GAMBÁ X CANGAMBÁ

Você sabe o que é um gambá? Aposto que quando leu a pergunta já imaginou o clássico “gambá” dos desenhos. Aquele preto com as listras brancas nas costas, que esguicha um líquido fedorento quando se sente ameaçado. Acertei? E se eu te falar que aquele animal não é um gambá? Calma! Vou explicar. 

Vamos lá! Existem os gambás e os cangambás. São animais de espécies totalmente distintas. Algumas diferenças para compreender com maior facilidade. 

O GAMBÁ 

É um mamífero marsupial, da família Didelphidae, representado por seis espécies diferentes, sendo que quatro delas tem ocorrência no Brasil. São animais de pequeno e médio porte. As fêmeas possuem um marsúpio, que também chamamos de bolsa, onde os filhotes, que tem estágio incompleto no nascimento (prematuros), ficam protegidos e se alimentam até seu completo desenvolvimento. Seu nome vem : gaambá, em tupi-guarani significa "seio oco". No Brasil também é conhecido como mucura, suruê, sariguê, micurê e timbuo. Habita preferencialmente as florestas e matas, mas se adapta bem à presença humana. 

São animais com hábitos noturnos, mas podem ser vistos durante o dia. Uma das suas principais estratégias de defesa é fingir-se de morto (processo chamado de tanatose), diminuindo a frequência cardíaca e respiratória e ficando realmente imóveis quando tocados ou movidos. Esse período pode durar de 1 a 30 minutos. 

Como defesa utiliza as glândulas axilares que possui, liberando um forte odor que serve para afugentar predadores. Na época de reprodução, a fêmea libera o mesmo odor para atrair o macho. 

Alimenta-se de frutos, insetos, vermes, filhotes de pássaros, ovos e pássaros adultos de pequeno porte. O gambá é o único bicho realmente imune ao veneno das cobras. Ele come cobras e serpentes sempre que as encontra, sem com isso sofrer nenhum dano. Pesa entre 3 e 5 quilos. Vive entre 4 e 5 anos e tem até 3 gestações por ano. Constrói ninhos em ocos de troncos, com folhas e galhos. 

O CANGAMBÁ

Os cangambás são mamíferos da família Mephitidae, ordem Carnívora, mas não são marsupiais, o que já indica que não são a mesma espécie.  Esses animais possuem os pelos com tonalidades escuras, porém no dorso podemos ver duas largas listras brancas que vão da cabeça até a cauda. Possuem o peso médio de 4 kg e medem até 75 cm de comprimento.  São encontrados em bosques ou campinas. Ocorrem em áreas abertas, tendo espécies no Brasil que ocorrem na caatinga, cerrado e também no pampa. 

Cava o solo à procura de alimento. A dieta consiste em raízes, pequenos insetos, pequenos vertebrados e frutas. Imune (ou quase) ao veneno das cobras e das abelhas, ele gosta de atacar colmeias para comer as abelhas. Tem hábito noturno e são mais ativos após o pôr do sol. O macho e a fêmea se juntam apenas na época de reprodução. A gestação dura aproximadamente dois meses e a fêmea gerar ter até cinco filhotes. Possui hábitos terrestres e noturnos e utilizam tocas, onde repousam durante o dia.

Conhecidos aqui como o zorrilho, jaratataca, jaritataca ou doninha-fedorenta. Quando se sente ameaçado levanta a cauda e as patas traseira e libera um jato de líquido fétido, produzido pelas glândulas localizadas no ânus. Este jato pode chegar a 3 metros de distância. Esse líquido não é produzido constantemente, só em último caso. Além do cheiro desagradável, causa ardência nas narinas e nos olhos, tontura e enjoo, o que ajuda a atordoar os predadores permanecendo ativo por muito tempo. Essa é a sua principal estratégia de defesa. A secreção expelida pelo cangambá é composta por uma mistura de substâncias químicas contendo enxofre. É tão poderosa que pode ser sentida a mais de 5 km pelo nariz humano, se tiver a favor do vento.  O animal é que é resistente ao veneno de serpentes. Procura abrigo em troncos ocos, ou ainda em tocas abandonadas por tatus e outros animais, também cava o próprio túnel.