A água é fonte da vida. Não importa quem somos, o que fazemos, onde vivemos, nós dependemos dela para viver. No entanto, por maior que seja a importância da água, as pessoas continuam poluindo os rios e destruindo as nascentes, esquecendo o quanto ela é essencial para nossas vidas.
O Brasil concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em
rios e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas.
Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas
abundantes durante o ano e as condições climáticas e geológicas
propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios, com exceção do
Semi-Árido, onde os rios são pobres e temporários. Essa água, no
entanto, é distribuída de forma irregular, apesar da abundância em
termos gerais. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações
populacionais, possui 78% da água superficial. Enquanto isso, no
Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração populacional do
País tem disponível 6% do total da água. Mesmo na área de incidência do Semi-Árido (10% do território brasileiro;
quase metade dos estados do Nordeste), não existe uma região homogênea.
Há diversos pontos onde a água é permanente, indicando que existem
opções para solucionar problemas socioambientais atribuídos à seca. Embora o Brasil seja o primeiro país em
disponibilidade hídrica em rios do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem
esse recurso em várias regiões do País.
A água, provavelmente é o único recurso natural que
tem a ver com todos os aspectos da civilização humana, desde o desenvolvimento
agrícola e industrial aos valores culturais e religiosos arraigados na
sociedade. É um recurso natural essencial, seja como componente bioquímico de
seres vivos, como meio de vida de várias espécies vegetais e animais, como
elemento representativo de valores sociais e culturais e até como fator de
produção de vários bens de consumo final e intermediário.
CURIOSIDADE SOBRE A ÁGUA
- O volume morto pode até matar
O Sistema Cantareira é o conjunto de represas
responsável pelo abastecimento de 8,1 milhões de pessoas da Grande SP. Nos
fundos dos reservatórios, abaixo da comportas que recolhem a água, há uma
reserva de 400 bilhões de litros conhecida como “volume morto”. Essa água nunca
tinha sido utilizada para o abastecimento da cidade. Mas este ano as coisas
mudaram: por conta da seca vivida pelo Estado, o reservatório atingiu 8,4% de
sua capacidade, uma baixa histórica. Isso fez com que a Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tivesse que acessar essa reserva. Foram
instaladas bombas para retirar essa água da represa e agora a cidade terá o
abastecimento garantido até novembro – pelo menos, é o que diz o governo. O
problema com a solução encontrada pela Sabesp, contudo, é a qualidade da água
do volume morto. Segundo promotores do Grupo de Atuação Especial para o Meio
Ambiente (Gaema) do Ministério Público de São Paulo, o risco dessa água para a
saúde pública é alto, já que ela pode estar contaminada por metais pesados,
como chumbo e cádmio. A contaminação pode causar problemas renais e de
tireoide, além de diarreias e doenças degenerativas, como Parkinson e
Alzheimer. Além disso, o tal volume morto não é tão morto assim. No fundo dos
reservatórios há seres vivos que ajudam a manter a qualidade da água. “Estamos
correndo o risco de literalmente matar todos os habitantes do aquário”, diz o
biólogo Fernando Reinach num artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo.
- Filtro de barro é bem eficiente para purificar água
As pesquisas compiladas no livro “The Drinking
Water Book” (“O Livro da Água Potável”, em livre tradução), de Colin Ingram,
apontam que o filtro de barro – aquele que sua avó provavelmente usa ou já usou
– é o mais eficiente do mundo. Ele é bom na retenção de cloro, pesticidas,
ferro e alumínio, além de também não deixar passar 95% de chumbo e 99% de
Criptosporidiose, parasita que causa diarreias e dor de barriga. O trunfo do
filtro de barro é o sistema de filtragem por gravidade: a água passa devagar
pela vela e pinga em um reservatório. Isso garante que os microorganismos e os
sedimentos filtrados não se misturem com a água limpa. Mas lembre-se: nenhum
filtro vai limpar a água completamente se ela estiver contaminada.
- Água mineral que vem em embalagem de vidro é melhor
As garrafas plásticas contêm uma substância chamada
xenoestrógeno. Essa substância, presente nos derivados de petróleo, tem o mesmo
formato do estrógeno e, por isso, se encaixa nos receptores desse hormônio em
nosso corpo. O excesso do xenoestrógeno pode engordar e até causar celulite,
segundo o médico Lair Ribeiro. “Se a pessoa só toma água engarrafada em
garrafas de plástico, pode estar consumindo o equivalente a cinco pílulas
anticoncepcionais por dia”, alerta. Já as garrafas de vidro não apresentam esse
mesmo problema e conservam a água pura.
- Água pode ser remédio....
É muito raro conferirmos o rótulo da garrafinha de
água mineral antes de pegar qualquer uma no supermercado. Mas cada água é
diferente e tem propriedades diferentes, de acordo com os minerais presentes em
sua nascente. Segundo o site da Associação Brasileira da Indústria das Águas
Minerais (Abinam), os sais minerais presentes nas águas minerais podem
contribuir com a saúde do organismo. Água com flúor é boa para a prevenção de
cáries; com sódio, beneficia músculos e nervos. O magnésio previne hipertensão,
enquanto o cromo regula as taxas de açúcar no sangue. Cobre absorve o ferro na
forma de hemoglobina, o manganês auxilia o sistema reprodutivo. O zinco, o
imunológico, e o cálcio previne a osteoporose. Já os bicarbonatos e o sulfato
fazem bem para o estômago e para a digestão.
..... e também
pode ser veneno
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS), mais de 80% dos casos de doenças em todo o mundo vêm do consumo de água
contaminada. A água pode trazer mais de 25 tipos diferentes de doenças, como
cólera, diarreias agudas e esquistossomose. Entre as crianças, a água mata mais
do que qualquer forma de violência, inclusive as guerras. Daí a importância do
acesso a uma água de boa qualidade, livre de contaminações.
- Água pode te deixar velho mais rápido
Tomar água com pH (potencial de hidrogênio) menor
que 7,4 pode acelerar o processo de envelhecimento. Quem defende essa ideia é o
cardiologista e nutrólogo brasileiro Lair Ribeiro. Ele explica que o pH do
nosso sangue é aproximadamente 7,4. Quando você consome alguma coisa de pH
diferente disso, o corpo tem que trabalhar para equilibrar esse líquido. “Para
alcalinizar o sangue, o corpo tem que acidificar algum lugar – o coração, o
cérebro ou algum outro tecido”, ele diz. E explica: “Os bebês são básicos.
Conforme vamos envelhecendo, nos tornamos mais ácidos”. A conclusão é que,
tomando uma água de pH menor que o do sangue, você acelera seu processo de
envelhecimento. Para quem já esqueceu a aula de química, vale lembrar: pH igual
a 7 é neutro. Abaixo disso (1, 2, 3, 5 etc) é considerado ácido. Já pH acima de
7 (7,5, 8, 9 etc) é básico ou alcalino. No Brasil, somente algumas águas engarrafadas
têm pH superior a 7,5, e a água da torneira gira em torno desse número. Então,
não custa conferir o rótulo antes de comprar, né?
- A água que você toma é a mesma que os dinossauros bebiam
A quantidade de água no mundo permanece
praticamente a mesma há muitos milhares de anos. O motivo para isso é aquela
velha (e põe velha nisso!) história do ciclo da água: a água evapora de lagos,
rios, mares e também na transpiração de seres vivos. Esse vapor forma as nuvens
que, quando ficam sobrecarregadas, descarregam em forma de chuvas. A água,
então, volta para a superfície terrestre e vai abastecer novamente mares, rios,
lagos e também lençóis subterrâneos. Em Minas Gerais, há aquífero (bolsões de
água subterrâneos) que já existiam nos tempos dos dinossauros.
- O Brasil gasta muito mais água do que deveria
Para calcular o total de água potável gasta por um
país, leva-se em conta todos os recursos hídricos usados na sua produção de
bens e serviços. Além de tudo o que você compra, veste ou come, a conta inclui
a água gasta em produtos que são exportados. Quando a gente pega essa enorme
quantidade e divide pelo número de habitantes do país, o resultado é
surpreendente. Segundo a organização Water Footprint, o gasto médio de água de
um brasileiro (a partir do cálculo da pegada hídrica nacional) é de 2027 m³ de
água por ano. São mais de 2 milhões de litros. Isso é 46,3% mais do que a média
mundial, que é de 1385 m³ per capita por ano. De toda essa água gasta no
Brasil, a organização estima que 9,2% vá para fora do país na forma de água
virtual.
Acesse o link História da água
Referência
brasildasaguas.com.br / socioambiental.org/ super.abril.com.br
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