Saci é uma das mais difundidas lendas no Brasil. Segundo muitos autores, o Saci é um menino travesso, de cor negra, que possui apenas uma perna, usa uma carapuça ou gorro vermelho na cabeça e fica o tempo todo fumando cachimbo. Pererê vem do Tupi pererek, que significa pular, o Saci-Pererê que, por não ter uma perna, anda aos pulos.
Costuma correr atrás dos animais para afugentá-los, gosta de montar em cavalos e dar nó em suas crinas. O Saci-Pererê pode também aparecer e desaparecer misteriosamente, é muito irrequieto e não para um instante sequer, pois fica pulando de um lugar para outro e toda vez que apronta as suas travessuras, ele dá risadas alegres e agudas e gosta de assobiar, principalmente quando não existem as noites de luar. Ao Saci-Pererê são atribuídas às coisas que dão errado. Ele entra nas casas e apaga o fogo, faz queimar as comidas das panelas, seca a água das vasilhas, dá muito trabalho às pessoas escondendo os objetos que dificilmente serão encontrados novamente. Seu principal divertimento é atrapalhar as pessoas para se perderem. Dizem que ele veio do meio de um redemoinho e para espantá-lo as pessoas atiram uma faca no redemoinho, ou jaga-se uma peneira e prende-o numa garrafa ou então o chamam pelo seu nome. Embora pertença ao folclore da região sudeste e sul, ele também foi introduzido ao folclore do norte por ser uma figura muito popular nesta região do país.
Que personagem é mais tipicamente brasileiro que o Saci? Sua origem é mista, tanto indígena como africana; tem a malandragem, o espírito inventivo, a qualidade de se tornar invisível de repente ou estar em toda a parte, a arte de pregar peças, evoca mais simpatia do que medo.
Monteiro Lobato, conta a história do ser que povoa o imaginário caboclo do Brasil, escrito quase como a biografia de alguém que existe de verdade, recria sua personalidade, reunindo depoimentos sobre a figura de uma perna só. Luís da Câmara Cascudo chama a atenção para as diferenças entre o Saci na região norte, na Amazônia, - onde é pássaro e parente da mítica Matintaperera, e pode ter ligação com o mundo das almas – e o Saci do sul, na região povoada pelos tupi-guarani. Câmara Cascudo nota que o bonezinho vermelho do Saci, ou sua mão furada, poderiam estar ligados ao folclore europeu, mais um elemento de mistura para o brasileirinho perneta. Aliás, muitos episódios atribuídos ao Saci no inquérito de Monteiro Lobato parecem ter elementos europeus.
A ideia mais difundida, e não apenas porque é negro, é que Saci vem da África. O Saci-Pererê é um duende idealizado pelos indígenas brasileiros como apavorante guardião das florestas. A princípio ele era um curumim perneta, de cabelos avermelhados, encantador de crianças e adultos que perturbava o silêncio das matas. Em contato com o elemento africano tornou-se negro, ganhou um gorro vermelho e um cachimbo na boca. Em alguns lugares, como às margens do rio São Francisco, adquiriu duas pernas e a personalidade de um demônio rural que faz travessuras e gosta de enganar pessoas. É o famoso Romão ou Romãozinho. Na zona fronteiriça ao Paraguai ele é um anão do tamanho de um menino de 7 a 8 anos, que gosta de roubar criaturas dos povoados e largá-las em lugar de difícil acesso. Talvez devido aos vestígios culturais trazidos pelos bandeirantes em suas andanças pelo sul do Brasil, o saci mineiro recebeu, além dessas qualidades do "Yaci-Yaterê" guarani, um bastão, laço ou cinto, que usa como a "vara de condão" das fadas europeias. Sincretizado frequentemente como o capeta, tem medo de rosários e de imagens de santos. Quando quer desaparecer, transforma-se num corrupio de vento.
Saduci era um belo príncipe africano conhecido por sua bravura e força, ele era muito feliz em sua terra natal e prezava pelo seu povo. Mas isso até que os portugueses invadiram sua aldeia o sequestraram junto com sua família e inúmeros outros negros. Eles foram trazidos em um navio negreiro ao Brasil onde foram tornados escravos da coroa. O povo livre na África virou escravo no novo mundo. Aqui, foram forçados ao trabalho pesado nas gigantes fazendas enquanto seus senhores ordenavam que lhe dessem grandes surras, pouco alimento e muita dor. Os africanos suplicavam ao rei para tomarem providencias. O pequeno príncipe jurou que quando conseguisse se libertar salvaria seu povo e se vingaria dos brancos. Os anos foram se passando e Saduci cresceu forte e confiante. Tornou-se um rapaz respeitado entre os escravos, um líder, ele estimulava todos a trabalharem direito para que não houvesse sofrimento. Em pouco tempo Saduci reuniu uma legião de adoradores que confiavam nele e em sua promessa: o jovem príncipe jurava que iria se vingar. Porém logo os senhores viram o poder de influência que aquele escravo tinha, por isso ordenaram que lhe dessem uma surra e sumissem com ele. Deduziram que se matasse Saduci, ele tornaria um mártir. E assim foi feito, os capangas dos fazendeiro bateram tanto nele que quase lhe tiraram a vida, depois do feito o jogaram semimorto na mata na esperança de que ele realmente falecesse. Porém, mal sabiam eles o quanto este pequeno príncipe era amado, inúmeros escravos arriscaram suas vidas na busca de Saduci e, quando finalmente o encontraram, o levaram até um Quilombo muito bem escondido em meio da floresta para que pudesse se recuperar.
Quando se curou, Saduci começou a auxiliar na fuga de inúmeros escravos da região, ele era o melhor para se esconder na mata e indicar o caminho para o local seguro. Saduci tinha o costume de estar sempre com o cachimbo acesso, mas isso apenas para que pudesse rapidamente acender fogueiras durante a noite. Para proteger o esconderijo, o jovem sempre estava à espreita e quando observava que havia acampamentos de capitães do mato aprontava as maiores traquinagens. Ele azedava o leite, queimava o arroz, dava nós nas crinas do cavalo, tudo o que pudesse atrapalha-los. Quando tudo estava limpo, ele erguia um pano vermelho, sinal de paz, depois de um tempo Saduci começou a usar um gorro vermelho para facilitar o trabalho.
Infelizmente, um dia estes mesmos capitães acabaram capturando-o, e novamente lhe deram uma imensa surra, só que desta vez decidiram deixar uma marca, lhe tiraram sua perna e o deixaram sangrando na floresta.
Saduci foi ajudado por seus amigos e rapidamente se recuperou e não deixou que aquele fato o impedisse, pelo contrário, seus planos de fuga aumentaram ainda mais de escala. Só que com este aumento, os portugueses acabaram matando-o. Reza a lenda que mesmo após sua morte, o espírito do jovem príncipe ainda andava pela mata auxiliando na fuga de seus colegas e deixando aqueles homens maus bastante confusos.
O príncipe Saduci só tornou-se Saci Pererê porque os brancos da época começaram a contar suas traquinagens e seu destino cruel para que, assim servisse de exemplo. Com o tempo, o conto começou a ser banalizado até que poucos realmente soubessem quem foi o grande Príncipe Guerreiro Saduci.
De acordo com Olívio Jekupé, índio guarani e autor do livro O Saci Verdadeiro. O livro é baseado nas historias de seus antepassados. O saci é um personagem indígena que tem nomes diferentes. Em guarani ele se chama Kambaí; em tupi, Iaci Pererê e no Amazonas, Matinta Pereira. Tem duas pernas e não usa carapuça. O que lhe dá poderes é um colar chamado Baêta. Na África existe um personagem negrinho de uma perna só que se chama Ossaim. Para se defender dos castigos dos brancos, os escravos misturaram a história de Ossaim com a do Iaci Pererê. O Saci não é um mito, é uma história, ele existe de fato. O Iaci Pererê é uma entidade da floresta que ajuda a natureza. Suas traquinagens tinham como objetivo atrapalhar a entrada dos intrusos na mata, ou seja, no território indígena. Era provavelmente uma forma encontrada pelos nativos de resguardar seu território da invasão dos indesejados homens brancos. O Iaci Pererê nunca morre... Nunca.
COMO CAÇAR UM SACI
O Saci-Pererê tem sua origem entre as lendas indígenas e africanas. O saci possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e sempre está com um cachimbo na boca. Quem gosta de aventuras, certamente, já ouviu falar na caça ao Saci-Pererê. Mas quem resolver caçá-lo, cuidado para que não escape. Pode ser perigoso! Veja no artigo abaixo um jeito divertido de entreter seus filhos e ensinar um pouco sobre a cultura brasileira.
Método
1 - O melhor jeito de caçar um Saci é com uma peneira de cruzeta. Trata-se de uma peneira comum, só que com um reforço no centro, em forma de cruz.
2 - Depois da peneira, você deve conseguir uma garrafa, uma rolha e uma gaiola. A garrafa servirá para prender o danado. E a gaiola servirá para prender a garrafa! Simples, não é mesmo?
Espere pelo momento certo
1 -Procure nos parques e florestas. O saci é um ser da natureza: sua principal artimanha é pregar peças pelas fazendas e quintais das casas do interior.
2 - Espere um dia de vento forte. Assim que você ver um redemoinho de poeira com diversas folhas secas, é o saci! Jogue a peneira em cima dele! Em todo redemoinho mora um saci, pois esta é a sua principal ocupação neste mundo.
3 - Remova o capuz do danadinho. Assim que a peneira segurar o saci, com muito cuidado, levante-a e remova sua carapuça. Não se esqueça que a carapuça do saci é o local onde ele armazena todo o seu poder. Assegure-se de deixar o seu capuz atrás da porta de casa.
4 - Depois de pegar o capuz, prenda o saci na garrafa. Assim que você conseguir remover o capuz do danadinho, abra a rolha da garrafa: o redemoinho de poeira será sugado para o seu interior. Rapidamente, tampe com a rolha! Faça uma cruz na rolha - não se esqueça - se não o saci pode escapar!
E se o saci escapar?
1- Chegue até a carapuça antes dele! Não deixe que ele recupere sua carapuça, pois - como comentamos - é nela que mora todo o seu poder. É muito importante que você a tenha escondida, e ele não saiba onde.
2 - Caso ele escape, você deve exigir que ele volte para a garrafa, caso contrário você deve dizer que irá queimar a carapuça!
3 - Se ele conseguir chegar até a carapuça antes de você, CORRA! O saci é muito vingativo, e vai aprontar contigo pra valer.
Dicas
1 - Não se esqueça de todos os detalhes. Caçar saci não é uma tarefa fácil: você deve seguir tudo passo a passo, caso contrário tudo pode dar errado;
2 - Não perca tempo procurando saci nas grandes cidades. Ele gosta mesmo é da mata fechada, e de fazendas de criação de gado. Sua principal brincadeira é trançar as crinas de cavalo, e queimar plantações.
Avisos
1- Tente criar armadilhas de saci. Coloque uma peneira por cima de uma porta, ou do lado de uma porteira, e espere por ele!
2 - Tome muito cuidado, pois o saci é muito do esperto. Ele vai fazer de tudo para poder escapar.
Materiais Necessários
1 - Peneira (de cruzeta);
2 - Garrafa;
3 - Rolha ( com uma cruz desenhada)
4 - Gaiola
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"Felomenal". não sabia q tinha diferença o saci dos índios e dos brancos
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