Animal extinto é aquele que já não existe na natureza ou em cativeiro.
Também há a categoria “animal extinto na natureza” e se usa quando ainda
existem indivíduos desta espécie em cativeiro. É importante saber que, nos
últimos 50 anos, com o avanço do progresso, o ritmo de extinção tem aumentado
demais da conta.
Avaliação do risco de extinção
As últimas informações que temos no Brasil são de que existem 11
espécies animais que, aqui pelo menos, já se encontram extintas - 5 destas
espécies são endêmicas do Brasil e sua extinção se deve à extinção do seu
habitat, e outras 5 estão extintas regionalmente (não são espécies endêmicas e
também estão extintas nas outras regiões onde habitam, migram ou passeiam).
Somente 1 espécie, a do Mutum-do-nordeste, está extinta na natureza, ou seja, ainda
existem exemplares em cativeiro.
O primeiro ciclo de avaliação do risco de extinção das espécies da
fauna encerrou-se em 2014. A avaliação do risco de extinção é um processo longo
que requer muito trabalho de campo e confrontação de dados, tanto nacionais
como de outros lados e, é através desta avaliação que podemos contabilizar as
perdas da nossa biodiversidade.
Quais são as espécies já extintas, então?
- Rato-de-fernando-de-noronha
- Gritador-do-nordeste
- Caburé-de-pernambuco
- Limpa-folha-do-nordeste
- Perereca-verde-da-fímbria
- Maçarico-esquimó
- Arara-azul-pequena
- Peito-vermelho-grande
- Tubarão-dente-de-agulha
- Tubarão-lagarto
- Mutum-do-nordeste.
O cômputo geral da primeira avaliação nos apresenta dados de 12.254
espécies de animais que foram avaliadas das quais, somente 10.357 obtiveram
resultados conclusivos:
- 1.192 foram classificadas em categorias de risco
- 9.165 não estão ameaçadas
- 1.181 estão ameaçadas
- 11 foram consideradas extintas
Das 5 Espécies Endêmicas - 3 são aves da Mata Atlântica
O Rato-de-fernando-de-noronha,
Noronhomys vespuccii
Existiu no arquipélago até a chegada dos colonizadores. Não se conhecem
imagens desta espécie já que a mesma foi identificada por fósseis encontrados
nas ilhas. Supõe-se que o principal fator que causou a extinção da espécie
tenha sido a introdução de um outro rato nas ilhas do arquipélago, a espécie
exótica Rattus rattus, também chamada de rato-preto ou gabiru (no nordeste) que
veio para nosso continente nas caravelas e outros barcos dos conquistadores. O
rato-preto é nativo da Ásia e está associado à transmissão de algumas doenças
bastante perigosas como a peste bubônica e o tifo, dentre outras várias.
A Perereca-verde-da-fímbria,
Phrynomedusa fimbriata
Esta rãzinha da Serra do Mar, ocorria endemicamente na região da Serra
de Paranapiacaba, em Santo André (SP), em altitudes superiores a 1.000m. Foi vista,
pela última vez, em 1923 e não há nenhuma hipótese que explique a sua extinção.
O Gritador-do-nordeste,
Cichlocolaptes mazarbarnetti,
É uma espécie que só foi caracterizada e reconhecida há poucos anos,
porém logo foi declarada em risco de extinção. Atualmente, é considerada
extinta pois, os últimos exemplares do gritador-do-nordeste foram avistados na
Reservas Ambientais de Murici (AL), em 2007. O habitat deste pássaro se
estendia desde a Reserva de Murici até a de Frei Caneca (PE), a aproximadamente
500m de altitude. Supõe-se que sua extinção se deve ao avanço da fronteira
agro-pecuária sobre a Mata Atlântica do Nordeste, promovendo desmatamentos,
incêndios e enorme pressão sobre o habitat.
O Caburé-de-pernambuco,
Glaucidium mooreorum
Era uma pequena coruja que habitava as florestas de Mata Atlântica de
baixada, na região de Rio Formoso e Tamandaré (PE), a 150m de altitude. Não
foram mais vistos, na natureza, exemplares desta corujinha, desde 2004. Também
acredita-se que a extinção desta espécie se deve, principalmente, à destruição
da Mata Atlântica do Nordeste, pelo avanço da fronteira agropecuária.
O Limpa-folha-do-nordeste,
Philydor novaesi
Era um pequeno pássaro que habitava as reservas ambientais de Murici
(AL) e Jaqueira (PE) e foi visto, pela última vez, em 2011. Acredita-se que o
mesmo motivo, a expansão das fronteiras agropecuárias sobre a Mata Atlântica do
Nordeste, levou esta espécie à extinção.
Espécies com extinção regional
As próximas não são espécies endêmicas, ou seja, nativas do Brasil mas
sim que habitavam regiões, aquáticas ou terrestres do nosso continente. Os
pássaros tinham seu habitat nas regiões sul e sudeste. Os tubarões povoavam os
mares mais ao sul. É de se supor que os
pássaros, Maçarico-esquimó, arara-azul-pequena e peito-vermelho-grande possam
ter sucumbido pela destruição de habitats nativos e o uso excessivo de
agrotóxicos em cultivos agrícolas. Já as duas espécies de tubarões foram
vítimas, seguramente, da pesca industrial predatória que não tem limites na
destruição que deixa por seus caminhos.
O Maçarico-esquimó, Numenius
borealis
É um pequeno pássaro de migração cuja rota envolve o Canadá, o Caribe
chegando até o Chile, Uruguai e o sul do Brasil. A última vez em que foi
avistado no Brasil foi em 1963.
A Arara-azul-pequena,
Anodorhynchus glaucus
tem seu habitat ao longo dos rios na Argentina, Paraguai, Uruguai e
sul do Brasil e faz seu ninho em penhascos. Esta arara não é avistada desde
1960 em território brasileiro e, sua extinção regional se tributa aos
desmatamentos de matas ciliares, à destruição das encostas e à redução drástica
da população de palmeiras que as alimentavam. As araras também são muito
perseguidas pela caça ilegal para venda no exterior e o uso de suas penas para
artesanato.
O Peito-vermelho-grande,
Sturnella defilippii ou Leistes defilippii
Está regionalmente extinto no Brasil - seu habitat seriam as pampas
sulinas onde sempre foi rara. O último registro de que se tem notícia ocorreu
há 70 anos, no Rio Grande do Sul. Ocorre também nas pampas argentinas,
uruguaias e paraguaias onde se apresenta como vulnerável.
O Tubarão-dente-de-agulha,
Carcharhinus isodon
Está extinto na costa sul do Brasil, onde ocorria. Esta espécie tem
seu habitat na costa atlântica dos EUA e México e, também ocorria, raramente,
nas águas litorâneas do sul e sudeste. Este é um animal marinho de águas rasas
(até 10 m) que cai em redes de pesca com uma certa facilidade assim como,
também é pescado em anzol.
Tubarão-lagarto ou
Schroederichthys bivius
Habitava a região costeira do continente sul americano, desde o
sudeste brasileiro até o norte do Chile, passando pelo Estreito de Beagle. Um
único exemplar foi encontrado no Brasil em 1988. Segundo alguns cientistas, a
poluição acústica do oceano ocasionada pelo tráfego intenso de navios de grande
porte (petroleiros e pesqueiros) poderá ter inibido a sua reprodução.
Existe só em cativeiro
O Mutum-do-nordeste, Pauxi
mitu
É uma espécie extinta na natureza. Essa espécie é originária e
exclusiva da Mata Atlântica nos estados de Pernambuco e Alagoas. Não existem
mais indivíduos na natureza mas, ainda sobrevivem em cativeiro, em dois
criadouros de Minas Gerais. As espécies que sobrevivem em cativeiro poderão,
eventualmente, retornar à natureza desde que possam procriar e que seu habitat
original se mantenha preservado.
LISTA DE ANIMAIS
LISTA DE ANIMAIS
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