RESÍDUOS
Os resíduos apresentam-se nos estados sólido, gasoso e líquido.Ficam incluídos nesta definição tudo o que resta dos sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou aqueles líquidos que exijam para isto soluções técnicas e economicamente viáveis de acordo com a melhor tecnologia disponível.
1.1 - CLASSIFICAÇÃO, ORIGEM E CARACTERÍSTICAS
1.1.A - CLASSIFICAÇÃO DO LIXO
A.I - Quanto às características físicas: Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças. Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, etc...
A.II - Quanto à composição química: Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim. Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc.
A.III - Quanto à origem Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns resíduos tóxicos. Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc.Serviços Públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de vegetais diversos, embalagens, etc. Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário. Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-se de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças provenientes de outras cidades, estados e países. Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc. O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de envenenamento. Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e técnicos adequados. Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de tratamento especial. Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. O entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento.
Composição gravimétrica: traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total do lixo. Peso específico: é o peso dos resíduos em função do volume por eles ocupado, expresso em kg/m³. Sua determinação é fundamental para o dimensionamento de equipamentos e instalações. Teor de umidade: esta característica tem influência decisiva, principalmente nos processos de tratamento e destinação do lixo. Varia muito em função das estações do ano e da incidência de chuvas.
Compressividade: também conhecida como grau de compactação, indica a redução de volume que uma massa de lixo pode sofrer, quando submetida a uma pressão determinada. A compressividade do lixo situa-se entre 1:3 e 1:4 para uma pressão equivalente a 4 kg/cm2. Tais valores são utilizados para dimensionamento de equipamentos compactadores.
Chorume: substância líquida decorrente da decomposição de material orgânico.
2 – RESÍDUOS SÓLIDOS
são materiais heterogêneos, (inertes, minerais e orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Os resíduos sólidos constituem problemas sanitário, ambiental, econômico e estético. Os Resíduos sólidos podem ser divididos em grupos, como:
2.1 Lixo Doméstico:
É aquele produzido nos domicílios residenciais. Compreende papel, jornais velhos, embalagens de plástico e papelão, vidros, latas e resíduos orgânicos, como restos de alimentos, trapos, folhas de plantas ornamentais e outros.
2.2 Lixo Comercial e Industrial:
É aquele produzido em estabelecimentos comerciais e industriais, variando de acordo com a natureza da atividade. Restaurantes e hotéis produzem, principalmente, restos de comida, enquanto supermercados e lojas produzem embalagens.Os escritórios produzem, sobretudo, grandes quantidades de papelO lixo das indústrias apresenta uma fração que é praticamente comum aos demais: o lixo dos escritórios e os resíduos de limpeza de pátios e jardins; a parte principal, no entanto, compreende aparas de fabricação, rejeitos, resíduos de processamentos e outros que variam para cada tipo de indústria. Há os resíduos industriais especiais, como explosivos, inflamáveis e outros que são tóxicos e perigosos à saúde, mas estes constituem uma categoria à parte.
2.3. Lixo Público:
São os resíduos de varrição, capina, raspagem, entre outros, provenientes dos logradouros públicos (ruas e praças), bem como móveis velhos, galhos grandes, aparelhos de cerâmica, entulhos de obras e outros materiais inúteis, deixados pela população, indevidamente, nas ruas ou retirados das residências através de serviço de remoção especial.
2.4. Lixo de Fontes Especiais:
É aquele que, em função de determinadas características peculiares que apresenta, passa a merecer cuidados especiais em seu acondicionamento, manipulação e disposição final, como é o caso de alguns resíduos industriais antes mencionados, do lixo hospitalar e do radioativo. Com o crescimento acelerado das metrópoles, do consumo de produtos industrializados, e mais recentemente com o surgimento de produtos descartáveis, o aumento excessivo do lixo tornou-se um dos maiores problemas da sociedade moderna. Isso é agravado pela escassez de áreas para o destino final do lixo.A sujeira despejada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas, do ar e agravou as condições de saúde da população mundial. O volume de lixo tem crescido assustadoramente. E umas das soluções imediatas seria reduzir ao máximo o seu volume e o consumo de produtos descartáveis, reutilizá-los e reciclá-los. Felizmente, para a Natureza e para o homem, os resíduos podem ser em geral, reciclados e parcialmente utilizados, o que traz grandes benefícios à comunidade, como a proteção da saúde pública e a economia de divisas e de recursos naturais.
ATERRO SANITÁRIO
O aterro sanitário é um processo de eliminação de resíduos sólidos bastante utilizados. Consiste na deposição controlada de resíduos sólidos no solo e sua posterior cobertura diária. Uma vez depositados, os resíduos sólidos se degradam naturalmente por via biológica até à mineralização da matéria biodegradável, em condições fundamentalmente anaeróbias. Devido a grande distância que normalmente os aterros sanitários se encontram, tornam muitas vezes inviável o acesso a esse tipo de destino final. A prática mais generalizada é o enterramento de resíduos em terrenos adjacentes, muitas vezes sem preparação, em solos inadequados e perto de espécies faunísticas e florística de elevada fragilidade, o que dá origem a focos de poluição e de contaminação localizados. Uma forma de minimizar esses efeitos é a seleção cuidadosa do local (tipo de solo, coberto vegetal, regime hidrológico), sua impermeabilização e seu recobrimento sistemático com terra.
O aterro sanitário é uma obra de engenharia que deve ser orientada por quatro objetivos:
- Diminuição dos riscos de poluição provocados por cheiros, fogos, insetos.
- Utilização futura do terreno disponível, através de uma boa compactação e cobertura.
- Minimização dos problemas de poluição da água, provocados por lixiviação.
- Controle da emissão de gases (liberados durante os processos de degradação)
Esse processo tem as seguintes vantagens:
- Baixo custo
- Recuperação de áreas degradadas
- Flexibilidade de operação
- Não requer pessoal altamente especializado
Esse processo tem as seguintes desvantagens:
- Longa imobilização do terreno
- Necessidade de grandes áreas
- Necessidade de material de cobertura
- Dependência das condições climáticas
Um aterro sanitário é um reator biológico em evolução, que produz:
Resíduos gasosos: CO2, metano, vapor d´agua, O2, N2, ácido sulfúrico e sulfuretos
Resíduos sólidos: resíduos mineralizados
Resíduos líquidos: águas lexiviadas.
Resíduos sólidos: resíduos mineralizados
Resíduos líquidos: águas lexiviadas.
3 - RESÍDUOS GASOSOS
Resultam das reações de fermentação aeróbia (desenvolvidos na superfície) e anaeróbia (nas camadas mais profundas); a fermentação anaeróbia dá origem a CO2 e a CH4 (metano), o qual pode ser aproveitado para a produção de biogás.
POLUIÇÃO POR GASES
A incineração é um processo de combustão controlada (em instalação própria), que permite a redução em volume e em peso dos resíduos sólidos, em cerca de 90 a 60%. Os resíduos são transformados em gases, calor e materiais inertes (cinza e escórias de metal). Inconvenientes da incineração Poluição do solo por cinzas e escórias. A poluição da água pelas águas de arrefecimento das escórias e de lavagem de fumos e pelas escorrências de solos contaminados. Poluição do ar por cinzas voláteis e dioxinas; estas últimas têm um elevado teor tóxico e são agentes de doenças, nomeadamente hiperpigmentação da pele, danos no fígado, alterações enzimáticas, alterações no metabolismo dos lipídios, nos sistemas endócrinos e imunológicos e feitos cancerígenos. O reaproveitamento consiste na utilização dos resíduos para subsidiar outras atividades Produção de fertilizantes - compostagem (resíduos sólidos orgânicos)Alimentação de animais domésticos (restos de alimentos).
4 - RESÍDUOS LÍQUIDOS
Também chamados lixiviados, variam de local para local e dependem de:
CICLOS DO RESÍDUO LIQUIDO
Ciclo da água
Também chamados lixiviados, variam de local para local e dependem de:
- Teor em água dos resíduos
- Isolamento dos sistemas de drenagem
- Clima (temperatura, pluviosidade, evaporação)
- Permeabilidade do substrato geológico
- Grau de compactação dos resíduos Idade dos resíduos
CICLOS DO RESÍDUO LIQUIDO
Ciclo da água
- Captação: superficial ou subterrânea
- Adução
- Tratamento ou produção de água potável
- Transporte ou adução
- Reservação.
- Distribuição para até as residências
- Coleta das residências
- Interceptação, elevação e transporte
- Tratamento dos esgotos
- Tratamento e disposição final dos Lodos (resíduos sólidos do tratamento)
- Devolução ao meio ambiente dos resíduos líquidos tratados.
- Ligação e hidrometração de novos usuários
- Leitura e troca de hidrômetros
- Faturamento e arrecadação
- Gestão de grandes consumidores
- Corte e religação
- Cadastro dos usuários
- Atendimento aos usuários: call center ou lojas comerciais.
5 - RESÍDUOS TÓXICOS
Considerados resíduos tóxicos as pilhas não-alcalinas, baterias, tintas e solventes, remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes, inseticidas, embalagens de agrotóxicos e produtos químicos, as substâncias não biodegradáveis estão presentes nos plásticos, produtos de limpeza, em pesticidas e produtos eletroeletrônicos, e na radioatividade desprendida pelo urânio e outros metais atômicos, como o césio, utilizados em usinas, armas nucleares e equipamentos médicos. O cádmio, níquel, mercúrio e chumbo são os principais contaminantes. A separação adequada desses materiais é muito importante para evitar a contaminação do solo e dos lençóis freáticos. As pessoas devem tomar alguns cuidados básicos para embalar este tipo de resíduo: acondicionar em sacos plásticos bem fechados, guardá-los em local arejado e protegido do sol, das crianças e dos animais. Os materiais que podem ser reciclados são encaminhados a Centrais de Tratamento específicas. Os medicamentos vencidos, restos de tinta e verniz, e embalagens de inseticidas, que ainda não podem ser reciclados, ficam armazenados no aterro industrial em condições adequadas, para evitar a contaminação do meio ambiente. Esses resíduos são tratados por meio de encapsulamento.
Principais contaminantes que conferem periculosidade aos resíduos são os seguintes:
Organo-halogenados - A combinação de fenômenos de evaporação e absorção no seio do aterro previne de forma substancial o deslocamento dos compostos organo-halogenados para as águas subterrâneas. Na presença de óleos no lixo, os solventes halogenados tendem a ser associados a esta fase.
Cianetos - Foram identificados vários mecanismos de decomposição e eliminação. Por exemplo, a conversão para ácido cianídrico volátil, a formação de cianetos complexos, hidrólise de formiato de amônia, formação de tiocianatos e biodegradação poderão ocorrer. Um pré-tratamento de resíduos com cianetos é fortemente recomendado.
Metais pesados - Resíduos galvânicos foram co-dispostos em aterros e exumados sem modificações após 2 a 3 anos. O cromo, quando presente em forma solúvel, hexavalente, cromato ou dicromato, pode também representar um risco ambiental. Normalmente, em aterros, estes compostos são reduzidos, na presença de matéria orgânica, para a forma trivalente de maneira a precipitar como hidróxido em pH neutro, comumente existente nos aterros. O mercúrio poderá ser originário de baterias, tubos fluorescentes, entulhos. Há evidências de que o Mercúrio é mobilizado como sulfato sob as condições anaeróbicas reinantes no aterro. Havendo frações argilosas presentes, o mercúrio poderá ser firmemente ligado por adsorção ou por troca iônica.
Ácidos - Deveria ser prática normal a neutralização de resíduos ácidos, antes da sua disposição em trincheiras ou lagoas rasas, no aterro. Será essencial que a capacidade de neutralização inerente ao lixo doméstico não seja excedida. Caso contrário, os metais pesados serão ressolubilizados e a atividade microbiana será inibida. Foi determinado que 1kg de lixo fresco poderá neutralizar 22g de ácido sulfúrico e 1kg de lixo decomposto será preciso para neutralizar 33g desse mesmo ácido.
Óleos - A absorção em componentes do lixo é um mecanismo de atenuação importante. Estudos demonstraram que não acontecia drenagem livre quando a concentração do óleo não superava os 5% em peso.PCB's (Policloreto de bifenila)Estas substâncias foram encontradas em aterros industriais, provenientes de capacitores, resíduos de destilação e tortas de filtro. Em face de sua baixa solubilidade e degradabilidade, admite-se que elas sejam retidas nos aterros. Não há evidência de que a presença de outras substâncias orgânicas afete a mobilidade dos PCB's, porém, a presença de solventes deveria ter efeitos significativos. Alguns ensaios mostraram a presença de PCB's no chorume em concentrações entre 0,01 e 0,05 mg/l.FenóisPode-se constituir em problema grave, uma vez que o limite da WHO - World Health Organization para fenol é de 0,022 mg/l; e muitos resíduos industriais contém este produto em proporção superior a estes valores.
Solventes - Durante a deposição em aterro, os solventes poderão perder-se por evaporação para a atmosfera ou podem ser absorvidos pelo lixo, onde poderão ser submetidos à biodegradação. Testes de laboratório mostram a grande dificuldade de se prognosticar a extensão de cada um destes processos.
6 - RESÍDUOS HOSPITALARES
Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou como é mais comumente denominado "lixo hospitalar ou resíduo séptico", sempre constituiu-se um problema bastante sério para os Administradores Hospitalares, devido principalmente a falta de informações a seu respeito, gerando mitos e fantasias entre funcionários, pacientes, familiares e principalmente a comunidade vizinha as edificações hospitalares e aos aterros sanitários. A atividade hospitalar é por si só uma fantástica geradora de resíduos, inerente a diversidade de atividades que desenvolvem-se dentro destas empresas. O desconhecimento e a falta de informações sobre o assunto faz com que, em muitos casos, os resíduos, ou sejam ignorados, ou recebam um tratamento com excesso de cuidado, onerando ainda mais os já combalidos recursos das instituições hospitalares. Não raro lhe são atribuídas a culpa por casos de infecção hospitalar e outros tantos males.
6.1- Contaminação
O maior problema é o chamado "lixo infectante - classe A", que representa um grande risco de contaminação, além de poluir o meio ambiente. A maior parte dos estabelecimentos não faz a separação deste material, que acaba indo para os aterros junto com o lixo normal ou para a fossa.Outro problema é o chamado "lixo perigoso - clase B", cuja destinação final, atualmente, fica sob responsabilidade dos hospitais.O material recolhido nos hospitais, acondicionado segundo normas que variam em função do grau de periculosidade dos produtos, geralmente é levado a um aterro próprio.Já o "lixo classe C" dos hospitais – também devidamente separado - fica sujeito ao mesmo sistema de recolhimento do restante da cidade, indo parte para reciclagem e parte para a coleta normal, que inclui apenas o material orgânico destinado ao aterro sanitário.
6.2 -Separação do Lixo
O treinamento para a separação desse tipo de resíduo é uma exigência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e oferecerá subsídios para que os hospitais e clínicas elaborem planos de gerenciamento de resíduos do serviço de saúde. O objetivo é adequar a estrutura das unidades para o tratamento correto dos resíduos.Segundo as normas sanitárias, o lixo hospitalar deve ser rigorosamente separado e cada classe deve ter um tipo de coleta e destinação. De acordo com as normas, devem ser separadas conforme um sistema de classificação que inclui os resíduos infectantes - lixo classe A, como restos de material de laboratório, seringas, agulhas, hemoderivados, entre outros, perigosos - classe B, que são os produtos quimioterápicos, radioativos e medicamentos com validade vencida - e o lixo classe C, o mesmo produzido nas residências, que pode ser subdividido em material orgânico e reciclável.O treinamento visa adequar os estabelecimentos às novas normas de tratamento do lixo hospitalar, estabelecidas na Lei Federal nº 237, de dezembro do ano passado. Os hospitais têm prazo para apresentar um plano de gerenciamento dos resíduos e, com isso, obter um licenciamento ambiental e adaptar-se às exigências legais. Caso não consigam o licenciamento, ficam sujeitos à aplicação de multas diárias de R$ 140,00 pelo sistema de vigilância sanitária.
6.3 - Lixos Infectantes Resíduos do grupo A (apresentam risco devido à presença de agentes biológicos):
Sangue hemoderivados - Excreções, secreções e líquidos orgânicos- Meios de cultura- Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas- Filtros de gases aspirados de áreas contaminadas- Resíduos advindos de área de isolamento - Resíduos alimentares de área de isolamento - Resíduos de laboratório de análises clínicas - Resíduos de unidade de atendimento ambiental- Resíduos de sanitário de unidades de internação- Objetos perfuro cortantes provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. Os estabelecimentos deverão ter um responsável técnico, devidamente registrado em conselho profissional, para o gerenciamento de seus resíduos
Sangue hemoderivados - Excreções, secreções e líquidos orgânicos- Meios de cultura- Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas- Filtros de gases aspirados de áreas contaminadas- Resíduos advindos de área de isolamento - Resíduos alimentares de área de isolamento - Resíduos de laboratório de análises clínicas - Resíduos de unidade de atendimento ambiental- Resíduos de sanitário de unidades de internação- Objetos perfuro cortantes provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. Os estabelecimentos deverão ter um responsável técnico, devidamente registrado em conselho profissional, para o gerenciamento de seus resíduos
6.4 - Processos de Destino/Incineração
a incineração do lixo hospitalar é um típico exemplo de excesso de cuidados, trata-se da queima o lixo infectante transformando-o em cinzas, uma atitude politicamente incorreta devido aos subprodutos lançados na atmosfera como dioxinas e metais pesados.Auto-Clave: esteriliza o lixo infectante, mas por ser muito caro não é muito utilizado. Como alternativa, o lixo infectante pode ser colocado em valas assépticas, mas o espaço para todo o lixo produzido ainda é um problema em muitas cidades.A maioria dos hospitais tomam pouco ou quase nenhuma providência com relação às toneladas de resíduos gerados diariamente nas mais diversas atividades desenvolvidas dentro de um hospital. Muitos limitam-se ou a encaminhar a totalidade de seu lixo para sistemas de coleta especial dos Departamentos de Limpeza Municipais, quando estes existem, ou lançam diretamente em lixões ou simplesmente queimam os resíduos.Torna-se importante destacar os muitos casos de acidentes com funcionários, envolvendo perfurações com agulhas, lâminas de bisturi e outros materiais denominados perfuro-cortantes. O desconhecimento faz com que o chamado "lixo hospitalar", cresça e amedronte os colaboradores e clientes das instituições de saúde.
6.5 - Lixos Não-InfectantesEspeciais
Radioativos: compostos por materiais diversos, expostos à radiação; resíduos farmacêuticos, como medicamentos vencidos e contaminados; e resíduos químicos perigosos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis, mercúrio).
Comuns - Lixo administrativo, limpeza de jardins e pátios, resto de preparo de alimentos, estes não poderão ser encaminhados para alimentação de animais.
6.6 - Algumas Soluções
Os constantes problemas, o desconhecimento, o medo, mas principalmente o desejo de que o assunto fosse tratado de uma forma técnica, profissional, levou-se a desenvolver um projeto que resolvesse definitivamente o problema. Objetivos do projeto:- Elevar a qualidade da atenção dispensada ao assunto "resíduos sólidos dos serviços de saúde"- Permitir o conhecimento das fontes geradoras dos resíduos. A atividade hospitalar gera uma grande variedade de tipos de resíduos distribuídos em dezenas de setores com atividades diversas- Estimular a decisão por métodos de coleta, embalagem, transporte e destino adequados- Reduzir ou se possível eliminar os riscos a saúde dos funcionários, clientes e comunidade;- Eliminar o manuseio para fins de seleção dos resíduos, fora da fonte geradora- Permitir o reprocessamento de resíduos cujas matérias primas possam ser reutilizadas sem riscos à saúde de pacientes e funcionários- Reduzir o volume de resíduos para incineração e coleta especial- Colaborar para reduzir a poluição ambiental, gerando , incinerando e encaminhando aos órgão públicos a menor quantidade possível de resíduos-Resíduos sólidos do grupo A deverão ser acondicionados em sacos plásticos grossos, brancos leitosos e resistentes com simbologia de substância infectante. Devem ser esterilizados ou incinerados-Os restos alimentares in natura não poderão ser encaminhados para a alimentação de animais.
6.7 - Classes dos Resíduos
Classe 1 - Resíduos Perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
Classe 2 - Resíduos Não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
Classe 3 - Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações.
7 - PROBLEMAS DOS LIXO
7.1 – DIAGNÓSTICO
Antes de se proceder a qualquer atividade de monta relacionada aos resíduos sólidos urbanos (RSU), vulgarmente conhecidos como lixo, devemos proceder a um diagnóstico, a fim de conhecer o problema e poder apontar as soluções
7.1.1 - Produção
O lixo é produzido nas residências, indústrias e hospitais, mas também é gerado nas atividades de varrição e poda. Cada qual tem as suas peculiaridades, que afetam o seu manuseio, reciclagem e destino final
7.1.2 - Per cápita
Principalmente no caso dos RSU, a estimativa da produção de lixo por pessoa e por dia, é importantíssima para se equacionar o transporte e o tamanho do aterro sanitário. Esse valor varia com o local e o número de habitantes, e no caso do Brasil, pode ser considerado, em média, como 0,8 kg/hab.ano.
7.1.3 - Composição
O conhecimento dos materiais que compõem o lixo, em percentagem, é chamado de composição gravimétrica. Tem grande importância na reciclagem e no destino final, já que mais da metade dos RSU, no Brasil, é composto de matéria orgânica. A separação do lixo seco (tudo, menos a matéria orgânica) valoriza a reciclagem e possibilita a compostagem.
7.1.4 - Chorume
Chama-se de chorume o percolado do lixo, ou seja, a água de drenagem da massa de lixo, ocasionada pela putrefação da matéria orgânica e lavagem pela água da chuva. A estimativa do volume de chorume a ser produzido, por ocasião do diagnóstico, está relacionada aos cuidados sanitários que devemos ter por ocasião do projeto do aterro sanitário (estação de tratamento do chorume).
7.1.5 - Localização do aterro
São tantas as exigências ambientais para a localização de um aterro sanitário, que estas são parte importante no diagnóstico dos RSU. Ultimamente, as Geotecnologias (uso de Sistemas Geográficos de Informações e imagens de satélites) têm sido uma ferramenta muito útil nessa busca, vez que a distância da fonte geradora pode inviabilizar economicamente a localização do aterro. Um das soluções, nesse caso, tem sido o Consórcio de Municípios
7.1.6 - Tecnologia
A tecnologia a que me refiro é a da construção do próprio aterro sanitário. Surgiram nas últimas décadas, soluções de baixo custo para as cidades pequenas, como a das valas (usada na Bahia, São Paulo e outros estados).
7.2 – RECICLAGEM
A reciclagem do lixo apresenta uma série de vantagens técnicas, econômicas e sociais para o Município. Entre as principais, listamos:a) reduz o volume de lixo transportado para os lixões e aterros;b) conseqüentemente, aumenta a vida útil dos aterros sanitários;c) economiza (muita) energia na produção de materiais novos;d) é uma fonte de renda para catadores, produtores artesanais e vendedores;e) transforma materiais que levariam séculos para se decompor;f) age como efeito demonstração na Educação Ambiental; eg) propicia materiais mais baratos à população de baixa renda
A reciclagem do lixo apresenta uma série de vantagens técnicas, econômicas e sociais para o Município. Entre as principais, listamos:a) reduz o volume de lixo transportado para os lixões e aterros;b) conseqüentemente, aumenta a vida útil dos aterros sanitários;c) economiza (muita) energia na produção de materiais novos;d) é uma fonte de renda para catadores, produtores artesanais e vendedores;e) transforma materiais que levariam séculos para se decompor;f) age como efeito demonstração na Educação Ambiental; eg) propicia materiais mais baratos à população de baixa renda
7.2.1 - Cooperativas
As cooperativas de catadores valorizam o trabalho dos cidadãos que se dedicam a recolher e separar os materiais de valor comercial encontrados no lixo. Além de organizarem o trabalho, possibilitam obter junto a ONGs e às Prefeituras, galpões para reciclagem, balanças, prensas e preço mais justo.
7.2.2 - Material de construção
As sobras das obras civis, da ordem de 30% dos materiais de construção, nem de longe tem a composição gravimétrica que os assemelhe aos RSU mas, por outro lado, constituem um material indesejável (pelo volume que ocupam) nos aterros sanitários. Ultimamente, esse material, algumas vezes, tem sido reciclado, servindo de matéria prima para outras obras.
7.2.3 – Artesanato
O artesanato do lixo, pela criatividade do brasileiro, tem apresentado soluções notáveis, que vão desde a vassouras e aquecedores solares de garrafas PET, cestas com tiras de papel jornal, e roupas feitas com abridores de latinhas de alumínio.
7.3 – MANUSEIO
7.3.1 - Políticas
As políticas relacionadas ao manuseio do lixo, principalmente na sua fonte de produção, dizem respeito à Prática dos 3 Rs: Reduzir, Reciclar e Reutilizar. Essa deve ser a tônica de qualquer campanha e de toda iniciativa para equacionar e resolver o problema dos RSU numa Comunidade qualquer.
7.3.2 – Educação Ambiental
A forma mais indicada de implementar as políticas acima, é a adoção de campanhas de Educação Ambiental, que podem ser feitas na Escola de Primeiro Ciclo, entre os funcionários de uma empresa ou mesmo na comunidade.
7.3.3 – Segurança
O manuseio do lixo, principalmente pelos catadores nos lixões, pelos empregados de uma usina de reciclagem ou mesmo na sua fonte de produção, exige o conhecimento dos riscos de doenças, contaminação e dos equipamentos de proteção individual (EPIs). Os vetores mais comuns são: moscas, mosquitos, baratas, ratos e pulgas; que transmitem doenças dos mais tipos: dengue, tétano, disenterias, verminoses, leptospirose e outras. Muito cuidado devemos ter com os materiais perfuro-cortantes, como agulhas de injeção e cacos de vidro, pela possibilidade de estarem infectados. Entre os EPIs para quem manuseia o lixo, destacam-se as máscaras faciais de tecido, óculos de segurança, aventais de plástico e luvas de couro. O lixo tóxico também deve ser evitado, com destaque para as lâmpadas à vapor de mercúrio e as embalagens de agrotóxicos.
7.4 – DESTINO
7.4.1 - Aterros sanitários
Esse é o destino mais adequado ao lixo, seja para livrar a população dos inconvenientes da presença deste material (estética, odores e doenças), como para poupar a Natureza do agravo ambiental dos lixões (contaminação do lençol freático pelo chorume, gases do efeito estufa, presença de aves que provoquem desastres aéreos e outros).
7.4.2 – Compostagem
É uma técnica que transforma a matéria orgânica do lixo em composto orgânico, aumentando em mais de 50% a vida útil dos aterros sanitários e produzindo um ótimo condicionador do solo. Quando feito juntamente com a reciclagem, chega a pagar parte das despesas das Prefeituras com os RSU.
7.4.3 – Incineração
A queima do lixo (principalmente o hospitalar) a elevadas temperaturas, é o método mais eficaz de eliminar os perigos de contaminação e os resíduos do seu tratamento. Observe na figura do mapa mental, no extremo inferior direito, os sacos plásticos de cor branca, que caracterizam a presença de lixo hospitalar.
PARA SABER MAIS ACESSE OS LINKS ABAIXO
PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL
PARA ONDE VAI O LIXO?
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RESÍDUOS Disponível em: . Acesso em: 06 mar. 2010
LIXO: acidentes Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. m.m.a.
Disponível em: . Acesso em: 05 mar. 2010.
MATERIAL educativo Universidade Federal de São Carlos . Disponível em: . Acesso em: 05 maio 2010.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. 20ª Sao Paulo: Atica, 2000. 288 p.
RODRIGUES, Sergio de Almeida. Destruição e esquilibrio: o homem e o ambiente no espaço e no tempo. 11ª Sao Paulo: Atual, 1989. 117 p. (Meio ambiente).
SCARLATO, Francisco Capuano; PONTIN, Joel Arnaldo. Do nicho ao lixo: ambiente, sociedadee educação. 8ª Sao Paulo: Atual, 1992. 117 p. (Meio ambiente).
SCARLATO, Francisco Capuano; PONTIN, Joel Rnaldo.. Energia para o século XXI. 1ª Sao Paulo: Atica, 1998. 72 p. (Geografia hoje).
SILVA, Deonísio da. A vida intima das palavras: origem e curiosidades da lingua portuguesa. 4ª Sao Paulo: Arx, 2002. 493 p.
EXCELENTE POST SOBRE O TEMA.. FOI PRIMORDIAL PARA ELABORAÇÃO DO MEU TRABALHO. PARABÉNS PROF.OMAR CONTINUE ASSIM.
ResponderExcluirABRAÇOS
MARCIA