Muito antes de 1500, o Brasil era
chamado de Pindorama, uma terra selvagem e limpa, vivia à sombra de mil palmeiras. Foi nessa época que o índio Itagibá, valente
entre os mais valentes, se despediu de Potira, sua amada esposa, e desceu o rio
para combater uma tribo inimiga. Doze luas passaram sem que o moço guerreiro
voltasse. Potira chorou de saudades.
Em um tempo atrás, na região Centro-Oeste, vivia à beira de
um rio uma tribo indígena, e dela fazia parte um casal de índios onde a paixão se destacava entre todos os outros casais. Ele, um guerreiro
poderoso e valente, chamava-se Itagibá, que significa “braço forte”. Ela, uma
jovem e bela moça, tinha o nome de Potira, que significa “flor”.
Viviam tranquilamente e felizes, no entanto, a tribo foi
atacada e Itagibá precisou partir para a guerra junto com os outros guerreiros.
Chegado o grande dia, Itagibá e os outros
guerreiros subiram na canoa e seguiram rio acima, na guerra contra o inimigo. Ao se despedirem, a esposa não deixou
cair uma só lágrima, mas seguiu, com o olhar muito triste, o marido que se
afastava em sua canoa. Todos os dias a bela índia ia para a margem do rio
esperar o esposo. Ficava atenta, querendo ouvir o som de um remo batendo na água e ver uma canoa despontar na curva do rio, trazendo de volta seu amado. Somente retornava à taba quando o sol se punha e depois de voltar os olhos uma última vez, tentando distinguir no entardecer o perfil de Itagibá. Foram muitas tardes iguais, com a dor da saudade aumentando pouco a pouco. Passou-se muito tempo, mas Potira permanecia serena, confiante, com a esperança que logo seu amado chegaria.
Após doze luas, quando
os guerreiros da tribo regressaram à sua taba, Itagibá não estava entre eles. O
canto do urutau ressoou na floresta. Potira foi informada que seu marido morreu
lutando bravamente. Ao receber essa notícia, a jovem índia sem dizer uma
palavra ficou à beira do rio para o resto de sua vida, chorando tristemente a
morte de seu amor. Suas lágrimas misturaram-se com a areia da praia. O deus Tupã
ficou condoído com tanto sofrimento e transformou as lágrimas de Potira em diamantes, que se
misturaram com a areia do rio. Daí a razão pela qual os diamantes são
encontrados entre os cascalhos e areias do rio. Seu brilho e pureza perpetuam as
lágrimas de saudade e de amor da índia Potira.
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