Em geografia, um oásis é uma área isolada de vegetação em um deserto, tipicamente vizinho a uma nascente de água doce. O local de um oásis tem sido de importância crítica para rotas de comércio e caravanas nas áreas desérticas.
Esta
região com água e vegetação encravada no
meio de um deserto - um dos poucos lugares em que a sobrevivência do homem nas
areias escaldantes é possível. Caravanas devem mudar de oásis de acordo com a
necessidade de água ou comida. O controle político ou militar de
um oásis significa em muitos casos
controle do comércio ou de uma rota em particular
No
Egito, registros arqueológicos indicam que o homem já explorava esses locais há
7 mil anos. Em todo o planeta, duas em cada mil pessoas - algo em torno de 15
milhões de habitantes - vivem em oásis. Em alguns deles, há mais de mil
moradores por km2. Os tipos tradicionais de oásis aparecem em áreas
escavadas pelo vento, onde o lençol d’água subterrâneo fica próximo do solo.
Pelas fendas nas rochas, o líquido dos reservatórios encontra um caminho até a
superfície, jorrando em fontes que hidratam homens e animais, fazem surgir uma
faixa de palmeiras ao redor das lagoas e irrigam pequenas plantações.
Nos
9 milhões de km2 do deserto do Saara, onde certas regiões passam
quase dez anos sem uma única gota de chuva, os oásis são uma dádiva. Para povos
nômades da África, como beduínos e tuaregues, eles servem como pontos de parada
de caravanas há quase três milênios. No início da era cristã, os europeus
perceberam a importância estratégica desses enclaves no processo de
colonização. Ainda no século 1, os romanos expulsaram os nômades dos oásis no
sul da Líbia e passaram a controlar as rotas de comércio pelo deserto. A tática
se repetiu na colonização europeia do século 19, quando exércitos franceses e
italianos começaram a dominar os povos do Saara com a conquista dos oásis. No
século 20, as modernas técnicas de irrigação modificaram a ocupação dessas
regiões. No norte da África, milenares lavouras de sustento foram substituídas
por grandes plantações de exportação. O resultado é que a água dos oásis não é
mais suficiente para abastecer as comunidades locais. Para resolver o problema,
os governos locais investem na criação de oásis artificiais, por meio da
perfuração de poços artesianos de até 2500 metros de profundidade.
Tempestades
de areia abrem espaço para a água brotar
Rebanho antiecológico
As
criações de cabras surgiram no Saara há 6 500 anos. Os numerosos rebanhos dos
povos nômades devoram qualquer arbusto do deserto. O problema é que os bichos
arrancam até as raízes dos vegetais, agravando a desertificação.
Dependendo
do tipo de rocha por onde passam os depósitos subterrâneos de água, o líquido
pode chegar à superfície contendo sal. Por isso, em boa parte dos oásis a água
precisa ser purificada antes de matar a sede. Outra curiosidade dessas fontes
no deserto é que em algumas delas as comunidades povoam os lagos com peixes
para reforçar o cardápio.
Sopro inicial
As
impressionantes ventanias do deserto movem até 260 milhões de toneladas de
areia por ano. Quando as tempestades de areia são fortes e constantes, a erosão
provocada por elas deixa o lençol freático próximo da superfície, dando origem
aos oásis. No norte da África, eles aparecem em depressões de até 100 metros
abaixo do nível do mar.
Melhor amigo do homem
Capazes
de suportar até dez dias sem comer e uma semana sem beber água, os camelos
servem para o transporte e para o arado. Quando podem matar a sede, os bichos
tomam até 90 litros para recuperar a energia.
Casas naturais
A
vida que se desenvolve nos oásis é matéria-prima para as casas dos povos
nômades. Os tuaregues erguem suas zeribas com troncos de árvores e folhas de
palmeiras. Já os beduínos preferem as tradicionais tendas, feitas de peles de
cabra armadas em estacas.
Solo frágil
Contendo
poucos minerais, os solos arenosos são pobres em nutrientes. A agricultura só é
possível em solos de argila, capazes de reter mais água e material orgânico.
Para garantir a colheita, os nômades costumam usar os excrementos de seus
rebanhos como adubo.
Árvore da vida
A
tamareira, palmeira típica dos oásis, cresce rápido no calor escaldante e tem
raízes adaptadas para sugar a água dos depósitos subterrâneos. Ela é
fundamental para os povos do deserto: além do fruto saboroso e nutritivo, a
ponta do caule fermentada dá origem ao legbi, um vinho de aroma forte e doce.
Roupa dos pés à cabeça
Por
ter pele clara, o homem do Saara precisa usar túnicas volumosas como proteção
contra o calor de 50ºC, reduzindo a perda de líquido pela transpiração.
Sombra que alimenta
O
Saara guarda registros de plantações de cereais há 6 mil anos, quando o deserto
ainda era uma savana. Nos oásis, técnicas de irrigação e a sombra das
tamareiras permitem a cultura de vegetais resistentes ao sol forte, como
grão-de-bico, amendoim, feijão, cenoura e cebola.
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