Calor, solzão, dia alegre… pede uma cachoeira pra refrescar, não é? Gosta de se refrescar em cachoeiras? Veja cuidados que devem ser tomados. Verão, calor e milhares de pessoas procuram cachoeiras para se refrescar. Diversão que pode terminar mal.
Cachoeiras são uma das melhores opções de lazer e contato com a natureza: são sempre emolduradas por belas paisagens. Elas são uma excelente forma de se desligar da correria do dia a dia. O modo mais adequado de aproveitar cachoeiras e rios é conhecendo todos seus atrativos — e também todos os seus riscos. É bom ter certeza de passar só pelo melhor dessas belezas naturais, não é? Também é preciso cuidado com pedras e raízes nas trilhas no meio da mata que dão acesso às cachoeiras.
As cachoeiras ganham uma importância enorme nessa época quente. Muita gente leva a família e passa dias inteiros curtindo esse presente da natureza, às vezes até acampados por perto. E voltam muitas e muitas outras vezes em épocas diferentes… mas alguns não voltam.
ENTENDA OS PERIGOS DE ENTRAR EM CACHOEIRAS E RIOS DESCONHECIDOS
Cachoeiras e rios traiçoeiros
Muita gente tem o hábito de, ao escolher o destino, simplesmente ir sem preparar ou pesquisar qualquer coisa. Isso deve ser evitado! A primeira ação deve ser pesquisar. Pesquise bem a cachoeira e rio antes de decidir aonde ir. A pesquisa é um requisito básico para curtir cachoeiras e rios, seja para um banho rápido, seja para acampar. Saber as condições meteorológicas, tanto da cidade, como da redondeza, é a melhor forma de evitar essas surpresas. Só assim você saberá detalhes importantes. Saber disso é necessário para avaliar o risco de se expor.
Fenômenos naturais
Outro risco traiçoeiro de percursos fluviais são os fenômenos naturais. Em geral, três fenômenos são os mais frequentes em cachoeiras e rios, alterando o fluxo e volume da água.
- Enxurrada - É o nome do fenômeno onde o nível de água que passa pelo rio aumenta vertiginosamente, em muito pouco tempo. Muitas vezes, o rio não chega a inundar a região à sua volta, por isso pode-se de dizer que enxurrada e enchente não são a mesma coisa. A causa da enxurrada pode ser tanto tromba d’águas, como cabeça d’águas.
- Cabeça d’água - Quem já conhece o hábito de alguns rios de ficarem mais violentos de um momento para o outro, sabe que a chuva é a principal causa. Mas, muitas vezes, a forma que a chuva causa mudanças no rio é misteriosa: não se viu de chuva em lugar algum e, mesmo com o céu aberto, ele aumenta. Essa reação é típica das cabeças d’água, onde chove em um trecho distante do rio, como em nascentes ou serras, aumentando o volume da água. Assim, a chuva não é necessariamente direta no rio, mas a água escoa para ele, causando o aumento.
- Tromba d’águas - Se as cabeças d’água podem chover em qualquer lugar, as trombas d’água chovem direta e localizadamente sobre o rio. São chuvas muito intensas e muito breves de, no máximo, 30 minutos.
Agora você já conhece as diferenças entre esses três fenômenos parecidos. Isso é algo importante de se saber para entender as condições meteorológicas que as causam — como alta umidade e forte calor, no caso das cabeças d’água.
Paredões escorregadios
A paisagem deslumbrante do alto de uma queda d’água pode ser muito convidativa: escalar para tirar uma selfie pode ser tentador. Porém, essas escaladas são altamente perigosas, muito mais do que se imagina. É desaconselhável tentar escalar as pedras de uma cachoeira. Isso porque, além de molhadas e cobertas de musgo escorregadio, muitas das pedras não ficam realmente presas no paredão.
Profundidade das piscinas
As piscinas ou poços das cachoeiras não são uniformes. Isso se deve à própria queda d’água: onde ela cai é mais profundo, mas a própria vazão e fluxo da água é irregular. É possível que, logo ao lado da parte mais profunda do poço, já esteja rasa — seja em função de areia, seja em função de pedras arrastadas pela correnteza. Essas pedras, junto a troncos e outros sedimentos, escondem um sério risco nas piscinas. Por isso, evite pular diretamente na piscina “de cabeça”. O mais seguro é entrar aos poucos, “tateando” à medida que nada. “Seguro morreu de velho”. Mesmo que você esteja careca de conhecer o local, verifique a profundidade antes de mergulhar. As águas se movimentam o tempo todo e, com elas, as pedras, os troncos de árvores e a terra no fundo do rio.
Pedras e escorregões
Falando nas pedras das piscinas, outra característica das cachoeiras é que elas são escorregadias. Além de molhadas, as pedras costumam ter uma camada de musgo (algas minúsculas presas à rocha) ou depósitos de lodo (um acúmulo de lama, areia e outros sedimentos). Andando por elas com cuidado, de preferência tendo alguém para se segurar ou um ponto de apoio (usando um pau como cajado, por exemplo), a chance de um escorregão sério é pequena. Já correr ou pular de uma pedra a outra, por sua vez, é quase certeza de queda. O fato delas estarem secas não quer dizer que não estão escorregadias.
Passagens e cavernas
Em algumas cachoeiras e rios, devido à ação da água, formam-se interessantes passagens entre as rochas, semelhantes a cavernas. Se aventurar a explorar essas passagens não é recomendável: caso escorregue ou caia, a chance de se prender é séria. O fluxo de água é imprevisível, membros presos tendem a inchar e, assim, ficarem ainda mais difíceis de liberar. Dependendo de quão estreita é a passagem, um possível resgate seria muito complexo.
Brincadeiras perigosas
Brincadeiras perigosas e violentas são completamente desencorajadas nesses locais, certo? Então, caso esteja com jovens e crianças e presencie algo parecido, recomende que parem. Cachoeiras e rios, afinal, são para se aproveitar. Seguindo essas dicas e estando atento aos riscos, a única certeza é um excelente banho e um bom descanso do estresse diário.
Cuide de sua segurança e respeite a natureza e as pessoas
- Se vai com família, nunca deixe as crianças sozinhas. Elas geralmente são aventureiras, curiosas e não têm dimensão dos perigos. Não tire os olhos delas.
- Cuidado com os chinelos de dedo (aqualas sandálias, tipo havaianas). Eles são um perigo, escorregam nas pedras pois não dão firmeza nenhuma aos pés e podem aprontar um tombo de uma hora para outra. E agarram na lama, tombo certo! Prefira papetes ou calçados com solado próprio para água, calçados que firmem bem nos seus pés.
- Nas áreas mais difíceis de atravessar, não arrisque pulos e, se possível, caminhe usando as mãos também. Em alguns momentos, andar de quatro garante a passagem segura. Antes de dar um passo, teste se está seguro antes de colocar seu peso todo sobre o apoio – seja uma pedra, um tronco, um galho.
- Jamais atravesse uma corredeira. Ela pode parecer fraquinha, mas a água tem muita força sempre e as pedras submersas são extremamente escorregadias. Sem equilíbrio você não tem chance alguma. Em último caso, o auxílio de uma corda é imprescindível.
- Não use bebida alcoólica ou qualquer outra substância entorpecente. Você precisa estar no melhor do seu juízo para tomar decisões acertadas, medir seus passos com precisão e controlar bem seu corpo. Ficar doidão nem pensar!
- Não participe ou promova brincadeiras de empurrar ou dar tombo em colegas. Deixe as brincadeiras idiotas pra outra hora em que você não coloque em risco a vida de ninguém. Num desses ataques de babaquice o colega cai de mal jeito e despenca rio abaixo. Faça brincadeiras saudáveis e divirta-se com responsabilidade, sempre respeitando o outro.
- Use roupa de banho e leve toalhas para se secar. As águas de cachoeiras são geralmente muito geladas e podem trazer um resfriado. Levar uma peça de roupa extra também é uma boa pedida, já que voltar pra casa com roupa molhada é sinônimo de ficar doente e cheio de assaduras.
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