde).
Seria confuso, no entanto, se cada cidade (ou ponto sobre a Terra) usasse essa hora astronômica – haveria n horas diferentes. É preciso criar uma convenção internacional determinando uma hora mundial, um referencial planetário. Com este objetivo se criaram os fusos horários, tendo como ponto de partida o GMT (Greenwich Meridien Time), ou seja, a hora de Londres, firmado no século passado.
Sabemos que toda e qualquer circunferência tem 360º. Como o movimento de rotação da Terra é realizado em 24 horas, divide-se 360 por 24 e chega-se a 15º. Este espaço de 15° é o fuso horário, onde ocorre a hora legal tanto ao norte como ao sul do Equador.
O Brasil tem 3 fusos horários. a) O de Brasília, com 3 horas menos que Londres, e que abrange todos os Estados litorâneos, além de Goiás, Tocantins e Brasília. b) Os Estados de Mato Grosso, M. Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, quase todo o Amazonas, e metade do Pará (a oeste do rio Xingu) estão a 4 fusos horários menos que Londres. c) Apenas o Acre e o sudoeste do Estado do Amazonas estão a 5 fusos horários menos que GMT.
Quando se calcular a diferença a menos de horas do Brasil em relação ao GMT devemos levar em conta os fusos horários, como também o horário de verão aqui e na Europa.
Do lado contrário do Meridiano de Greenwich, no Oceano Pacífico, criou-se o Antimeridiano de Greenwich ou Linha Internacional de Mudança de Data, a 180º. Se formos do Brasil para o Japão, ultrapassamos a LID e, assim, além de mudar as horas, temos que aumentar 1 (um) dia; ao retornarmos, diminui-se 1 dia. Revisando: ultrapassando a LID de oeste para leste aumentamos 1 dia; de leste para oeste, diminuímos 1 dia.
Uma observação importante e prática: em todo e qualquer exercício de fusos horários é necessário que se dê a localização geográfica em longitude das cidades e se memorize aquela questão prática: ao caminharmos para o oriente aumentamos a hora; para o ocidente, diminuímos a hora.

Ensinando Cartografia

a) Introdução - Alguém que recebe a incumbência para ensinar algo deve primeiro justificar o porque está ensinando esse algo, afinal aprender ou ensinar alguma coisa sem necessidade é desmotivante, colocando em cheque o aproveitamento do aluno, que não sabe por que está aprendendo tal assunto, e o desempenho do professor, que desconhecendo a aplicabiliddade do tema no cotidiano sente-se impossibilitado de avançar e aplicá-lo no dia a dia da escola.
Quem ensina cartografia deve er essa preocupação. Cartografia, nome da técnica utilizada para fazer mapas, não existe se não tiver demanda para elaboração e utilização dos mesmos, o que tornaria seu aprendizado um conjunto de regras e modelos sem nenhuma utilidade prática.
Atualmente observa-se que muitos profissionais estão envolvidos no ensino da cartografia, desenvolvendo modelos para que alunos do ensino fundamental aprendam o que é uma escala, como é feita a representação do relevo, o que é uma projeção cartográfica etc, tudo isso desconsiderando o exercício da própria cartografia no cotidiano da escola, quando do ensino de outras disciplinas, tais como geografia, história, sociologia, dentre outras, que se utilizando dessa ferramenta e de seus produtos auxilia na eficácia de seu aprendizado.
Então como ensinar cartografia? Inicialmente é fundamental despertar o interesse do aluno para as aplicações cartográficas, conduzindo-o a exercitá-la sem que isto configure um tópico de uma disciplina ou ela própria. Afinal por que aprender cartografia?
Este despertar para a cartografia pode ser iniciado com o aluno ainda na pré infância, através de informações apresentadas pela própria escola na forma de mapas, a respeito de sua vizinhança, acessos, meios transporte, segurança pública e etc. Essa informações são úteis tanto para os pais como para os alunos, que passarão a elaborar seus próprios "mapas" independente se sabem o que é escala projeção ou qualquer outra técnica cartográfica.
Trata-se do exercício cotidiano da cartografia como necessidade e do interesse do próprio aluno, que em conseqüência do seu processo de aprendizagem, aprimora e amplia o seu uso, incorporando novos conhecimentos, tais como geometria, física, matemática, etc...
Outras perguntas podem ser formuladas, como por exemplo: Por que o interesse do ensino da cartografia nas escolas?
Outras questões podem também ser levantadas. Cabe então ao educador, procurar a resposta que vá ao encontro da formação do cidadão e não de outros interesses.
Entende-se que essas respostas devem convergir para o seguintes objetivos:
Auxiliar no aprendizado da geografia, história e de outra disciplinas;
apoio às atividades cotidianas do aluno e na formação de sua cidadania.
Respostas que contemplem outros aspectos, tais como:
Disseminação das aplicações cartográficas e de seus produtos no país;
utilização de novas tecnologias, etc...
Podem também ser consideradas, entretanto, objetivos secundários desse processo para o ensino da cartografia.

b) Ensinando ao aluno - Ensinar cartografia, segundo o ponto de vista aqui apresentado, está associado a 5 fases de trabalho que, respeitadas as suas prioridades definem o conjunto de ações que devem ser desenvolvidas respectivamente pelo professor e aluno, tanto no âmbito local como de sua escola, como de realidades mais distantes.
As fases são as seguintes:
Fase-1: Expressar todas as informações pertinentes a localização da escola, acessos, sítios de interesse tais como: papelarias; farmácias; pontos de ônibus; etc...por meio de mapas ou croquis elaborado pelos professores da própria escola;
Fase-2: Capacitação de professores em cartografia;
Fase-3: Utilização e aplicação freqüente de mapas nas aulas e na elaboração dos exercícios propostos aos alunos pelo professor;
Fase-4: Capacitação específica em cartografia para os alunos do ensino fundamental, apartir da 5a série. Este treinamento deverá sempre está associado às disciplinas que estão sendo ministradas nesse período;
Fase-5: Curso profissionalizante para formação de técnicos de nível médio em cartografia.
Observa-se que não é exigido professores com conhecimentos especializados em cartografia até a fase-4.
Os professores das disciplinas de geografia, matemática, ciências, e artes plásticas, orientados para conhecer as bases em que assenta a cartografia serão os orientadores e disseminadores do uso e aplicação da cartografia para este momento. (Tabela2)

A fase-5, dedicada a formação de profissionais para cartografia, será trabalhada por especialistas conforme os currículos aprovados.
Devido ao desconhecimento do que propõe a cartografia e a falta de cultura na utilização de seus produtos pela sociedade, o trabalho que está sendo apresentado tem como objetivo principal despertar e incentivar o uso sistemático da cartografia como ferramenta para compreensão dos problemas físicos, sociais, econômicos, políticos e culturais, junto ao estudo das disciplinas escolares e no cotidiano do educando.

c) Requisitos
A consecução dos objetivos desta proposta pauta-se na metodologia apresentada e nos recursos humanos e materiais existentes na escola. Devido os recursos que estão disponíveis em cada escolas apresentarem diferenças significantes chamou-se de kit básico os meios que serão necessários para o desenvolvimento deste trabalho.
Paralelamente indica-se também outro conjunto de recursos, humanos e materiais, que podem contribuir com a eficácia deste processo (Tabela 3).

Esta tabela contempla os recursos mínimos necessários para a implantação e desenvolvimento desse trabalho junto as escolas da rede de ensino fundamental.
Observa-se que esse materiais integram o acervo de qualquer escola e dos materiais que os alunos costumam trazer para as aulas.
Os materiais suplementares são utilizados para auxiliar esse trabalho e enriquecem o aprendizado do aluno, entretanto é importante que os professores que forem utilizar dominem esse conjunto de facilidades e possam disponibilizá-los para todos os alunos (Tabela 4)


Outra característica deste processo é permitir ao professor continuar criando atividades em sala de aula e no campo com seus alunos, valendo-se do acervo básico e de sua própria imaginação.
Visando auxiliar os professores que envolver-se-ão com este trabalho, apresenta-se uma relação de atividades que podem ajudar na compreensão e conhecimento dos objetivos e técnicas cartográficas:
a-Passeio em trilhas, caça ao tesouro;
b-Conhecendo nosso bairro para identificação de locais poluídos, sujos, perigosos;
d-Corridas de orientação;
e-Enduro ambiental;
f-Desenhando no mapa a trajetória das caravelas de Cabral e Colombo;
g-Identificar no mapa do Brasil o local onde foram torpedeados os navios brasileiros durante a 2a guerra mundial, etc...

d) Conclusão e Recomendações
A concepção desta metodogia foi desenvolvida a partir dos princípios básicos que norteiam as técnicas de ensino, de observações, reflexões, e de experiências vividas junto às escolas do ensino fundamental.
Face ao exposto propõe-se:
O ensino da Catografia deve iniciar da mesma maneira que os mapas apareceram, "partindo de necessidades," independente do conhecimento matemático do que seja escala, projeção etc...
Nas séries mais avançadas professores e alunos poderão lançar mão de bibliografias específicas a respeito do tema, iniciando assim junto as disciplinas de desenho, matemática os conceitos de escala, projeção forma da Terra etc...
Finalmente recomenda-se que cartografia não seja nem disciplina, nem tópico de disciplina, mas uma nova forma linguagem para apresentar e analisar temas ambientais, sociais, históricos, biológicos, etc, que estão contemplados nas disciplinas escolares do ensino fundamental e médio.


Bibliografia
Revista Geografia & Ensino, v6 ,n.1, p 100-103, Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Geografia, 1997
BAKKER, Múcio Piragibe Ribeiro de. Cartografia - Noções Básicas. Rio de Janeiro, Ministério da Marinha, Diretoria de Hidrografia e Navegação, 1965
OLIVEIRA, Cêurio de. Dicionário Cartográfico, 4 ed, Rio de Janeiro, IBGE, 1993

Sites:
http://www.spg.com.br

Um comentário:

  1. oi prof... quanto tempo!!!! por um acaso achei seu site.... Fui seu aluno.. e "chorava" nas aulas de cálculo cartográfico. kkkkkkkk. Quis o destino virei arquiteto,e uso demais a danada das escalas.Também lembro de vc era humano com os alunos sempre apoiando e incentivando, queria 110% e aproveitamento...
    Ainda continua com as aulas alegres mas rígidas?!!!

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