Se você for picado vai conhecer a pior dor que já sentiu na vida. Sua picada é tão dolorosa que algumas pessoas dizem ser pior do que um ferimento a bala. Esta formiga também é chamada de 24 horas. Esse é o tempo que leva para passar a dor.
A cultura indígena é marcada por diversos costumes, crenças e rituais. Entre essas tantas, uma chama a atenção pela intensidade: o poder de fogo das tocandiras.
A FORMIGA
A tocandira, também conhecida como tucandeira, é uma formiga encontrada nas florestas tropicais brasileiras. Ela é facilmente reconhecida pelo tamanho: pode chegar a 3 cm de comprimento, é muito maior do que uma saúva operária (aquela formiga que carrega folhas para o ninho). Sua picada é tão dolorosa que algumas pessoas dizem ser pior do que um ferimento a bala. Esse fato lhe rendeu o nome de hormiga bala em espanhol e bullet ant em inglês (formiga bala na tradução literal). A boa notícia sobre a picada da Tocandira é que com exceção dos alérgicos ninguém tem nenhuma reação mais severa ao veneno. As dores da picada podem ser sentidas em períodos de 12, 24 e 48h e o máximo que acontece é a formação de bolas vermelhas sob a pele. Para ajudar na neutralização do veneno é interessante contar com compressas de água quente na área atingida.
Tem cor preta e se organizam socialmente em colônias. Uma das principais características dessa espécie de formiga é ser extremamente carnívora e voraz. Embora sejam mais comumente encontradas nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil podem se estabelecer em qualquer região do país.
A cada picada, a neurotoxina das tocandiras ataca o sistema nervoso e causa uma dor lancinante, capaz de gerar alucinações. Quando as luvas são retiradas vem a sensação de que o corpo está queimando e as mãos começam a inchar. O ritual prossegue com danças de roda por 11 horas. Para se tornar um guerreiro, os jovens Sateré-mawé devem passar por esse ritual 20 vezes.
O RITUAL DA TUCANDEIRA TRIBO SATERÉ-MAWÉ
Esse é o ritual de iniciação sexual realizado em algumas tribos indígenas brasileiras. O objetivo é que os meninos, a partir dos 14 anos de idade, demonstrem que tem bravura e coragem. Realizado pela tribo sateré-mawé, o costume é uma forma de iniciação masculina, da passagem da infância para a vida adulta. Ao enfiar as mãos em uma luva cheia de formigas durante aproximadamente 20 minutos, o menino não apenas demonstra estar apto para vida, mas também ganha respeito e admiração, além da certeza de que está protegido contra várias doenças.
O ritual consiste em vestir uma luva cheia de formigas tucandeiras e resistir pelo menos 10 minutos ininterruptos. A cerimônia é considerada pelos indígenas como um ato de força, coragem e resistência à dor. Além da representatividade da bravura masculina, o ritual também simboliza uma proteção para o corpo. Segundo a crença dos sateré-mawé, a ferroada da formiga tucandeira funciona como uma espécie de vacina.
A festa começa no dia anterior ao do teste da luva da tucandeira. As formigas com ferrão são capturadas vivas, em folhas do caju-branco, na véspera do ritual e conservadas num bambu. Os meninos levantam cedo para terem seus braços pintados com o preto do jenipapo feito por suas mães. Em seguida, com um dente de paca, elas começam a riscar a pele dos meninos até sangrar.
No dia da cerimônia, pela manhã, as tucandeiras são colocadas em uma bacia com tintura de folha de cajueiro, que tem efeito anestesiante. Quando estão ‘adormecidas’, as formigas são postas na luva, com a cabeça para fora e o ferrão para dentro, na parte interna do saaripé. Depois, para voltarem a ficar agitadas, elas recebem uma baforada de tabaco. É quando ficam prontas para atacar.
Em outras tribos indígenas. Para um índio casar com uma mulher é necessário provar sua coragem e resistência. Os pretendentes são reunidos e enfiam a mão em um buraco cheio de tocandiras. O último a tirar a mão seria o escolhido.
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