quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

BANHO DE CACHOEIRA


Calor, solzão, dia alegre… pede uma cachoeira pra refrescar, não é? Gosta de se refrescar em cachoeiras? Veja cuidados que devem ser tomados. Verão, calor e milhares de pessoas procuram cachoeiras para se refrescar. Diversão que pode terminar mal. 


Cachoeiras são uma das melhores opções de lazer e contato com a natureza: são sempre emolduradas por belas paisagens. Elas são uma excelente forma de se desligar da correria do dia a dia. O modo mais adequado de aproveitar cachoeiras e rios é conhecendo todos seus atrativos — e também todos os seus riscos. É bom ter certeza de passar só pelo melhor dessas belezas naturais, não é? Também é preciso cuidado com pedras e raízes nas trilhas no meio da mata que dão acesso às cachoeiras. 
As cachoeiras ganham uma importância enorme nessa época quente. Muita gente leva a família e passa dias inteiros curtindo esse presente da natureza, às vezes até acampados por perto. E voltam muitas e muitas outras vezes em épocas diferentes… mas alguns não voltam. 

ENTENDA OS PERIGOS DE ENTRAR EM CACHOEIRAS E RIOS DESCONHECIDOS 

Cachoeiras e rios traiçoeiros 
Muita gente tem o hábito de, ao escolher o destino, simplesmente ir sem preparar ou pesquisar qualquer coisa. Isso deve ser evitado! A primeira ação deve ser pesquisar.  Pesquise bem a cachoeira e rio antes de decidir aonde ir. A pesquisa é um requisito básico para curtir cachoeiras e rios, seja para um banho rápido, seja para acampar. Saber as condições meteorológicas, tanto da cidade, como da redondeza, é a melhor forma de evitar essas surpresas. Só assim você saberá detalhes importantes. Saber disso é necessário para avaliar o risco de se expor. 

Fenômenos naturais 
Outro risco traiçoeiro de percursos fluviais são os fenômenos naturais. Em geral, três fenômenos são os mais frequentes em cachoeiras e rios, alterando o fluxo e volume da água. 
  • Enxurrada  - É o nome do fenômeno onde o nível de água que passa pelo rio aumenta vertiginosamente, em muito pouco tempo. Muitas vezes, o rio não chega a inundar a região à sua volta, por isso pode-se de dizer que enxurrada e enchente não são a mesma coisa. A causa da enxurrada pode ser tanto tromba d’águas, como cabeça d’águas. 
  • Cabeça d’água - Quem já conhece o hábito de alguns rios de ficarem mais violentos de um momento para o outro, sabe que a chuva é a principal causa. Mas, muitas vezes, a forma que a chuva causa mudanças no rio é misteriosa: não se viu de chuva em lugar algum e, mesmo com o céu aberto, ele aumenta. Essa reação é típica das cabeças d’água, onde chove em um trecho distante do rio, como em nascentes ou serras, aumentando o volume da água. Assim, a chuva não é necessariamente direta no rio, mas a água escoa para ele, causando o aumento. 
  • Tromba d’águas - Se as cabeças d’água podem chover em qualquer lugar, as trombas d’água chovem direta e localizadamente sobre o rio. São chuvas muito intensas e muito breves de, no máximo, 30 minutos. 
Agora você já conhece as diferenças entre esses três fenômenos parecidos. Isso é algo importante de se saber para entender as condições meteorológicas que as causam — como alta umidade e forte calor, no caso das cabeças d’água.


Paredões escorregadios 
A paisagem deslumbrante do alto de uma queda d’água pode ser muito convidativa: escalar para tirar uma selfie pode ser tentador. Porém, essas escaladas são altamente perigosas, muito mais do que se imagina. É desaconselhável tentar escalar as pedras de uma cachoeira. Isso porque, além de molhadas e cobertas de musgo escorregadio, muitas das pedras não ficam realmente presas no paredão. 

Profundidade das piscinas 
As piscinas ou poços das cachoeiras não são uniformes. Isso se deve à própria queda d’água: onde ela cai é mais profundo, mas a própria vazão e fluxo da água é irregular. É possível que, logo ao lado da parte mais profunda do poço, já esteja rasa — seja em função de areia, seja em função de pedras arrastadas pela correnteza. Essas pedras, junto a troncos e outros sedimentos, escondem um sério risco nas piscinas. Por isso, evite pular diretamente na piscina “de cabeça”. O mais seguro é entrar aos poucos, “tateando” à medida que nada. “Seguro morreu de velho”. Mesmo que você esteja careca de conhecer o local, verifique a profundidade antes de mergulhar. As águas se movimentam o tempo todo e, com elas, as pedras, os troncos de árvores e a terra no fundo do rio. 

Pedras e escorregões 
Falando nas pedras das piscinas, outra característica das cachoeiras é que elas são escorregadias. Além de molhadas, as pedras costumam ter uma camada de musgo (algas minúsculas presas à rocha) ou depósitos de lodo (um acúmulo de lama, areia e outros sedimentos). Andando por elas com cuidado, de preferência tendo alguém para se segurar ou um ponto de apoio (usando um pau como cajado, por exemplo), a chance de um escorregão sério é pequena. Já correr ou pular de uma pedra a outra, por sua vez, é quase certeza de queda. O fato delas estarem secas não quer dizer que não estão escorregadias. 

Passagens e cavernas 
Em algumas cachoeiras e rios, devido à ação da água, formam-se interessantes passagens entre as rochas, semelhantes a cavernas. Se aventurar a explorar essas passagens não é recomendável: caso escorregue ou caia, a chance de se prender é séria. O fluxo de água é imprevisível, membros presos tendem a inchar e, assim, ficarem ainda mais difíceis de liberar. Dependendo de quão estreita é a passagem, um possível resgate seria muito complexo. 

Brincadeiras perigosas 
Brincadeiras perigosas e violentas são completamente desencorajadas nesses locais, certo? Então, caso esteja com jovens e crianças e presencie algo parecido, recomende que parem. Cachoeiras e rios, afinal, são para se aproveitar. Seguindo essas dicas e estando atento aos riscos, a única certeza é um excelente banho e um bom descanso do estresse diário. 


Cuide de sua segurança e respeite a natureza e as pessoas 
  • Se vai com família, nunca deixe as crianças sozinhas. Elas geralmente são aventureiras, curiosas e não têm dimensão dos perigos. Não tire os olhos delas. 
  • Cuidado com os chinelos de dedo (aqualas sandálias, tipo havaianas). Eles são um perigo, escorregam nas pedras pois não dão firmeza nenhuma aos pés e podem aprontar um tombo de uma hora para outra. E agarram na lama, tombo certo! Prefira papetes ou calçados com solado próprio para água, calçados que firmem bem nos seus pés. 
  • Nas áreas mais difíceis de atravessar, não arrisque pulos e, se possível, caminhe usando as mãos também. Em alguns momentos, andar de quatro garante a passagem segura. Antes de dar um passo, teste se está seguro antes de colocar seu peso todo sobre o apoio – seja uma pedra, um tronco, um galho. 
  • Jamais atravesse uma corredeira. Ela pode parecer fraquinha, mas a água tem muita força sempre e as pedras submersas são extremamente escorregadias. Sem equilíbrio você não tem chance alguma. Em último caso, o auxílio de uma corda é imprescindível. 
  • Não use bebida alcoólica ou qualquer outra substância entorpecente. Você precisa estar no melhor do seu juízo para tomar decisões acertadas, medir seus passos com precisão e controlar bem seu corpo. Ficar doidão nem pensar! 
  • Não participe ou promova brincadeiras de empurrar ou dar tombo em colegas. Deixe as brincadeiras idiotas pra outra hora em que você não coloque em risco a vida de ninguém. Num desses ataques de babaquice o colega cai de mal jeito e despenca rio abaixo. Faça brincadeiras saudáveis e divirta-se com responsabilidade, sempre respeitando o outro. 
  • Use roupa de banho e leve toalhas para se secar. As águas de cachoeiras são geralmente muito geladas e podem trazer um resfriado. Levar uma peça de roupa extra também é uma boa pedida, já que voltar pra casa com roupa molhada é sinônimo de ficar doente e cheio de assaduras.


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