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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

DESCOBERTO NOVO MINI SAPO NA MATA ATLÂNTICA



Listar mais uma espécie à vasta biodiversidade brasileira, é pautar medidas de conservação para preservar os habitats dos animais e dos biomas brasileiros.



Uma nova espécie de anfíbio anuro, como rãs e sapos, foi identificada na Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba, litoral norte do Paraná, região da Mata Atlântica que tem mais de 50 por cento de espécies endêmicas, mas é um dos maiores alvos de depredação do país. A espécie "Brachycephalus tridactylus", reconhecida oficialmente em junho de 2012 com a publicação de um artigo na revista científica internacional "Herpetologica", foi descoberta em 2007 durante uma pesquisa conduzida pelo biólogo Michel Garey e uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A característica mais evidente que diferenciou esta espécie é que possui apenas três dedos nas patas anteriores, por isso "trydactilus" (três dedos), diferente de outros do gênero "Brachycephalus" que apresentam quatro. Somente encontrado em topos de morros da Mata Atlântica, regiões mais úmidas e frias, a espécie "tridactylus" apresenta coloração alaranjada, com tons de cinza ou verde-oliva nas laterais do corpo e pontos verde oliva na região do ventre. Garey, que atualmente faz pós-doutorado na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto, explica que as pesquisas em topos de montanhas e morros têm aumentado, o que cria oportunidades para a descoberta de novas espécies de anfíbios. Em 2011, aproximadamente 20 novas espécies de anfíbios foram descobertas no Brasil, de acordo com o pesquisador.
O professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), Miguel Trefaut Rodrigues, afirma que novas espécies de anfíbios têm sido encontradas sistematicamente. A dificuldade de acesso às áreas de pesquisa, porém, como por exemplo as regiões mais altas da reserva, que podem chegar a 930 metros acima do mar, e a falta de financiamento para custear as viagens podem comprometer o desenvolvimento de novos estudos.
DESTRUIÇÃO AMBIENTAL

Para o biólogo, a importância de listar mais uma espécie à vasta biodiversidade brasileira, ainda bastante desconhecida, é pautar medidas de conservação para preservar os habitats dos animais e dos biomas brasileiros. "Toda nova espécie nos faz repensar medidas conservacionistas e também mostra que ainda tem muito a ser feito", explica. "Igual à mudança de um Código Florestal, que, com a proposta de mudança, podemos estar perdendo espécies que ainda não são conhecidas em muitas áreas do Brasil, que podem ter potencial farmacológico", acrescentando que é necessário ser cauteloso. Segundo o professor Trefaut, muitas espécies não chegaram a ser conhecidas por causa da destruição ambiental e ainda "há muito por descrever" na floresta Atlântica, em que a maioria das espécies existe apenas nesta região. "Somos completamente ignorantes, não conhecemos a nossa biodiversidade. Com a destruição da floresta Atlântica, entre 7 e 10 por cento da floresta permanece. Com essa alta diversidade, imagina o que a gente não perdeu?" As poucas áreas de preservação que existem são pouco utilizadas e sem um planejamento para sanar a deficiência de conhecimento das áreas. 


fonte:  http://www1.folha.uol.com.br / http://www.dirigida.com.br

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