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domingo, 7 de abril de 2019

ÁGUA, MITO DA ABUNDÂNCIA


“ Que braseiro, que fornalha/ Nem um pé de plantação/ Por falta d'água perdi meu gado/ Morreu de sede meu alazão". O clássico baião Asa Branca, eternizado por Luiz Gonzaga, traduziu, por muitas décadas, a realidade do nordestino. Culturalmente tratado como um bem infinito, a água é um dos recursos naturais que mais tem dado sinais de que não subsistirá por muito tempo às intervenções humanas no meio ambiente e às mudanças do clima.



Em várias regiões do país, já são sentidos diferentes impactos, como escassez, desaparecimento de nascentes e rios, aumento da poluição da água.  O Brasil tem 12 regiões hidrográficas que passam por diferentes desafios para manter sua disponibilidade e qualidade hídrica. 
  • Região Norte, o impacto vem principalmente da expansão da geração de energia hidrelétrica. 
  • Região Centro-Oeste, é a expansão da fronteira agrícola que mais desafia a conservação dos recursos hídricos. 
  • Regiões Sul e Nordeste enfrentam déficit hídrico. 
  • Região Sudeste apresenta também o problema da poluição hídrica. 
Em nível global, o desafio é conter o aumento da temperatura do clima, fator que gera ondas de calor e extremos de seca que afetam a disponibilidade de água.


Brasil: o mito da abundância 
As gerações mais antigas foram criadas com o mito do país riquíssimo em água, que água seria um problema crônico, histórico, só no Nordeste, no semiárido. Obviamente, desde 2013, na primeira crise que a gente teve, o apagão, que na verdade foi um “secão”, porque não foi resultado só de uma questão elétrica, ficou claro que o Sudeste e o Centro-Oeste têm problemas concretos, intensificados nos últimos dois anos, de disponibilidade de água. A crise resulta também da falta de adequada gestão do uso da água, sobretudo em períodos de estiagem – tendência que deve se manter tendo em vista o baixo índice de precipitação registrado no início desta primavera. Os reservatórios continuam com níveis abaixo do que esperavam. 


Berço de águas escassas 
Os especialistas apontam que uma das principais causas para a crise hídrica é o uso inadequado do solo. No Centro-Oeste, por exemplo, estão concentradas as nascentes de rios importantes do país, devido a sua localização no Planalto Central. Conhecida como berço das águas, a região tem vegetação de Cerrado, bioma que ocupa mais de 20% do território e atualmente é um dos principais pontos de expansão da agropecuária, atividade que usa cerca de 70% da água consumida no país. 
Como consequência do avanço da fronteira agrícola, o Cerrado já tem praticamente metade de sua área totalmente devastada. Os efeitos da ausência da vegetação nativa para proteger o solo já são percebidos principalmente na diminuição da vazão dos rios e na escassez de água para abastecimento urbano. 
O desmatamento acelerado está impactando tanto a frequência de chuvas, que vem diminuindo nos últimos cinco anos quanto na capacidade do solo de absorver e armazenar a água no subsolo e devolvê-la para os rios. A mudança do uso da terra tem alterado demais o ciclo da água e faz com que a gente tenha menos água nos rios, os rios muito assoreados e menor disponibilidade de chuva. Então, o ciclo da água está num pequeno colapso. A contribuição do Cerrado para as bacias hidrográficas importantes do Brasil, como São Francisco, Tocantins, por exemplo, vai diminuir muito, se esse processo de desmatamento continuar nesse nível. 
A especialista lembra ainda que o desmatamento do Cerrado não afeta somente as comunidades locais, que já relatam dificuldades para plantar, mas também outras regiões. Os biomas e ecossistemas brasileiros estão todos interligados. O desmatamento do Cerrado afeta principalmente a chuva que cai no Sudeste, Nordeste, o desmatamento na Amazônia afeta a chuva que cai no Cerrado. 



Desafios 
  • O desafio de garantir o funcionamento do ciclo hidrológico natural também tem impacto na manutenção dos aquíferos subterrâneos. É necessário criar um modelo de gestão das águas subterrâneas. 
  • Outro problema que leva à escassez de água é a estrutura precária de saneamento no Brasil e demais países subdesenvolvidos. E não adianta você investir em saneamento e ter de buscar água cada vez mais longe, por causa do desmatamento. 
  • O desmatamento descontrolado das florestas e matas é o fator primordial para escassez da água. A retirada da cobertura vegetal vai influenciar, “nos rios voadores”, na proteção do solo, nas águas subterrâneas, virando um cataclismo sem precedência. 



Um problema de percepção 
Estamos vivendo uma falha de percepção e temos algumas evidências objetivas que comprovam isso: Dependemos de água pra tudo e qual é o nosso comportamento? Desperdício, consumismo, poluição e desmatamento, e isso tudo numa pressa danada. Não há lugar seguro no planeta e, além da falta de percepção, há uma absoluta falta de governança na gestão da água. A indiferença, conivência, ignorância, apatia e incapacidade da classe política em lidar com o tema da Educação Ambiental. Todo o processo de Educação Ambiental hoje tem de estar obrigatoriamente centrado na ampliação da percepção, senão não vai mudar coisa alguma. Para evitar o agravamento da situação, é necessária uma evolução do ponto de visto ético e moral e não somente científico e tecnológico. 



Referência Bibliográfica 
https://www.ecodebate.com.br
imagens arvore ser tecnológico

4 comentários:

  1. excelente artigo, muito instrutivo

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  2. Prof Osmar, concordo plenamente. A população precisa ter mais consciência ambiental, aprender a olhar para o futuro. A educação anda lado a lado com os exemplos. Seja você o exemplo para seus filhos, seus amigos, sua comunidade. Seu trabalho de conscientização ambiental é primordial para salvação do planeta. Está de parabéns.

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  3. Planta-se árvore, colhe água..., amei... nunca pensei assim,

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CAROS LEITORES, SEJAM BEM VINDOS!

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