O desperdício se refere aos alimentos que foram
descartados por serem mantidos além do prazo de validade, por terem estragado
ou simplesmente por não terem sido consumidos.
No Brasil, há estimativas da produção de mais de 180 mil toneladas de
resíduos sólidos por dia, dos quais mais da metade é de resíduos orgânicos,
compreendendo principalmente as perdas e desperdícios de alimentos. Estes
resíduos, além dos aspectos econômicos envolvidos, causam sérios danos
ambientais e, portanto, requerem atenção.
É preciso incentivar uma mudança comportamental; o
consumo sustentável de alimentos. Adotar uma postura ecológica e economicamente
sustentável que privilegie o aproveitamento dos alimentos por seus aspectos
nutricionais, e não apenas estéticos. As mudanças no comportamento dos
consumidores não são rápidas, e geralmente requerem incentivos.
O papel do
Estado como regulador de mercados e ente garantidor de preços e qualidade dos
produtos consumidos.
Segundo a Food and Agriculture Organization (FAO), uma
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, as perdas de alimentos dizem respeito à
diminuição da massa disponível de alimentos para o consumo humano nas fases de
produção, pós-colheita, armazenamento e transporte. Já os desperdícios de
alimentos são as perdas derivadas da decisão de descartar alimentos que ainda
têm um valor nutricional, e estão associados principalmente ao comportamento
dos vendedores atacadistas e varejistas, serviços de venda de comida e
consumidores. Perdas se referem à diminuição da massa (quantidade) ou do valor
nutricional (qualidade) dos alimentos.
Há uma necessidade emergente de redução destes
resíduos gerados por perdas ou desperdício nesta cadeia de produção. É preciso
adotar políticas públicas capazes de impor restrições a estas práticas e
facilitar a distribuição de alimentos que seriam descartados. Se você olhar
para a cadeia de valor, da fazenda à mesa, os supermercados estão bem no meio dela. Os varejistas podem
influenciar os fornecedores tanto quanto os consumidores. A questão do preço também tem muito a ver; muitas
vezes, se o preço está ruim, o produtor não colhe, mas algumas empresas podem
imaginar que se o produto for colhido e for colocado no mercado, o preço pode
cair ainda mais, porque aí vai se atender uma demanda em situação de preço
elevado. Então, tem de ter política para isso também.
Nos países em desenvolvimento, o desperdício de
alimento começa a acontecer logo depois da colheita, enquanto as safras são
armazenadas ou transportadas, por causa de falta de refrigeração e boas
estradas, o que faz com que estraguem antes de chegar ao mercado. Nos países
mais ricos, o desperdício frequentemente começa com os varejistas descartando
itens que acham que não terão apelo aos consumidores. Mas a maior fonte
individual de desperdício está nos lares, onde cerca da metade de todo o
alimento não comido é descartado. Se você olhar para a história humana, fora os muito
ricos, as famílias sempre aproveitavam ao máximo a comida. O desperdício no
consumo é baixo, porque a população pobre não joga fora a comida; come tudo,
tenta aproveitar tudo, até resto de alimentos para uma nova refeição. Porém a medida
que ficamos mais prósperos, nós deixamos de nos preocupar com isso.
O consumidor valoriza o aspecto cosmético da fruta,
da verdura. Se ela está com uma manchinha, ou feia, enrugada, ou se a cenoura
não tem aquele tamanho ou formato exato, ela já não serve para o consumo. Então,
como o consumidor rejeita, o varejo acaba rejeitando, e o produtor nem colhe. Cabe ressaltar que o valor nutricional não se
altera pelo simples dos hortifrutis, serem tortos, enrugados, com manchinhas... Se as pessoas são diferentes, por que os
vegetais têm de serem iguais, todos exatamente iguais? O consumo é ditado pelo
mercado, sim, porém o mercado se move em função da consciência das pessoas. Por
isso, tem de conscientizar as pessoas para o consumo diferenciado, valorizar a
produção e o consumo de alimentos locais através de sistemas adaptados de
distribuição.
O
desperdício de alimentos não agrava apenas a fome, os prejuízos econômicos e
ambientais são igualmente graves.
As consequências ambientais do desperdício são
enormes, com vastas quantidades de água, fertilizantes e terras usadas para
produção de alimentos que nunca são comidos, além da energia usada para
processá-los, refrigerá-los e transportá-los. Os alimentos descartados que
decompõem no aterro sanitário, sem a presença de oxigênio, emitem metano, um
potente gás do efeito estufa.
A pegada ecológica do desperdício alimentar impacta
sobre os recursos naturais trás nas suas consequências ao nível do clima, do
uso da água e do solo e da biodiversidade. A pegada hídrica da Agricultura
aumenta por conta desses alimentos jogados fora, e ela é responsável por
utilizar 70% da água doce consumida no mundo. A cada etapa, o custo ambiental
do início da produção de comida aumenta ao incorporar custos de processamento,
transporte, armazenamento e utilização.
Referências
fao.org.br/
ecodebate.com
bancodealimentos.org.br
bancodealimentos.org.br
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