O mundo está em crise. O uso excessivo dos recursos do planeta pelos humanos está levando a Terra a uma situação de risco nunca vivenciada antes. Pela primeira vez na história, uma espécie pode ser responsável por uma extinção em massa.
A Organização Mundial do Comércio
(OMC) afirma em seu relatório World Trade Report - Natural Resources que
recursos naturais são "estoques de materiais existentes em ambiente
natural que são escassos e economicamente úteis". Ou seja, se forem usados
de forma excessiva terminarão e teremos problema
dos grandes. Nesses recursos naturais não estão incluídos apenas petróleo, gás natural ou
carvão. Alimentos também fazem parte dele assim como a água potável, o bem mais
necessário à continuidade da vida de boa parte dos animais, homens
principalmente. O responsável por tudo isso é nossa espécie. A situação é tão
grave que, em março, cientistas liderados por Anthony Barnorsky, da
Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos, publicaram um estudo
mostrando que estamos caminhando a passos largos na direção da sexta extinção
em massa, uma situação na qual 75% das espécies do planeta simplesmente
deixarão de existir. Nos últimos 540 milhões de anos, esse fenômeno ocorreu apenas cinco vezes. A
última extinção em massa, 65 milhões de anos atrás, dizimou, entre outros, os
dinossauros, e foi fruto da queda de um asteroide na Terra . Na avaliação dos pesquisadores, o extermínio pode ocorrer em um período
que varia de 22 mil a 600 mil anos, um tempo ínfimo do ponto de visto
geológico. O curioso, para não dizer trágico, é que o homem provavelmente
sobreviveria à hecatombe, segundo os pesquisadores, apesar de ser ele o
causador da desgraça devido ao uso excessivo dos recursos naturais do planeta.
Veja oito recursos que estão a perigo.
ÁGUA
O abastecimento de água doce do planeta está ameaçado e, em consequência, nossa
sobrevivência também. Quem alerta é a Organização das Nações Unidas (ONU). Mais
de 1 bilhão de pessoas (18% da população mundial) não têm acesso a uma
quantidade mínima de água para consumo. Agora, se mantivermos nosso padrão de
consumo e de devastação do meio ambiente, o quadro irá se agravar muito
rapidamente. Em 2025, dois terços da população do planeta (5,5 bilhões de
pessoas) poderão ter dificuldades de acesso à água potável. Em 2050, o número
pode chegar a 75% da humanidade.
ALIMENTOS
Estimativas da FAO, braço da ONU para a agricultura e a alimentação, mostram
que para alimentar a população humana em 2050 - até lá seremos 9,1 bilhões de
terráqueos - a quantidade de alimentos produzidos no planeta deve aumentar em
70%. É um número e tanto. Porém, segundo a FAO, será possível alcançar essa
meta. As dificuldades são muitas, entre elas o aquecimento global, que
prejudica a produção agrícola de muitos países (vide o caso da Rússia na pág. 40).
Em tempo: dados também da FAO mostram que atualmente um em cada seis habitantes
do planeta passa fome, quase 1 bilhão de pessoas.
PETRÓLEO
O ouro negro vai acabar um dia. Não sabemos ainda quando, mas a Agência
Internacional de Energia publicou em seu relatório anual World Energy Outlook,
de 2010, que a produção de petróleo deve atingir seu pico por volta de 2035.
Depois disso será ladeira abaixo. Ninguém sabe ainda com qual velocidade, mas
que vai acontecer, vai. Ou seja: um dia, o mundo terá de viver sem petróleo, o
que talvez não seja uma má ideia. O problema: a matriz energética planetária
ainda é pesadamente dependente de combustíveis fósseis.
TERRAS RARAS
Um grupo de 17 elementos químicos, todos eles metais, pode fazer um grande
estrago se começar a faltar. E a possibilidade de isso acontecer é grande.
Conhecidos como terras raras, são usados em boa parte dos equipamentos
eletrônicos e 95% da produção mundial está na mão da China - o Brasil participa
com 0,5%. Ano passado, os EUA anunciaram que têm 13 milhões de toneladas
cúbicas em seu território. Quanto de terra rara os EUA produziram em 2010?
Zero. Este ano, a China deixou de exportá-las por um tempo para o Japão por
razões políticas.
CARVÃO
Entre os combustíveis fósseis, o carvão é o que tem reservas espalhadas pelo
maior número de países. Atualmente, mais de 100 têm em seu solo reservas
comprovadas. As maiores estão nos Estados Unidos, Rússia, China, Índia e
Austrália. Mas, como todo combustível não renovável, o carvão um dia também
terá fim. Nesse caso, há até mesmo uma data estipulada: daqui a exatos 119
anos, se o consumo continuar na velocidade atual, segundo a World Coal
Association. É o mesmo problema do petróleo: nossa matriz energética ainda
depende maciçamente de combustíveis fósseis.
COBRE
O cobre é um dos metais mais utilizados pelo homem e deu início à Idade dos
Metais. Está presente em cabos elétricos, equipamentos eletrônicos, joias,
entre outros. Ao contrário de outros materiais não renováveis, o cobre é
reciclável. O aumento de seu uso nos últimos anos, porém, tem sido estrondoso e
chegará a um patamar em que a capacidade humana de extraí-lo do solo será menor
que a demanda por ele. O cientista Tom Graedel, da Universidade de Yale, nos
Estados Unidos, e colegas calcularam que isso irá acontecer em 2100. O que
acontecerá então? A verdade é que ninguém sabe.
GÁS NATURAL
Utilizado em indústrias e por automóveis, o gás natural é mais um combustível
fóssil e portanto vai, um dia, terminar. A previsão é que isso ocorra antes do
carvão, daqui a 45,7 anos, segundo dados da BP Statistical World Review 2010,
apesar de o uso de gás natural ter caído 2,1% em 2009 (os dados de 2010 ainda
não foram publicados). É importante lembrar que o estudo da BP leva em conta
apenas as reservas de gás natural confirmadas e com possibilidade futura de uso
- o que alivia, mas não resolve a questão.
HÁFNIO
Até 2007, ninguém dava muita bola para o metal háfnio, a não ser os fabricantes
de varetas de combustível nuclear que o usam em sua composição e os de aços
super-resistentes, pelo mesmo motivo. Naquele ano, a Intel anunciou que
passaria a utilizar o material na fabricação de microprocessadores. Desde
então, o mundo se pergunta até quando haverá háfnio. Não há atualmente sequer
uma resposta para o tamanho da produção de háfnio no mundo. Ou seja: o homem
criou uma necessidade mas não sabe como supri-la.
fonte: superabril.com
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