Pesquisar no blog

quarta-feira, 26 de abril de 2017

SOLOS

O solo é um recurso natural renovável que é responsável por abrigar as espécies vegetais e também por ser o meio de sobrevivência do ser humano e dos animais.






FORMAÇÃO DO SOLO - nada mais é do que o resultado da ação conjunta de agentes externos (como chuva, vento, umidade etc) sobre restos minerais, porém enriquecidos com matéria orgânica. Sem a presença de matéria orgância não há a formação de solo, tratando-se somente de minerais não consolidados. O solo pode ser compreendido como consequência da ação do tempo, dos vegetais e animais, do clima e da topografia sobre o material do subsolo (rocha). Estes fatores são chamados de agentes formadores do solo. Estes agentes podem ser divididos em agentes ativos; o clima e a biosfera, e a agentes passivos: a rocha e o relevo. O tempo determina a maturidade do processo de formação do solo, dividindo os solos em jovens e maduros, dependendo da intensidade da atuação.
PERFIL DO SOLO - É dividido em camadas horizontais, chamados de horizontes. As características que podem ser levadas em conta para diferenciação dos horizontes dependem do conhecimento da pessoa que está realizando o trabalho e são baseados em alguns critérios como textura, cor, consistência, estrutura, atividade biológica, tipo de superfície dos agregados, etc. Normalmente o solo possui três horizontes bem fáceis de distinguir, o horizonte O, que representa a matéria orgânica presente na superfície; o horizonte A, que representa a região em que o solo perde material para as camadas mais profundas e o horizonte B, local em que se acumulam os materiais perdidos pelo horizonte A. Outras camadas importantes para se distinguir um perfil de solo são o horizonte C, e R, caraterizados pela rocha matriz decomposta (C) e não decomposta (R).

No exame do perfil do solo três variáveis são de fácil identificação, podendo ser realizadas no campo e por pessoas sem experiência nesta área.
  1. A cor é uma das características que mais chamam a atenção, devido às várias tonalidades de coloração existentes no perfil, permitindo uma rápida delimitação dos horizontes. Na determinação da cor do solo 3 são os fatores predominantes; a matéria orgânica, que confere uma cor escura; o ferro, que confere um tom avermelhado e a quantidade de sílica (quartzo), que clareia o horizonte. Ou seja, quanto mais escuro (negro) for o solo, mais matéria orgânica ele possui; quanto mais vermelho, mais compostos de ferro e quanto mais claro (branco), mais quartzo terá. 
  2. A textura do solo refere-se às proporções dos grupos de grãos que formam o solo, ou seja à proporção de argila, silte e areia. Na prática o conhecimento da textura é feito mediante a manipulação do solo úmido entre os dedos, o que dará uma ideia, pela manipulação táctil, da predominância das frações granulométricas finas e grosseiras. 
  3. A consistência do solo é a última variável de fácil identificação no campo e é dividida em seca, úmida, molhada e cimentada. Estas classes são expressas pelo grau de adesão ou pela resistência à deformação.
IMPORTÂNCIA DA CONSERVAÇÃO DOS SOLOS
Em uma floresta, as árvores servem de anteparo para as gotas de chuva que escorrem pelos seus troncos, infiltrando-se no subsolo. Além de diminuir a velocidade de escoamento superficial, as árvores evitam o impacto direto da chuva no solo. A retirada da cobertura vegetal prejudica o solo, expondo-o aos fatores de intemperismo e erosão, cujas conseqüências são graves:
• aumento do processo erosivo e empobrecimento do solo;
• assoreamento de rios e lagos, como resultado da elevação da sedimentação, que provoca desequilíbrios nesses ecossistemas aquáticos, enchentes e, muitas vezes, prejudica a navegação;
• extinção de nascentes: o rebaixamento do lençol freático, resultante da menor infiltração da água das chuvas no subsolo, pode provocar problemas de abastecimento de água nas cidades e na agricultura;
• possível diminuição dos índices pluviométricos e da evapotranspiração. Estima-se que metade das chuvas caídas sobre as florestas tropicais seja resultante da evapotranspiração, ou seja, troca de água da floresta com a atmosfera;
• elevação das temperaturas locais e regionais, como consequência da maior irradiação de calor para a atmosfera por causa do solo exposto. A floresta absorve boa parte da energia solar pelo processo de fotossíntese e evapotranspiração. Sem a floresta, quase toda essa energia é devolvida para a atmosfera em forma de calor, elevando as temperaturas médias;
• agravamento dos processos de desertificação graças à combinação dos fenômenos até agora descritos: diminuição das chuvas, elevação das temperaturas, empobrecimento dos solos e acentuada diminuição da biodiversidade.
• redução ou fim das atividades extrativas vegetais e a inviabilização do turismo ecológico. É importante destacar que pode ser mais vantajoso, nas esferas ambiental, social e econômica, preservar uma floresta: a exploração sustentável pode garantir lucros e preservar esse bioma;
• proliferação de pragas e doenças como resultado de desequilíbrios nas cadeias alimentares. Algumas espécies, geralmente insetos, antes sem nenhuma nocividade, passam a proliferar vertiginosamente com a eliminação de seus predadores, causando graves prejuízos, em especial para a agricultura — por exemplo, a redução ou extinção de aves e répteis leva ao crescimento da população de insetos, que podem se transformar em pragas para a agricultura.

CAPACIDADE DE USO DO SOLO - A classificação de capacidade de uso do solo é baseada em 8 classes, dividida em terras próprias para cultivos anuais e impróprias para cultivos anuais. Esta última classe ainda se divide em terras para cultivo permanente e de preservação.
De acordo com sua adequação as terras apresentam:
  1. Terras Próprias para Cultivo anuais - classes I, II, III e IV
  2. Terras Impróprias para Cultivos anuais - classes V, VI, VII e VIII

- As classes I, II e III incluem as terras que estão capacitadas a um regular cultivo, enquanto a classe IV, as que podem ser cultivadas ocasionalmente, isto é, de uma maneira limitada.

- As classes V, VI e VII abrangem as não adaptadas ao cultivo frequente, a não ser pastagens ou florestas implantadas. A classe VIII é reservada às que não servem para cultivos, pastos ou reflorestamentos, mas que em parte podem ser destinadas à vida selvagem, a recreação, etc. 
Procure na casa de agricultura de sua cidade um esquema mostrando quais as terras que fazem parte das classes de uso do solo. Talvez já existam mapas de sua região com as classes de uso. 
A figura abaixo apresenta como deve ser realizado um levantamento de solos em uma propriedade, esquema que pode ser realizado em qualquer local.



BIBLIOGRAFIA: VIEIRA, L.S. Manual da Ciência do Solo: com ênfase aos solos tropicais. 2ª Edição, Editora Agronomica CERES LTDA, São Paulo, 1988.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CAROS LEITORES, SEJAM BEM VINDOS!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...