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domingo, 29 de março de 2020

O DIA QUE A TERRA PAROU

Raul Seixas predestinou em sua canção,"O dia em que a Terra parou"(Março de 1977). Pois bem, o mundo parou em março de 2020. Humanos estão recolhidos e amedrontados. A economia caminha para o caos. Um roteiro digno da plataforma hollywoodiana. Cientistas buscam a origem da epidemia, vacinas que evitem e remédios que curem a doença. A doença é transmitida por contato pessoal, de pessoa a pessoa. E o dia depois de amanhã? 


QUAL A RELAÇÃO DA COVID-19 COM O MEIO AMBIENTE? 


Bom, não tenho em mãos estudos científicos ou artigos, mas não custa tentar entender(hipótese) algo do que aconteceu e do que poderá acontecer. 

Muito se fala sobre a pandemia, em contrapartida, é pouco lembrado como ela pode ser relacionada à questão ambiental. Isto pode ter começado a partir do hábito de consumir, para alimentação, animais selvagens e pela destruição dos habitats naturais. As mudanças climáticas também são uma grave ameaça porque podem favorecer o surgimento de vírus e bactérias ainda desconhecidos. 
A Covid-19 é causada por um vírus: os únicos organismos acelulares da Terra, seres muito simples e pequenos formados por uma cápsula proteica envolvendo o material genético. Transmite-se de pessoa a pessoa com enorme rapidez, mas não é um vírus resistente: cede à água e sabão, as bases comuns de higiene e não sobrevive muito tempo se não for absorvido por outra pessoa. O Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias.
As doenças transmitidas de animais para seres humanos estão em ascensão e pioram à medida que habitats selvagens são destruídos pela atividade humana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os coronavírus são zoonóticos, o que significa que são transmitidos de animais para pessoas. Portanto, como regra geral, o consumo de produtos de origem animal crua ou mal cozida deve ser evitado. Carne crua, leite fresco ou órgãos de animais crus devem ser manuseados com cuidado para evitar a contaminação cruzada com alimentos não cozidos. O período em que o humano é assintomático e a facilidade da transmissão explica a rápida expansão da epidemia. 

Os seres humanos e a natureza fazem parte de uma interconexão de sistemas


A natureza fornece energia, comida, remédios, água, ar e diversos outros benefícios que permitirá o desenvolvimento e progressão da vida. A preocupação ambiental mostra que zoonoses ameaçam o desenvolvimento econômico, o bem-estar social, animal e humano e consequentemente a integridade de todo ecossistema (interações entre componentes bióticos, como os organismos vivos: plantas, animais e micróbios, e os componentes abióticos, elementos químicos e físicos, como o ar, a água, o solo e minerais). 
Para impedir o surgimento de zoonoses, é fundamental entender as múltiplas ameaças aos ecossistemas e à vida selvagem, entre elas, a redução e fragmentação de habitats, o comércio ilegal, a poluição, a proliferação de espécies invasoras e, cada vez mais, as mudanças climáticas. 

A conclusão de dois cientistas é a seguinte: 
  • Primeiro - a culpa não é do Morcego e nem do Pangolim; 
  • Segundo - a maneira com que interagimos com outras espécies levam à disseminação pandêmica do patógeno; e o Coronavírus talvez seja o primeiro sinal claro, incontestável, de que a degradação ambiental pode matar os humanos com rapidez, e pode acontecer de novo. 
Nos últimos anos, várias doenças zoonóticas emergentes foram manchete no mundo por causarem ou ameaçarem causar grandes pandemias, como ebola, gripe aviária, febre do Vale do Rift, febre do Nilo Ocidental, zika vírus, Chikungunya e dengue.

A destruição dos habitats é a causa, de modo que a restauração deles é a solução!


Transformar uma floresta em ambiente agropastoril sem entender o impacto que causa no clima, nas águas, no solo (arenização e/ou desertificação), na concentração de carbono, na deflagração de doenças, nas inundações, entre outros caos. Você não pode ver apenas a transformação da natureza sem pensar nas consequências que poderão surgir sobre a propagação da vida.
A desaceleração da economia trazida pela pandemia fez por um lado regredir rapidamente a poluição do ar, a concentração de dióxido de carbono, a redução do ruído e uma melhoria na qualidade de vida nas cidades, e por outro o caos socioeconômico. Tudo isto é  uma demonstração de que a mudança nos hábitos de consumo, convivência social, a redução no uso de combustíveis fósseis e uma nova dinâmica na produção de bens e serviços pode produzir resultados duradouros e benéficos para a humanidade e, melhor ainda, para o planeta. 




Referências
nacoesunidas.org
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
www.conjur.com.br
bbc.com




3 comentários:

  1. Parabéns pela explicação, pela hipótese.. É muito racional sua ideia, descreveu de forma sucinta o problema do desespero que a mídia impôs em nos brasileiros. Temos de ser mais racional e não sair impondo regras desesperadoras.

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  2. Muitos culpam os chineses pelo hábito de comerem morcego, pangolim, cachorro e outros animais exóticos. Mas, a nossa cultura de consumismo que é culpada, por devastar milhões de hectares de florestas principalmente pela mineração e agropecuária. Taí a natureza cobrando e com juros.

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  3. uma pesquisa publicada na Nature Medicine, mostra que o vírus, na verdade, é produto de evolução natural. Na visão dos cientistas, há dois cenários possíveis. No primeiro, o vírus passou por seleção natural dentro de um hospedeiro animal e, depois, chegou aos seres humanos – já com sua capacidade infecciosa. Em um segundo cenário, o vírus também passou do animal para o humano, mas só se tornou patogênico no corpo do homem. Sua capacidade de transmissão de humanos para humanos pode ter se desenvolvido pouco antes do início da epidemia, ainda no corpo dos primeiros infectados.

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