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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

SABIA QUE EXISTE UMA MOSCA CAPAZ DE MATAR SUAS PLANTAS?

As larvas da espécies alimentam-se do sistema radicular de plantas em cultivos protegidos, podendo causar danos diretos e indiretos pela transmissão de fitopatógenos. Essas espécies são consideradas pragas importantes em cultivos de cogumelos e viveiros de mudas, atacando citros, fumo, ornamentais e diversas outras plantas de importância econômica.


A mosca das raízes mais frequentemente encontrada nos viveiros é Bradysia coprophila (Diptera: Sciaridae), conhecida como mosca de fungos, fungus gnat, darkwinged fungus gnat. A maioria das espécies do gênero Bradysia alimenta-se de fungos e material orgânico em decomposição e não é considerada um problema econômico. Porém, algumas espécies atacam o tecido saudável de plantas. Além de afetarem as plantas, também causam desconforto aos trabalhadores. O adulto é uma mosca escura, podendo ser constatada em voo ou sobre as folhas, embalagens e suportes. Permanece em repouso nas áreas sombreadas, úmidas e frestas do madeirame dos viveiros. Ocorre principalmente no interior do viveiro, mas pode também ser vista nas áreas de aclimatação das mudas e ao redor do viveiro. Os adultos podem ser encontrados em áreas úmidas e que contenham matéria orgânica.
O mosquito adulto é minúsculo, de cerca de 2 a 4 mm, ele tem asas escuras e longas antenas, com um voo meio atrapalhado. Ele vive cinco dias apenas, o suficiente para a reprodução. Eles não se alimentam das plantas, mas espalham seus ovos por aí, e levam consigo os fungos prejudiciais, contaminando solo e plantas. Cada fêmea fertilizada faz a postura de aproximadamente 150 ovos. Após 3 a 4 dias, nascem as larvinhas. Elas tem o corpo transparente, cabeça preta, atingem de 5 a 12 mm de comprimento e seu desenvolvimento é de 14 dias. Ao passear pela superfície do vaso vai deixando um rastro melequento, como se uma mini lesma tivesse passado por ali. Quando são muitas, esses rastros chegam a formar um emaranhado.
As moscas-dos-fungos muitas vezes passam desapercebidas. O jardineiro nota sua planta definhando, mas dificilmente culpa as mosquinhas, pensa logo que a planta ficou doente ou que alguém colocou o olho gordo.

DANOS

As larvas desse inseto alimentam-se de fungos, algas e matéria orgânica em decomposição, vivendo em ambientes úmidos e escuros. Todavia, quando se estabelecem, as larvas passam a alimentar-se das raízes das plantas, com túneis nas raízes mais grossas, provocando danos de grande importância, principalmente, em pequenas mudas em fase de germinação, e a morte das plantas em casos de infestações pesadas. Além disso, danos indiretos às plantas também podem ser ocasionados com as larvas e adultos atuando como vetores de fungos fitopatogênicos.

Monitoramento e controle de moscas no viveiro


Fase larval
Utilização de controle biológico por meio do nematóide Steinernema feltiae. O ambiente úmido e sombreado predominante em áreas de propagação de mudas favorece o nematóide, que ataca tanto a larva como a pupa do inseto, proporcionando níveis de controle de até 90%. Produtos biológicos a base do ácaro Stratiolaelaps scimitus também pode ser usado para controlar as larvas jovens da mosca-dos-fungos.
Fase adulta
As moscas de viveiro podem ser monitoradas pelo uso de armadilhas amarelas adesivas, que devem ser colocadas logo acima das plantas, onde tem maior eficiência. As moscas devem também ser procuradas sobre as mudas, tubetes, frestas entre os materiais do viveiro, locais pouco iluminados, madeirame e outros locais. O monitoramento e a troca das armadilhas devem ser realizados no mínimo uma vez por semana. As larvas normalmente permanecem nas camadas superficiais do substrato. Desta forma, podem ser monitoradas com pedaços de batata colocadas sobre o substrato (as larvas ficam debaixo da batata). Semanalmente, estes pedaços de batata são retirados e analisados.

Recomenda-se:
  • Desfavorecer o habitat da praga, com o aumento da ventilação e iluminação;
  • Eliminar o excesso de água (tal como a água estancada no solo e embaixo das bandejas), algas, limo e fungos. Podem ser utilizados também produtos algicidas e fungicidas no solo e no material utilizado na produção das mudas;
  • Não usar matéria orgânica parcialmente decomposta, ou seja, o composto orgânico, quando utilizado como substrato, deve estar totalmente decomposto, caso contrário irá atrair as moscas;
  • Desinfestar o material de uso geral no viveiro, pois este pode estar infestado e ser fonte de disseminação da mosca;
  • Não deixar formar camada de algas sobre o substrato;
  • Usar uma camada de areia (1 cm) sobre o substrato. 
  • Se as plantas toleram que o solo seque superficialmente entre as regas. A secagem entre os intervalos de rega é bastante eficaz no controle do mosquito.
  • Polvilhe canela sobre a superfície dos vasos. Elas tem ação fungicida e controlam os fungos que servem de alimento ao Fungus gnat.
  • Polvilhe diatomita (terra de diatomáceas) sobre a superfície dos vasos. O contato e a ingestão da micropartículas de silício presentes neste material, acaba provocando desidratação e lesões no tubo digestivo dos insetos, agindo assim como um inseticida não venenoso.
  • Manter o ambiente e as plantas livres de sujeiras, como folhas, flores e frutos mortos, pois eles servem de substrato para fungos e mosquitos-de-fungos.

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