A biorremediação ou então Biotecnologia do Controle da Poluição é o processo no qual os organismos vivos como plantas ou micro-organismos são utilizados para remover ou reduzir as concentrações de poluentes no ambiente aonde estes são encontrados.
Trata-se de um
processo ou estratégia que busca destoxificar o solo ou outros ambientes
contaminados fazendo uso de micro-organismos (fungos, bactérias, etc) e de
enzimas. Baseia-se no processo de degradação microbiana e reações químicas
combinadas com processos de engenharia, a fim de que os contaminantes sejam
transformados, não oferecendo riscos ao ambiente e às populações que ali
habitam. Três aspectos devem ser considerados:
- A existência de micro-organismos com capacidade catabólica para degradar o contaminante.
- O contaminante tem que estar disponível ou acessível ao ataque microbiano ou enzimático.
- Condições ambientais adequadas para o crescimento e atividade do agente biorremediador.
Para a implementação
de um processo de biorremediação devemos levar em conta primeiramente:
- Avaliação da natureza do composto
- Caracterização da contaminação
- Planejamento do tipo de biorremediação
- Decisão por biorremediação in situ ou ex situ
Após estes
procedimentos deve ser escolhido o processo da biorremediação que se queira
fazer, usando plantas ou utilizando microrganismos.
Biorremediação e Organismos genéticamente modificados
Este tipo de
processos é a manipulação genética de um microrganismo para que este aumente a
sua taxa de degradação de poluentes, sendo inseridos genes que codifiquem
enzimas catabólicas específicas para a molécula-alvo.
Lagoas de Estabilização
As lagoas podem ser
de diversos tipos, como: Lagoa anaeróbia, facultativa, anaeróbia + facultativa,
aerada facultativa, aerada de mistura completa + lagoa de decantação e lagoa de
maturação. O processo de
biorremediação das lagoas é muito simples e constitui-se unicamente por
processos naturais realizados por microrganismos. O funcionamento das
lagoas depende de diversos fatores ambientais externos, como: radiação solar,
temperatura e vento. A principal função do mecanismos de atuação destas lagoas
estariam relacionadas a redução da carga orgânica e facilitar os tratamentos
subsequentes. Uma lagoa em ótima condições de funcionamento pode remover cerca
de 70 a 90% da DBO (Demanda Bruta de Oxigênio).
Lodos Ativados
O processo de Lodo
ativado é um tratamento biológico de efluente que é destinado a remover
poluentes orgânicos biodegredáveis. O processo vai se basear na oxidação da
matéria orgânica por bactérias aeróbias e facultativas em reatores biológicos
seguido de decantação. O lodo decantado, ou lodo ativado, retorna ao reator
biológico onde, em fase endógena, é misturado ao efluente bruto rico em
poluentes orgânicos, aumentando assim a eficiência do processo.
Vantagens:
- Elevada eficiência na remoção de DBO
- Nitrificação usualmente obtida
- Possibilidade de remoção biológica de nitrogênio e fósforo
- Baixo requisitos de área
- Processo confiável, desde que supervisionado
- Reduzidas possibilidades de maus odores, insetos e vermes
Desvantagens:
- Elevados custos de implantação e operação
- Elevado consumo de energia
- Necessidade de operação sofisticada
- Elevado índice de mecanização
- Relativamente sensível a descargas tóxicas
- Necessidade do tratamento completo do lodo e da sua disposição final
Atualmente este
método de remover concentrações de poluentes tem sido recomendado pela
comunidade científica, devido ao fato de não causar poluição secundária, ou
causar menos. São métodos que podem ser implantados em águas superciciais e
subterrâneas, solos e efluentes industriais. Muitos países vem adotando este
sistemas, sendo gastos milhões de dólares. Os Estados Unidos e os países da
Europa são os que mais investem nesta tecnologia.
Os fatores que
poderão influenciar na biodegradação, serão fatores físicos e químicos no qual
vão depender da composição da matriz do ambiente (pH, salidade, potencial
oxirredução, etc), fatores extrínsicos (temperatura, umidade) e fatores
relacionados ao poluente (estrutura química, presença de outros compostos,
biodisponibilidade). Cada processo de Biorremedição é particular e quase sempre
necessita de adequação e otimização específica para a aplicação em diferentes
locais afetados, requerendo sempre uma análise integrada de parâmetros físicos,
químicos e biológicos. Os principais processos ou abordagens da biorremediação
é através do uso de enzimas comerciais, uso de misturas de microrganismos
(bioaumentação), uso de microrganismos imobilizados, DNA recombinante e remoção
microbiológicas de metais.
Como todo ser vivo,
os micro-organismos necessitam de nutrientes para sua sobrevivência
(nitrogênio, fosfato, carbono, energia e outros minerais). O carbono garante
energia e matéria prima para que o micro-organismo cresça e possa processar os
hidrocarbonetos.
Existem dois tipos
de biorremediação:
- Biostimulation - que fornece nutrientes às populações de micro-organismos, aumentando sua população, promovendo o crescimento e consequentemente o aumento da atividade metabólica na degradação de contaminantes.
- Bioaugmentation - que introduz misturas específicas de micro-organismos em um ambiente contaminado ou em um biorreator para iniciar o processo da biorremediação.
Conforme a
quantidade de contaminante (alimento) exposto no meio, ele proporcionará ou não
um aumento de micro-organismos. Quanto mais ¨alimento¨ maior o número de micro-organismos
presentes. A medida que o contaminante é degradado, a população microbiana vai
reduzindo alcançando o nível de estabilidade.
Porém, a
biorremediação apresenta algumas limitações como por exemplo:
- Não é uma solução imediata.
- Os locais a serem tratados devem estar preparados para suportar a ação dos micro-organismos.
Para cada
tipo de contaminante, indicam-se espécies diferentes de micro-organismos para o
processo de biorremediação.
Contaminante
|
Espécie utilizada
|
Anéis aromáticos
|
Pseudomonas,
Achromobacter, Bacillus, Arthrobacter, Penicillum, Aspergillus, Fusarium,
Phanerocheate
|
Cádmio
|
Staphlococcus, Bacillus,
Pseudomonas, Citrobacter, Klebsiella, Rhodococcus
|
Cobre
|
Escherichia,
Pseudomonas
|
Cromo
|
Alcaligenes,
Pseudomonas
|
Enxofre
|
Thiobacillus
|
Petróleo
|
Pseudomonas,
Proteus, Bacillus, Penicillum, Cunninghamella
|
O uso de seres vivos
no processo de degradação ou neutralização de substâncias nocivas ao meio
ambiente visa promover a restauração do equilíbrio ecológico do ambiente
afetado e proteger as espécies, buscando a preservação da cadeia alimentar, em
todos os seus níveis tróficos. Algumas plantas, por exemplo, possuem a
capacidade de absorver substâncias químicas pesadas, atuando como acumuladoras
naturais desses poluentes, contribuindo assim para a recuperação da área
afetada. Entretanto, não se pode esperar que a ação dos microrganismos seja
imediata, uma vez que todo ser vivo tem sua ação condicionada às próprias
condições encontradas no local afetado. O trabalho das empresas de
biotecnologia tem se concentrado na pesquisa e desenvolvimento genético desses
organismos, buscando modificar seus genes e aumentar sua eficiência
despoluidora. Como se trata de um tema que envolve a biotecnologia e a
possibilidade de manipulação genética dos organismos ou utilização de
organismos exóticos ao meio ambiente do local, o tema da biorremediação vem
sendo debatido constantemente no intuito de avaliar os prós e os contras desse
processo.
Assinada e publicada
em outubro de 2002, a Resolução 314 do Conama, visa disciplinar o registro de
produtos com a finalidade de biorremediar solos afetados por vazamentos de
petróleo e seus derivados, sendo esta uma opção viável. Seus benefícios, desde
que utilizados de forma correta, recuperam ecossistemas contaminados, auxiliam
no tratamento de resíduos e efluentes, bem como, na desobstrução e limpeza de
dutos e equipamentos. Já, se utilizado de forma inadequada ou não sendo
observados suas peculiaridades pode desequilibrar o ecossistema e danificar o
meio ambiente. Esta Resolução estabelece
que os remediadores devem ser registrados no IBAMA, para que possam ser
produzidos, importados, comercializados e utilizados, ficando dispensados de
registro àqueles que se destinam a pesquisa e experimento necessitando da
aprovação do órgão. Entende-se por produto remediador, àquele constituído ou
não por micro-organismos destinados à recuperação de ambientes e ecossistemas
contaminados além das outras utilizações previstas na Resolução. Não se aplicam as disposições da Resolução
aos equipamentos e materiais de recuperação mecânicos ou térmicos
essencialmente, havendo exceção em caso de consórcio com os mencionados
remediadores. Em caso de venda ou exposição, tais produtos devem,
obrigatoriamente, exibir rótulos, bulas ou folhetos explicativos sobre sua
utilização.
Fonte:
infoescola.com/ambientes.ambientebrasil.com.br/cnpma.embrapa.br/biotecnologia.com.br/revista/bio34
prof. seu blog é excelente.... sempre trás informações novas e interessantes. O modo q expõe o texto é de 1ª, fácil de compreender
ResponderExcluirLegal!
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