A água é fundamental para a vida humana. O desequilíbrio existente entre a quantidade de água doce disponível e a procura existente torna-se preocupante.
Esse conceito, bastante utilizado atualmente, não é
novo e tem sido praticado em todo o mundo desde a Grécia Antiga. A demanda
crescente por água tem solidificado o seu reuso planejado, racional e
eficiente, controlando perdas e desperdícios e minimizando a produção de
efluentes. Mas o que são águas residuais? É toda a água descartada pelas
atividades humanas, vulgarmente denominada como esgoto. Após a utilização
humana, a água apresenta suas características naturais alteradas e com uma
quantidade considerável de poluentes, seja pelo uso doméstico, comercial ou
industrial, e a devolução desta água ao meio ambiente deve prever o seu devido
tratamento a fim de evitar que este seja prejudicado, bem como a saúde das
pessoas. A falta de tratamento das águas residuais pode acarretar na queda da
qualidade da água dos rios, o comprometimento da fauna e flora, da pesca, da
navegação, da geração de energia.
As águas residuais podem ser classificadas em cinco
tipos, de acordo com a sua origem:
- Águas residuais domésticas: proveniente de instalações residenciais, do metabolismo humano e de atividades domésticas como banhos, cozinhas e lavagens de pavimentos domésticos;
- Águas residuais industriais: águas residuais provenientes de instalações utilizadas para todo o tipo de comércio ou indústria, resultantes de processos de fabricação;
- Águas residuais por escorrência urbana: mistura de águas residuais domésticas com águas residuais industriais e/ou água de escoamento pluvial, além de chuvas, regas, lavagem de pavimentos públicos;
- Águas residuais de infiltração: águas residuais resultantes de infiltrações nos coletores de água nos terrenos;
- Águas residuais turísticas: águas residuais que apresentam características sazonais, com menor ou maior carga poluente provenientes de estabelecimentos hoteleiros ou complexos turísticos isolados.
A devolução das águas residuais ao meio ambiente
deverá prever, se necessário, o seu tratamento, seguido do lançamento adequado
no corpo receptor que pode ser um rio, um lago ou no mar através de um
emissário submarino. As águas residuais podem ser transportadas por tubulações
diretamente aos rios, lagos, lagunas ou mares ou levado às estações de
tratamento, e depois de tratado, devolvido aos cursos d'água. O esgoto pluvial
ou, simplesmente, água pluvial pode ser drenado em um sistema próprio de coleta
separado ou misturar-se ao sistema de esgotos sanitários. Elas podem ser usadas direta ou indiretamente
nas ações planejadas, como na irrigação de paisagens urbanas e de campos para
cultivo; em usos industriais para refrigeração de caldeiras e águas de
processamento; em usos urbanos não potáveis como combate ao fogo, construções,
descarga de vasos sanitários, controle de poeira, sistemas de ar condicionado,
lavagem de ruas, pontos de ônibus e veículos; e também para outras finalidades
ambientais como nas indústrias de pesca.
Milhões de brasileiros vivem diariamente sem coleta
e tratamento de esgoto. Isso acarreta em uma direta contaminação do solo, além
de ser responsável por uma grande mortalidade nacional. Em muitas cidades, o
esgoto não recebe qualquer tipo de tratamento e acaba contaminando o solo, os
rios, os oceanos e até mesmo mananciais que abastecem as cidades com água.
Na cidade de Belo Horizonte, capital das Minas Gerias, é comum observar grupos de
famílias de capivaras na muito poluída Lagoa da Pampulha, onde os
animais emergem das águas impuras para
se alimentarem de grama. Esta lagoa recebe águas residuais não tratadas de grande
parte da região metropolitana de Belo Horizonte.
COMPOSIÇÃO
DO ESGOTO
As águas residuais contêm basicamente matéria
orgânica e mineral, em solução e em suspensão, assim como alta quantidade de
bactérias e outros organismos patogênicos e não patogênicos. Outros produtos
podem ser indevidamente jogados descarga abaixo e lançados na rede de águas
residuais, como estopas, chupetas e outros materiais relacionados a crianças,
objetos de higiene feminina, tais como absorventes, ou ainda produtos tóxicos
de origem industrial, preservativos usados, etc. As águas residuais em
decomposição anaeróbica produz gases que, em espaços fechados, como tubulações
ou estações, podem estar concentrados a níveis perigosos, exigindo o uso de
material especial e equipes de resgate. O gás sulfídrico é o principal
responsável pelo cheiro característico do esgoto em decomposição anaeróbica. Já
o gás mais perigoso presente é o metano
por ser explosivo, já tendo causado a morte de alguns operários de companhias
de saneamento.
O esgoto não tratado pode prejudicar o meio
ambiente e a saúde das pessoas. Os agentes patogênicos podem causar doenças
como a cólera, a difteria, o tifo, a hepatite e muitas outras. A solução é um
sistema adequado de saneamento básico que pode ou não incluir uma Estação de
Tratamento de Águas Residuais.
O método de cloração de águas residuais, já tratado
previamente numa Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), pode contribuir na
redução de patogênicos no lançamento dos efluentes. Revelou-se ser o processo
de menor custo e de elevado grau de eficiência em relação a outros processos
como a ozonização que é bastante dispendiosa e a radiação ultravioleta que não
é aplicável a qualquer situação.
TRATAMENTO
DE ÁGUAS RESIDUAIS
Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR)
Depois de utilizarmos a água no nosso dia a dia
para inúmeras atividades (cozinhar, limpar, tomar banho, etc.) a mesma
transforma-se em água residual (ou esgoto) e necessita de ser tratada para
poder ser reutilizada. A ETAR tem como
principal função receber e tratar as águas residuais, de forma a serem
devolvidas ao meio ambiente, em condições ambientalmente seguras. Pode integrar
cinco fases de tratamento:
- Tratamento Preliminar - Numa primeira fase, as águas residuais, produzidas pela população através do uso doméstico ou pelas indústrias, chegam à ETAR onde são filtrados e separados os resíduos de maior dimensão.
- Tratamento Primário - A seguir, as águas residuais passam pela Decantação Primária, onde as partículas sólidas em suspensão são eliminadas por ação da gravidade.
- Tratamento Secundário - As águas residuais sofrem um Tratamento Biológico, com bactérias que digerem a matéria orgânica existente. A seguir, passam pela Decantação Secundária, que permite o depósito das lamas resultantes da ação das bactérias.
- Tratamento Terciário - Nesta etapa do tratamento, as águas residuais são submetidas a uma desinfecção e remoção de nutrientes. Removem-se as bactérias, os sólidos em suspensão, os nutrientes em excesso e os compostos tóxicos específicos, tornando-as mais puras. Depois de passar por este tratamento, a água pode ser usada na agricultura, na rega de campos de golfe, na rega de espaços verdes, na lavagem de pavimentos e ruas, entre outras utilizações possíveis.
- Descarga Final da Água - Finalmente, a água é devolvida à natureza em condições ambientalmente seguras.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A falta de sistemas adequados para o tratamento das
águas residuais pode tornar-se num perigo para a saúde humana, para além de ser
uma fonte de contaminação de águas costeiras e interiores. Por esse motivo, e
porque as águas residuais urbanas apresentam diferentes tipos de poluentes de
acordo com as suas diferentes origens, é necessário proceder a tratamentos
específicos antes da descarga final, de forma a evitar que
esses poluentes cheguem aos ecossistemas, aos campos, às fontes de consumo, ao
mar, etc.
O Homem tem a obrigação de proteger os recursos
hídricos e garantir as necessidades das gerações futuras. A conservação e a
reutilização da água são a chave do futuro. Após o tratamento e antes da
descarga no efluente, estas águas podem ter outros usos através da sua
reutilização. Trata-se, portanto, de uma solução eficaz a que se recorre cada
vez com mais frequência para combater a escassez de recursos.
Referências
pensamentoverde.com.br/ Wikipédia.com / agda.pt/
degremont.pt/
Obrigado me ajudou muito
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