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quarta-feira, 1 de abril de 2020

PECUÁRIA, O CAMINHO DA MORTE

A pecuária é uma das principais fontes de proteína para a alimentação humana. Mas em muitos lugares ela está associada também a sérios problemas ambientais, como desmatamento, emissão de gases-estufa e perda de habitats. 




Os números atuais da agropecuária impressionam e deverão continuar a crescer graças, em parte, ao aumento do mercado consumidor por causa do incremento demográfico e da renda da população. Atingir tais níveis de produção implica prover terras para o pastoreio do gado e a plantação de forragens, o que, por sua vez, exige áreas desmatadas, água, fertilizantes e outros insumos.


É aí que começam os impactos ambientais da pecuária. Essa atividade está causando e acelerando as mudanças climáticas tanto de forma direta, liberando gases de efeito estufa ao longo da cadeia de produção, quanto indiretamente, desencadeando o desmatamento e mudanças de grande monta no uso da terra. É também a grande responsável pelo empobrecimento, fragmentação e perda de habitats, fatores que lideram a atual queda vertiginosa de biodiversidade.


Que a pecuária causa danos ambientais parece inegável. O problema é como medi-los, quantificá-los. Os impactos estão relacionados a diversas variáveis. Pode ter um resultado muito negativo quando implantada em florestas que precisam ser desmatadas, ou em pastos degradados. Mas pode ter consequências pequenas quando praticada em pastos de elevada qualidade. No Brasil, a pecuária baseou-se em um sistema extensivo, itinerante, ao longo de séculos. Esse modo de criação é sempre predatório, porque se baseia fundamentalmente no desmatamento da vegetação original, seja ela mata ou caatinga. Ainda hoje a atividade, apesar dos notáveis progressos, segue sendo extensiva e vem contribuindo para a derrubada de florestas e para emissões elevadas de gases de efeito estufa, perda habitats.


Em termos hídricos, a agricultura responde por 92% do consumo de água doce do planeta, volume do qual quase um terço diz respeito à produtos de origem animal. Segundo cálculos, para produzir um quilo de carne bovina são necessários 15.400 litros; de suína, 5.900 litros; e de aves (galinha), 4.300 litros, podendo variar bastante. No geral, é difícil afirmar qual espécie seria a mais impactante, pois isso vai depender do tipo de dano analisado, da metodologia aplicada e de particularidades de cada cadeia produtiva, como idade de abate, grau de confinamento, tipo de alimento (pasto ou grãos).



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