É importante conhecer a diferença entre limite e fronteira, conceitos que muitos consideram como sinônimos, mas que possuem significados distintos. A diferença entre os conceitos de limite e fronteira é de necessária compreensão, pois um termo refere-se a algo estático e o outro, a algo dinâmico.
Existem dois
termos muitos utilizados no âmbito da Geografia e em outras áreas do
conhecimento que são frequentemente considerados como sinônimos no senso comum
e até em algumas abordagens acadêmicas: os conceitos de limite e fronteira. No
entanto, trata-se de expressões que possuem significados diferentes e
expressam, portanto, dinâmicas territoriais e sociais distintas entre si.
A diferença entre limite e fronteira está
no grau de abrangência de cada um desses termos, além do grau de dinamismo que
um apresenta em relação ao outro.
- Conceito de limite
Relaciona-se com a
ideia de divisão, que muitas pessoas imaginam pertencer à ideia de fronteira, o
que não é correto. O limite é a divisão entre uma unidade territorial e outra,
geralmente entre dois países. A ideia desse conceito remonta à constituição do
Estado moderno e sua necessidade de determinar com total precisão os pontos do
território sobre o qual ele exerce sua soberania, incluindo os seus valores
constitutivos, idiomas, moeda e outros aspectos.
- Conceito de fronteira
É mais dinâmico
e designa uma frente de expansão ou uma zona de inter-relações entre os
diferentes meios, que podem ou não ser territórios diferentes. Ao contrário de
limite, que é uma noção mais exata e fixada juridicamente, as fronteiras são
mais fluidas e há mais comunicação e interação.
Quando usamos o
termo “fronteira agrícola do Brasil”, por exemplo, estamos falando das áreas
mais ou menos definidas onde a produção agropecuária avança sobre as áreas
naturais. Não se trata, dessa forma, de um limite preciso, mas de uma zona
móvel onde acontecem diferentes interações em diferentes perspectivas,
incluindo, nesse caso, conflitos territoriais, grilagem de terras, ocupação de
áreas públicas e privadas e vários outros elementos.
Portanto, os
limites referem-se a uma determinação legalmente fomentada, que foi
estabelecida por um acordo formal ou uma convenção. Já as fronteiras constituem
algo dinâmico, “vivo”, por assim dizer, referindo-se às trocas e relações,
sejam elas culturais, econômicas, militares, afetivas e outras.
⇒ Limites naturais: São aqueles que não foram estabelecidos
pelo homem, como rios, córregos, mares e montanhas, e são utilizados como
parâmetro para delimitar o fim de um território e o começo de outro.
⇒ Limites artificiais: São aqueles construídos pelo homem,
como estradas, muros e linhas imaginárias, e também são utilizados ou
construídos com a finalidade de delimitar territórios
O muro que separa o México dos Estados Unidos é um limite artificial e foi construído com a finalidade de ser uma linha divisória entre esses países.
⇒ Fronteiras artificiais : Nem sempre as influências que
citamos acima foram relevantes para o estabelecimento de fronteiras. Em
momentos da história recente, houve a criação de fronteiras artificiais, como
as estabelecidas nos processos de colonização da África e do Oriente Médio. Os
países europeus que estabeleceram essas fronteiras não levaram em consideração
as diferenças étnicas, linguísticas e religiosas dos povos locais, o que
resultou em conflitos étnicos e religiosos que persistem até os dias atuais.
O termo "fronteira" refere-se a uma região ou faixa, enquanto que o termo "limite" está ligado a uma concepção imaginária. A fronteira é uma faixa do território situada em torno dos limites internacionais.
Erro –
Dividir a África e o Oriente Médio sem levar em conta as diferenças étnicas, linguísticas
e religiosas dos povos locais.
Quem –
Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Grã-Bretanha, Itália e Portugal.
Quando –
Em 1884 (partilha da África) e na virada de 1915 para 1916 (divisão do Oriente
Médio).
Consequências– Conflitos violentos motivados
por diferenças étnicas ou religiosas e ascensão de ditadores sanguinários ao
poder.
Entre o final de 1915 e o início de 1916, enquanto
milhares de soldados morriam nas trincheiras da 1ª Guerra Mundial, dois
diplomatas redesenhavam o mapa do Oriente Médio. Armados de réguas e compassos,
eles inventaram fronteiras, misturaram etnias, embaralharam religiões e
plantaram a semente do caos político na região. Um era o secretário de Estado
inglês sir Mark Sykes. Seu colega era François-Édouard Picot, um servidor do
governo francês. Juntos, eles planejaram dividir as antigas províncias do
Império Otomano – um gigante que estava prestes a cair em meio a rebeliões de
várias tribos árabes. Com o fim da 1ª Guerra, foram criados países como a
Transjordânia (atual Jordânia), o Iraque e o Líbano – todos com fronteiras
artificiais. “O traçado arbitrário está na raiz de muitos problemas que o
Oriente Médio enfrenta até hoje, como a disputa entre palestinos e israelenses.
Loteamento
africano
À época de Sykes e Picot, no entanto, a invenção de
países com fronteiras artificiais já não era novidade. Desde o século 19, as
grandes potências colonialistas andavam alterando mapas ao redor do mundo,
principalmente na África. Em 1884, o chanceler alemão Otto von Bismarck
convidou embaixadores de vários países ocidentais para uma série de reuniões
que definiriam os contornos do continente africano. Ao final das conversações
(conhecidas como Conferência de Berlim), 53 países tinham sido inventados. As
divisões entre cada estado visavam apenas os interesses europeus, sem respeitar
diferenças étnicas, linguísticas ou religiosas dos povos locais. Para manter a
dominação sobre esses Estados improvisados, os colonizadores utilizaram a velha
tática de dividir para governar: aliciaram grupos nativos, transformando-os em
leões de chácara das metrópoles europeias. Em Ruanda, por exemplo, os franceses
favoreceram a etnia tutsi. Quando a colônia passou ao domínio belga, os
beneficiados foram os hutus. Resultado: após a independência, os dois grupos
mergulharam num conflito que resultou no genocídio de 1994, quando cerca de 800
mil tutsis foram massacrados.
Colcha de
retalhos
Após a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), a maioria das
colônias na África e no Oriente Médio ganhou independência. Em vez de países,
no entanto, muitas viraram apenas formas geométricas com dezenas de etnias
dentro. Sem unidade nacional, o único jeito de manter coesão era a força bruta.
Em alguns casos, as antigas metrópoles ajudaram ditadores a tomar o poder. Foi
o caso de Mobutu Sese Seko, no Zaire. Moral da história: mesmo depois da
partida dos colonizadores, os leões de chácara continuaram no poder.
Conferência
de Potsdam, ocorrida entre julho e agosto de 1945.
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, o continente
europeu passou por um processo de divisão por zonas de influência política. Os
soviéticos dominaram a região oriental da Europa dando força política aos
partidos políticos comunistas A parcela ocidental da Europa foi influenciada
pelos Estados Unidos. A consequência foi que o globo passou a ser dividido
entre os interesses capitalista e Socialista iniciando a conhecida “Guerra Fria”.
O termo "fronteira" refere-se a uma região ou faixa, enquanto que o termo "limite" está ligado a uma concepção imaginária. A fronteira é uma faixa do território situada em torno dos limites internacionais.
No Brasil,
as fronteiras são as delimitações dos países, divisas são as delimitações dos estados, e limites são as delimitações dos municípios.
Referências
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fronteira
http://super.abril.com.br/
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