O estresse hídrico é um problema social enfrentado em várias regiões do mundo, que possuem riscos de desabastecimento total de água para as populações. É um dos mais graves problemas socioambientais enfrentados pela humanidade. Pode ser causado tanto pela falta d'água em termos naturais quanto pela má preservação e gestão dos recursos hidrográficos.
Mesmo repleto de rios, mares e oceanos, nosso
planeta tem disponível apenas cerca de 2,5% a 3% de água doce, isto é, água
propícia para o consumo de cerca de 7 bilhões de seres humanos. Estes
percentuais seriam suficientes para abastecer toda a população global, mas há
um problema: água doce é um recurso natural que não se distribui igualmente e
boa parte é de difícil acesso (localizada em rios, lagos, geleiras e
aquíferos). Abundante em alguns países, escasso em outros, é usado intensamente
pela agricultura, indústria e em atividades domésticas – só que de forma cada
vez mais insustentável. Além dessas, ainda se pode acrescentar os
desequilíbrios ambientais (poluição dos rios, seca, enfraquecimento dos lençóis
freáticos, etc.), o desperdício e a má distribuição da água por parte dos
órgãos gestores.
Em termos sociais, é uma expressão utilizada para
fazer referência ao caso em que o consumo de água em uma determinada localidade
é superior à sua capacidade de renovação, gerando o problema de escassez, a
necessidade de importação do recurso e a adoção de políticas de redução do
consumo. Existem várias regiões no mundo que sofrem com esse problema, que é
considerado um dos mais graves em torno das relações humanas.
As causas do estresse hídrico são muitas e variam
de região para região. Em síntese, o problema em questão é ocasionado pelos
seguintes fatores:- Má distribuição da água no globo, havendo regiões com grandes populações e pouca água;
- Clima desfavorável ou mudanças climáticas esporádicas ou permanentes;
- Ausência de investimentos públicos em áreas pobres ou desabastecidas;
- Má gestão dos sistemas de armazenamento, saneamento e distribuição de água;
- Desperdício elevado tanto pelos serviços públicos quanto pelas práticas econômicas em geral;
- Poluição, degradação ou esgotamento dos cursos d'água, etc.
Existe, ainda, certa preocupação em relação ao
estresse hídrico global, uma vez que as fontes de água andam cada mais escassas
em razão da não preservação ou degradação, ao passo em que o consumo vem se
elevando tanto pelo crescimento populacional quanto pelo desenvolvimento de
economias emergentes.
Segundo a empresa de consultoria britânica
Maplecroft, existem algumas regiões do planeta em graves situações de estresse
hídrico ou com grande vulnerabilidade natural para a falta de água
generalizada. A maior parte dessas localidades encontra-se em áreas desérticas,
áridas e semiáridas do norte da África e do Oriente Médio. Em muitos casos,
existem ocorrências de escassez física da água gerada não pela má
disponibilidade do recurso, mas sim pela dificuldade econômica enfrentada por
alguns países que não dispõem de verbas públicas para oferecer água à
população. Esse é o caso de alguns países da África Subsaariana, sobretudo
alguns territórios historicamente marcados por conflitos, ditaduras sangrentas
e guerrilhas internas.
Não é preciso ir muito longe para visualizar
situações em que o consumo de água é superior ao montante disponível, pois
existem casos de estresse hídrico no Brasil. Em algumas partes do sertão
nordestino e, mais recentemente, na região metropolitana de São Paulo, o
problema é mais do que visível. Em 2014, ligaram-se os alertas em torno da
falta de água na maior cidade do país, São Paulo, que viu as suas reservas
gradativamente diminuírem, com uma taxa de reposição muito inferior ao consumo.
Foi necessário utilizar até mesmo as cotas de volume morto dos sistemas de
abastecimento.
De todo modo, é preciso realizar medidas no Brasil
e no mundo para combater a falta d'água, o que requer a preservação dos rios e
reservas subterrâneas, além da conservação de recursos naturais que ajudam na
perpetuação do ciclo da água, tais como as áreas de florestas e domínios
naturais em geral. Segundo a ONU, existe a possibilidade de, até 2020, o
estresse hídrico atingir cerca de 18 milhões de pessoas em todo o planeta.
Referência
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/estresse-hidrico.htm
http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27678-o-que-e-estresse-hidrico/
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/estresse-hidrico.htm
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