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terça-feira, 29 de agosto de 2017

LIVRES PARA IR E VIR

Mosaicos são corredores ecológicos que ligam unidades de conservação para que os animais possam circular. Existem 15 mosaicos reconhecidos no Brasil. 




BRASIL TEM 15 CORREDORES DE CONSERVAÇÃO PARA ANIMAIS SELVAGENS 
O Mosaico de Unidades de Conservação é um modelo de gestão de áreas protegidas que busca a participação, integração e envolvimento dos gestores das unidades e da população local na gestão das mesmas. Tudo isto no intuito de compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da diversidade social e o desenvolvimento sustentável em um contexto regional. Para atingir esses objetivos, a gestão de um mosaico é acompanhada por um Conselho Consultivo, presidido por um dos chefes das unidades de conservação, sendo fundamental a participação da comunidade local. Os mais diferentes órgãos e instituições podem participar do conselho de um mosaico, como IBAMA, Fundação Nacional dos Índios (FUNAI), Secretarias Municipais de Meio Ambiente, organizações não-governamentais (ONGs), associações de pescadores, de moradores e de indústrias, representantes de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), representantes quilombolas, sindicatos, entre tantos outros. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é o órgão governamental responsável por reconhecer mosaicos no âmbito federal, a pedido dos órgãos gestores das unidades de conservação, conforme procedimentos instituídos na Portaria nº 482 de 14 de dezembro de 2010. Até o momento foram reconhecidos 15 mosaicos de unidades de conservação:

Mosaico Capivara-Confusões
Parque Nacional da Serra das Confusões.O Mosaico Capivara-Confusões foi o primeiro criado no Brasil, em 2005. O Capivara-Confusões une dois parques nacionais na Caatinga, o da Serra da Capivara e o da Serra das Confusões. A área total é de cerca de 1,5 milhão de hectares e correspondem a uma importante zona de sítios arqueológicos.

Mosaico Bocaina 
Tem mais de 250 mil hectares e 18 unidades de conservação no Vale do Paraíba do Sul, entre São Paulo e Rio de Janeiro, em zona de Mata Atlântica. Integra o Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar e abriga cinco terras indígenas e quatro quilombos.

O Mosaico Mata Atlântica Central Fluminense 
Engloba 29 unidades de conservação sob gestão federal, estadual ou municipal, além de Reservas Particulares do Patrimônio Natural. Reconhecido em 2006, o território do mosaico tem 295.723 hectares de extensão. Dentre as UCs que compõem esse corredor de Mata Atlântica estão o Parque Nacional da Serra dos Órgãos e o Parque Estadual dos Três Picos.

O Mosaico Carioca
Reconhecido em 2011, é composto por 20 Unidades de Conservação. Entre elas, o Parque Nacional da Tijuca e o Parque Estadual da Pedra Branca, duas das maiores florestas urbanas do mundo. Recentemente, parte do corredor ecológico de Mata Atlântica formado pelo mosaico foi interligado através da Trilha Transcarioca.

Mosaico do Litoral de São Paulo e Paraná 
Composto por 33 unidades de conservação, conecta importantes fragmentos remanescentes de Mata Atlântica. Ao longo do mosaico estão cenários de montanhas importantes como o Pico do Paraná e o Pico do Marumbi, ambos protegidos por parques estaduais, assim como unidades de ecossistemas costeiros, como o Parque Nacional do Superagui.

Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu
Localizado em Minas Gerais, abrange uma área superior a 1,3 milhão de hectares. Instituído em 2009, é considerado uma estratégia fundamental para fortalecer as unidades de conservação do Cerrado mineiro. Nele estão os parques nacionais Grande Sertão Veredas e Cavernas do Peruaçu, além a Reserva Indígena dos Xacriabás.

O Mosaico do Espinhaço
Alto Jequitinhonha - Serra do Cabral foi reconhecido oficialmente pelo Ministério do Meio Ambiente em 2010. Na composição do mosaico, localizado na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, estão nove unidades de conservação que juntas cobrem uma área de aproximadamente 910 mil hectares. Destacam-se o Parque Nacional das Sempre Vivas e os parques estaduais do Rio Preto e do Pico do Itambé.

Mosaico do Oeste do Amapá e Norte do Pará 
Instituído em 2013, o Mosaico da Amazônia Oriental, oficialmente Mosaico do Oeste do Amapá e Norte do Pará corresponde a uma área de 12,4 milhões de hectares. O tamanho impressiona, mas não é para menos, pois dentro do mosaico está o maior parque do Brasil, o Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque, onde foi feita a foto. Também fazem parte outras quatro UCs e três terras indígenas protegidas por lei.

O Mosaico Mico-Leão-Dourado
Criado com o objetivo de unir unidades de conservação que protegem o primata natural da Mata Atlântica e ameaçado de extinção. Oficializado em 2010, destacam-se no mosaico a forte presença de RPPNs, resultado da mobilização de ONGs e entidades privadas em preservar o habitat natural dos micos-leão-dourado. No mosaico também estão duas reservas biológicas, União e Poço das Antas.

O Mosaico do Baixo Rio Negro
Localizado no Amazonas, foi reconhecido em 2010. Possui uma área superior a sete milhões de hectares e interliga unidades de conservação relevantes na proteção do Rio Negro na parte baixa, próxima a Manaus. Fazem parte do mosaico dois parques nacionais, Anavilhanas e Jaú, além da Reserva Extrativista do Rio Unini e outras oito UCs.

O Mosaico Foz do Rio Doce
O Rio Doce foi o infeliz protagonista de uma das maiores tragédias ambientais do país que aconteceu em Minas Gerais em 2015, com o rompimento da barragem de Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do município brasileiro de Mariana, Minas Gerais.O Mosaico Foz do Rio Doce, criado em 2010 no Espírito Santo, reúne sete unidades de conservação.

O Mosaico do Extremo Sul da Bahia 
Instituído em 2010 e é composto por doze unidades de conservação. A região sul do estado baiano é uma importante zona de Mata Atlântica reconhecida pela Unesco como Patrimônio Mundial Natural. O mosaico reúne um trio de parques nacionais: Pau Brasil, Monte Pascoal e Descobrimento.

O Mosaico da Amazônia Meridional
Composto por 40 unidades de conservação, que juntas compõem uma área total de 7,1 milhões de hectares. O território do mosaico, que se estende por Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, é considerado uma barreira contra o desmatamento que pressiona fortemente os limites das unidades amazônicas. Destacam-se os parques nacionais Juruena (foto) e Campos Amazônicos.

O Mosaico do Jalapão 
Reconhecido oficialmente em setembro de 2016. Formado por nove unidades de conservação do Tocantins, Piauí e Bahia, entre elas o Parque Estadual do Jalapão e o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, o mosaico totaliza uma área de aproximadamente 3 milhões de hectares.




Referências
http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/o-que-sao-mosaicos-de-unidades-de-conservacao/
http://www.wikiparques.org/wiki/
https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/

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