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quinta-feira, 31 de maio de 2018

PERIGO NO TRONCO


Tem seu nome popular de origem tupi-guarani: tatá-ranas, ou "aquilo que queima como fogo". Embora pareçam inofensivas, as lonomias, mais conhecidas como taturanas, provocam graves queimaduras e até mesmo a morte em animais e seres humanos. Conhecidas popularmente como “lagartas de fogo”,  “mandruvás” ou “mondrovás”, elas se transformam, na fase adulta, em mariposas.


A taturana é pequenina: mede entre 5 e 7 centímetros; mas tem o corpo coberto de pelos espinhosos, de onde sai o veneno. Todo cuidado é pouco a entrar numa região de mata ou, subir numa árvore sem olhar, minunciosamente, seu tronco e seus galhos e folhas. O contato com a grande maioria das lagartas provoca dor e queimação, com inchaço e vermelhidão no local atingido. Porém, o acidente com a Lonomia pode causar uma síndrome hemorrágica, com sangramento na gengiva e na urina, até complicações graves como a insuficiência renal aguda, provocando a morte na falta de um tratamento correto.
A Lonomia é um inseto em fase larval que possui quatro estágios de desenvolvimento – ovo, lagarta, pupa e mariposa – frequentemente encontrada nos períodos de calor e chuva em troncos de árvores, camufladas e agrupadas em colônias. Somente na fase de larval a lagarta possui cerdas “espinhudas” que contêm um veneno que, em contato com a pele, causa “queimaduras”, dor local e sangramentos. Os acidentes com Lonomia nem sempre causam envenenamento e a gravidade do caso depende da quantidade de lagartas que a pessoa tocou e o quanto de veneno foi inoculado a partir do contato, se foi um contato leve ou se houve pressão sobre as cerdas.  Atualmente, o tratamento disponível para reverter os efeitos do envenenamento é a utilização do soro antilonômico produzido pelo Instituto Butantan desde 1994, único produtor do medicamento no mundo. O soro é obtido a partir do próprio veneno da Lonomia, em um processo no qual animais são imunizados com antígenos específicos e preparados com a toxina da lagarta.  Também há estudos para a utilização do veneno para tratamento de trombose, visto que age impedindo o sangue de coagular, uma característica que pode ser uma fonte para novos medicamentos.

A identificação de lonomias é dificultada quando elas formam colônias. Para se defenderem dos predadores, ficam juntas, grudadas nos troncos das árvores, formando desenhos como se fossem um nó no tronco ou parte da folhagem. A pessoa que inadvertidamente tocá-las,  recebe alta dose de toxinas, que dão a sensação de queimadura, podendo levar á morte se a pessoa for alérgica. O risco é muito grande se a espécie for a lonomia oblíqua, a mais temível e mortífera de todas.

O AVANÇO DA LAGARTA
O encontro da lagarta com o homem deve-se provavelmente ao desmatamento e é facilitado pela existência de moradias próximas à ilhas de mata nativa, inclusive no meio urbano. Os motivos da expansão populacional da taturana Lonomia obliqua  é devido o desmatamento e o uso de agrotóxicos nas plantações.  A diminuição de um ou mais de seus predadores naturais. O principal deles é uma mosca da família Tachinidae. Ela deposita cinco ou seis ovos. Outro predador é o vírus loobMNPV, nocivo apenas para a Lonomia obliqua. Para reduzir acidentes o melhor é a conscientização. Conhecer a lagarta e saber como evitá-la.

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