Quando a humanidade falha e empresas ou governos se omitem, os impactos são enormes - não apenas ecológicos, mas também econômicos e sociais. 2019 foi um ano marcado por diversos crimes ambientais no Brasil. Primeiro, o rompimento da barragem de Brumadinho; na sequência, uma das maiores queimadas da história na Floresta Amazônica; e vivenciamos o maior vazamento de óleo no litoral brasileiro.
Em 25 de janeiro, o rompimento da barragem de uma mina da Vale, em Brumadinho (MG), deixou mais de 260 mortos (há ainda desaparecidos) e um rastro de destruição que atingiu casas, pousadas, estruturas e propriedades rurais. Agricultores da região perderam toda a produção de hortaliças. Foram destruídos sonhos e vidas. Solo, matas, nascentes, fauna e flora foram totalmente destruídos O caso acendeu o alerta para a segurança para esse tipo de barragem. Documentos atestam que a Vale tinha conhecimento da instabilidade da barragem, mesmo antes do rompimento. Mesmo assim, não se preocupou, causando este crime ambiental. A empresa Vale, TÜV SÜD e de mais 22 pessoas foram indiciadas pelo crime.
FOGO NA FLORESTA
Depois da divulgação dos dados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as queimadas na Amazônia tiveram repercussão mundial. O aumento no número de queimadas e desmatamento na Amazônia, levaram discussões internacionais e nacionais como um dos assuntos mais debatidos no ano. Houve aumento nas queimadas e os focos atingiram quatro estados brasileiros e dois países vizinhos ao Brasil. aumento do fogo está diretamente relacionado à alta do desmatamento. A disparada de queimadas na Amazônia em 2019, evidenciada no mês de agosto, provocou danos ambientais na região do bioma, poluiu o ar em todo o país. A crise recebeu atenção mundial, e o governo foi pressionado a tomar medidas para combater o fogo. O dia 10 de agosto 2019 ficou conhecido como o "Dia do Fogo", quando produtores rurais da região Norte do país teriam iniciado um movimento conjunto para incendiar áreas da maior floresta tropical do mundo. Em outro inquérito vários brigadistas são acusados de iniciar focos de incêndio para depois combatê-los e arrecadar fundos enviados por entidades internacionais.
No litoral, o maior desastre ambiental da história marinha brasileira chocou o país. Toneladas de óleo chegaram a praias do nordeste e sudeste, causando prejuízos inestimáveis à fauna marinha e às comunidades que dependem desses ecossistemas. De origem desconhecida, o óleo continua sendo encontrado em algumas regiões. Em setembro, as primeiras manchas começaram a surgir e ninguém tinha ideia do que era substância escura que chegava às praias nordestinas. Ao longo das semanas, as manchas foram se espalhando por todo o litoral. Centenas de pessoas se mobilizaram em diversas localidades do litoral para limpar os vestígios que apareceram nas praias. Centenas de locais foram atingidos pelos resíduos do óleo. Em novembro, as manchas chegaram até o Espírito Santo e depois até o Rio de Janeiro. Por causa das manchas no mar, pescadores e marisqueiras foram prejudicados. A pesca chegou a ser suspensa pelo Ministério do Meio Ambiente.
A Justiça brasileira é muito rápida para punir indivíduos em condições vulneráveis, mas não tem a mesma agilidade e os mesmos critérios quando se trata de grandes poderes econômicos e crimes de colarinhos brancos. Nossa justiça é tardia e injusta, colonialista e corrupta. A impunidade deriva na morosidade das ações.
DE QUEM É A CULPA?
Acusações de negligência contra quem administrava os espaços, demora ou inexistência de responsabilização de culpados, respostas insuficientes por parte do poder público e, na maioria dos casos, mortes que poderiam ter sido evitadas.
Enchentes e deslizamentos na Região Serrana do Rio de
Janeiro, 12 de janeiro 2011.
O desastre: Entre os incontáveis desastres envolvendo enchentes e deslizamentos em metrópoles brasileiras, os episódios no início de janeiro de 2011 no Rio de Janeiro marcaram pelo tamanho da tragédia e pelas cenas desesperadoras de pessoas ilhadas pela chuva. Uma sequência de fortes chuvas atingiu a região serrana do Estado causando deslizamentos e inundações em dezenas de municípios, deixando 918 mortos e cerca de 35 mil pessoas desalojadas e desabrigadas. Isso sem contar as milhares de pessoas afetadas de outras formas. Quem foi punido: A situação toda foi tratada como desastre natural. Nenhuma investigação oficial foi aberta e ninguém foi responsabilizado.
Rompimento da barragem em Mariana, 5 de novembro de 2015
O desastre: O colapso da barragem de Fundão, no subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, em novembro de 2015, causou o transbordamento da barragem de Santarém e liberou cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. A mistura de lama e lixo industrial destruiu distritos da cidade de Mariana, causou a morte de 19 pessoas e prejuízos ambientais e sociais ao longo dos 650 km entre a cidade e a foz do rio Doce, no Espírito Santo. Os danos ambientais e sociais estão sendo avaliados até hoje. Segundo o Ibama, mas de 770 mil hectares de áreas de preservação permanente foram afetados pelo desastre. Quem foi punido: Em outubro de 2016, o Ministério Público denunciou à Justiça 21 pessoas acusadas de provocar inundação, desabamento, lesão corporal e homicídio com dolo eventual (quando o réu assume o risco de matar). Mas o processo criminal chegou a ficar quase um ano parado desde então. Até hoje, ninguém foi preso e o julgamento ainda não foi marcado. As empresas também foram multadas por diversos órgãos ambientais, mas só uma das 68 multas está sendo paga.
Incêndio no Museu Nacional, Rio de Janeiro, 2 de setembro de
2018
O desastre: Três meses após completar 200 anos, o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, foi consumido por um incêndio devastador que danificou seu acervo de 20 milhões de itens. O museu tinha o maior acervo de antropologia e história natural do Brasil e um dos maiores da América Latina, e ainda não existe um número oficial de quantas peças foram destruídas. Quem foi punido: Como as investigações ainda estão em andamento, ninguém foi responsabilizado pelo episódio, e o caso ainda deve demorar para chegar na Justiça.
Imagens:
águasualinda, arvoresertecnologico
no brasil tem lei, mas não funciona, o judiciário preocupada em encher os bolsos com os crimes de toga. país dos privilégios, salários exorbitantes dos 3 poderes. o povo, bem é somente marionete.
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