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terça-feira, 26 de julho de 2011

BIOGEOGRAFIA O QUE É ISTO ?

Constitui verdadeiro traço de união entre a Geografia Física e a Geografia Humana. Implica no conhecimento não só da distribuição atual das plantas e dos animais, mas também das causas e fatores que a presidem, no tempo e no espaço; e na observação da forma pela qual se processou a adaptação dos seres vivos ao meio e os indícios dessa acomodação.


Biogeografia, como um ramo da ciência geográfica, tem como objetivo estudar as interações entre a sociedade humana e a natureza, a organização e os processos espaciais. Existem várias definições de Biogeografia, dada por diversos autores. Três definições serão citadas como exemplo.
De acordo com Emanuel De Martonne (1954) "A Biogeografia é o estudo da repartição dos seres vivos na superfície da Terra e a análise de suas causas".
A definição de Biogeografia dada por Brown em 1998 é a seguinte "Biogeografia é a ciência que se preocupa em documentar e compreender os padrões espaciais da Biodiversidade".
Já Troppmair (2002) define que "Biogeografia estuda as interações, a organização e os processos espaciais, dando ênfase aos seres vivos (biocenoses) que habitam determinado local (Biotopo)".
Biogeografia é uma subdivisão da Geografia Física. Por sua vez, a Biogeografia se subdivide em dois grandes subgrupos: 
  • FITOGEOGRAFIA(estuda a distribuição geográfica dos seres vegetais);
  • ZOOGEOGRAFIA(que é o estudo da distribuição geográfica dos animais). Dependendo do enfoque da pesquisa e das formulações de questões essa subdivisão pode ainda sofrer outros desdobramentos. Estas subdivisões podem ser negativas, pois um pesquisador pode-se especializar em apenas um dos subgrupos da biogeografia, perdendo a visão de conjunto, inclusive seu relacionamento com a sociedade humana.
A Biogeografia é uma ciência bastante complexa e vale destacar que a  se diferencia de outras ciências, como a Biologia, a Botânica e a Ecologia, por ter sempre seu enfoque voltado para a questão ESPACIAL
 
FITOGEOGRAFIA
A fitogeografia é um ramo da biogeografia  responsável por estudar a origem, distribuição, adaptação e associação das plantas de acordo com a localização geográfica e sua evolução.
Abrange conhecimentos relacionados à taxonomia, climatologia, ecologia, morfologia e fisiologia, além da fitossociologia para considerar qual a interferência do meio nas formações vegetais. Análise que chegou a ser esboçada ainda antes de Humboldt por Lineu em seu "Flora lapponica", de 1737. Porém foi a obra de Humboldt que marcou o início do estudo das plantas com relação a sua localização geográfica, sendo Humboldt por isso, considerado o pai da fitogeografia.

CLASSIFICAÇÃO DA VEGETAÇÃO:
Através dos estudos realizados pelos fitogeográfos foi possível compreender a relação dos fatores climáticos (como os ventos, a umidade e a temperatura), fisiográficos (altitude, exposição e declividade), e de iluminação (fototropismo, fotoperiodismo) no crescimento e desenvolvimento das plantas que nos fazem compreender porque diferentes regiões apresentam tipos de vegetações tão variadas. De acordo com a fitogeografia as plantas podem ser classificadas da seguinte forma:
 
Quanto à luz
  • heliófilas, quando preferem lugares com muito sol;
  • esciófilas, quando preferem a sombra;
  • intermediárias, quando preferem insolação intermediária;
  • indiferentes, quando a exposição à luz não causa grandes reações;
Quanto à tolerância a variação da luz
  • eurifóticas, quando a tolerância é grande;
  • estenofóticas, quando a tolerância é baixa;
Quanto à temperatura
  • microtermos, plantas adaptadas ao frio;
  • mesotermos, plantas adaptadas às temperaturas moderadas;
  • megatermos, plantas adaptadas ao calor;
Quanto à tolerância a variação da temperatura
  • euritermos, grande tolerância;
  • estenotermos, baixa tolerância;
Quanto à umidade
  • aquáticas, que vivem apenas na água;
  • higrófilas, que preferem lugares com muita umidade;
  • mesófilas, que preferem locais com umidade média;
  • xerófilas, adaptadas a locais com baixa umidade
  • Tropófitas – adaptam-se aos ambientes alternadamente úmidos e secos
  • Halófita – adaptam-se aos ambientes salgados
Quanto à tolerância a variação da umidade
  •  eurígricas, grande tolerância;
  •  estenoígricas, baixa tolerância
Quanto à altitude
  •  de planície;
  •  de montanha;
  •  subalpino;
  •  alpino;
  •  nival;
Quanto à acidez do solo
  •  acidófilos, preferem meios ácidos;
  •  basófilos, preferem meio básicos;
  •  neutrófilos, preferem meios neutros;
Quanto às folhas
  • Caducifólias- quando todas as folhas caem numa estação
  • Perenifólias - sempre verde,nunca perde todas as suas folhas.
 Forma
  • Latifoliadas - folhas largas e verdes
  • Aciculifoliadas – folhas em forma de ponta
Quanto à formação
  • Arbórea: árvores de grande porte.Ex: Floresta subtropical
  • Arbustiva: árvores de pequeno e médio portes
  • Herbácea: vegetação de campos, gramíneas.
  • Desértica:  vegetação esparsa, descontínua
  • Litorânea: vegetação submetida a ação do mar
Quanto à variedade de espécies
  • Homogênea:  predomínio de uma espécie.Ex: Taiga Siberiana
  • Heterogênea:  várias espécies numa mesma região
A ZOOGEOGRAFIA
É o ramo das Ciências Naturais que estuda a distribuição global das espécies animais. Para alcançar seu objetivo, os cientistas têm de recorrer aos Conhecimentos na área de geologia, paleontologia, ecologia e evolução.
De modo geral, a distribuição dos animais que hoje observamos está intimamente relacionada a eventos que ocorreram no passado. Nesse sentido, a paleontologia e a geologia são essenciais.
  • A paleontologia contribui no sentido de dizer onde viviam as espécies mais aparentadas com o grupo cuja distribuição estudamos, através do estudo do registro fossilífero.
  • A geologia, concentrando-se no estudo das rochas, traz informações sobre dois fenômenos determinantes na dinâmica das populações animais: a deriva continental e as variações climáticas. 
Segundo a teoria da tectônica de placas, toda a crosta terrestre é composta de placas que ao longo dos tempos se deslocam produzindo a chamada deriva continental. Assim, as várias massas de terra e os oceanos que hoje conhecemos, no passado estavam organizados de outra forma. Há 400 milhões de anos, por exemplo, havia apenas dois super-continentes: 
  1. Gondwana, formada pela atual América do Sul, Austrália, África, Antártida e Índia; 
  2. Laurásia, formada pela atual América do Norte, Europa e Ásia. 
Passados mais 150 milhões de anos, todos os continentes encontravam-se unidos numa única massa, a Pangea. Dessa forma, os continentes sempre foram (e estão) movendo-se lentamente, adquirindo diversas conformações. Toda a evolução dos animais ocorreu paralelamente ao movimento dos continentes, por isso estão intimamente relacionadas. A ocorrência na Austrália de praticamente apenas mamíferos marsupiais, deve-se ao fato de que o aparecimento dos mamíferos placentários ter ocorrido numa época em que a Austrália já encontrava-se separada dos demais continentes. 
Assim, poucos mamíferos dispunham de características que lhes permitissem atravessar oceanos e alcançar aquele continente distante.A explicação para as semelhanças da fauna da África e da América do Sul também está na deriva continental. Durante a maior parte da história da Terra, esses dois continentes estiveram interligados, portanto, grande parte da evolução de seus grupos animais ocorreu conjuntamente.
Como foi mencionado, fenômenos climáticos também podem influenciar a distribuição dos animais. Nesse caso, não estamos falando do fato de um dia ou um mês que choveu mais ou menos, referimo-nos a alterações climáticas globais. Em certos períodos da história da Terra ocorreu, por exemplo, um intenso esfriamento, as chamadas
Eras Glaciais ou Glaciações. Um dos efeitos dessas Glaciações, além da extinção de várias espécies, é a redução do nível do mar. 
Entre 200 mil e 12.000 anos atrás, uma dessas glaciações expôs uma estrita massa continental que ligava a América do Norte à Sibéria. 
Hoje, esta ponte de terra, a Beríngia, está submersa, mas na época permitiu que várias espécies animais passassem de um continente ao outro, entre elas estava o homem.
Não apenas fenômenos globais interferem na distribuição dos animais no planeta, características das espécies e do meio ambiente local ou regional também são determinantes para estabelecer sua ocorrência. 

Esses são aspectos estudados pela ecologia e pela evolução: a competição, a especiação, o isolamento geográfico, a dispersão, etc... Não é difícil perceber, por um lado, que alguns organismos jamais seriam capazes de sobreviver em outros ecossistemas pois ao longo de sua evolução foram selecionadas características que os tornaram altamente adaptados para um tipo de habitat. 
Animais que vivem no deserto, por exemplo, têm de suportar altas temperaturas diurnas e sobreviver com pequenas quantidades de água, sempre evitando a perda do fluido. 
Tamanha transformação na fisiologia e no desenvolvimento do ser depende de um longo processo de seleção natural, portanto, poucos animais possuem características que lhes possibilitem sobreviver. 
Paralelamente, a capacidade de sobreviver e se reproduzir em um dado ecossistema também depende das inter-relações entre os organismos. 
Por exemplo, um animal que se alimenta de certos animais possui estruturas para capturá-los e em um novo ambiente onde sua presa não ocorre seria impossível sua sobrevivência.
Desse modo, a distribuição de uma espécie pode ser restrita pela ausência de sua presa, pela competição com outro predador, ou mesmo pela necessidade de simbiontes para viver. 

Em suma, podemos concluir que inúmeros fatores são determinantes no estabelecimento da distribuição das espécies animais e não é uma tarefa fácil desvendar as causas por trás dessa distribuição.
 
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