Tem seu nome popular de origem tupi-guarani: tatá-ranas, ou
"aquilo que queima como fogo". Embora pareçam inofensivas, as
lonomias, mais conhecidas como taturanas, provocam graves queimaduras e até
mesmo a morte em animais e seres humanos. Conhecidas popularmente como
“lagartas de fogo”, “mandruvás” ou
“mondrovás”, elas se transformam, na fase adulta, em mariposas.
A taturana é pequenina: mede entre 5 e 7 centímetros; mas
tem o corpo coberto de pelos espinhosos, de onde sai o veneno. Todo cuidado é
pouco a entrar numa região de mata ou, subir numa árvore sem olhar,
minunciosamente, seu tronco e seus galhos e folhas. O contato com a grande maioria das lagartas provoca dor e
queimação, com inchaço e vermelhidão no local atingido. Porém, o acidente com a
Lonomia pode causar uma síndrome hemorrágica, com sangramento na gengiva e na
urina, até complicações graves como a insuficiência renal aguda, provocando a
morte na falta de um tratamento correto.
A Lonomia é um inseto em fase larval que possui quatro
estágios de desenvolvimento – ovo, lagarta, pupa e mariposa – frequentemente
encontrada nos períodos de calor e chuva em troncos de árvores, camufladas e
agrupadas em colônias. Somente na fase de larval a lagarta possui cerdas
“espinhudas” que contêm um veneno que, em contato com a pele, causa
“queimaduras”, dor local e sangramentos. Os acidentes com Lonomia nem sempre
causam envenenamento e a gravidade do caso depende da quantidade de lagartas
que a pessoa tocou e o quanto de veneno foi inoculado a partir do contato, se
foi um contato leve ou se houve pressão sobre as cerdas. Atualmente, o tratamento disponível para reverter os efeitos
do envenenamento é a utilização do soro antilonômico produzido pelo Instituto
Butantan desde 1994, único produtor do medicamento no mundo. O soro é obtido a
partir do próprio veneno da Lonomia, em um processo no qual animais são
imunizados com antígenos específicos e preparados com a toxina da lagarta. Também há estudos para a utilização do veneno
para tratamento de trombose, visto que age impedindo o sangue de coagular, uma
característica que pode ser uma fonte para novos medicamentos.
A identificação de lonomias é dificultada quando elas formam
colônias. Para se defenderem dos predadores, ficam juntas, grudadas nos troncos
das árvores, formando desenhos como se fossem um nó no tronco ou parte da
folhagem. A pessoa que inadvertidamente tocá-las, recebe alta dose de toxinas, que dão a
sensação de queimadura, podendo levar á morte se a pessoa for alérgica. O risco
é muito grande se a espécie for a lonomia oblíqua, a mais temível e mortífera
de todas.
O AVANÇO DA LAGARTA
O encontro da lagarta com o homem deve-se provavelmente ao
desmatamento e é facilitado pela existência de moradias próximas à ilhas de
mata nativa, inclusive no meio urbano. Os motivos da expansão populacional da
taturana Lonomia obliqua é devido o
desmatamento e o uso de agrotóxicos nas plantações. A diminuição de um ou mais de seus predadores
naturais. O principal deles é uma mosca da família Tachinidae. Ela deposita
cinco ou seis ovos. Outro predador é o vírus loobMNPV, nocivo apenas para a
Lonomia obliqua. Para reduzir acidentes o melhor é a conscientização. Conhecer
a lagarta e saber como evitá-la.
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