sábado, 10 de fevereiro de 2018

QUEM INVENTOU O CARNAVAL?

O carnaval chegou! O maior espetáculo na terra. Carnaval ou entrudo são os três dias de festas que precedem a quarta feira de cinzas. É uma palavra que tem origem no latim "carna vale" e que significa dizer "adeus à carne". O carnaval chegou ao Brasil através das festas que ocorriam na Europa, principalmente na Itália e na França, no século XVII.

O Carnaval normalmente envolve uma festa pública e/ou desfile combinando alguns elementos circenses, máscaras e uma festa de rua pública. As pessoas usam trajes durante muitas dessas celebrações, permitindo-lhes perder a sua individualidade cotidiana e experimentar um sentido elevado de unidade social.
O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. . Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer carnaval com desfiles de escolas de samba.


História do Brasil (marcha/carnaval) 
Lamartine Babo 
Quem foi que inventou o Brasil?/Foi seu Cabral!/Foi seu Cabral!/No dia vinte e um de abril/Dois meses depois do carnaval/Depois/Ceci amou Peri/Peri beijou Ceci/Ao som.../Ao som do Guarani!/Do Guarani ao guaraná/Surgiu a feijoada/E mais tarde o Paraty/Depois/Ceci virou Iaiá/Peri virou Ioiô/De lá.../Pra cá tudo /mudou!/Passou-se o tempo da vovó/Quem manda é a Severa/E o cavalo Mossoró.

Com História do Brasil, Lamartine Babo (1904 – 1963) fez mais do que o grande hit de 1934: deu uma definição clássica da festa e do país. Abaixo do Equador, onde não existe pecado, a fusão da tradição européia com a batucada africana libertou o Carnaval na plenitude. É disso que trata essa obra: da invenção da República pelo nosso povo e pela nossa música. Foi seu Cabral (os europeus), foram Peri e Ceci (os indígenas), foram Ioiô e Iaiá (os africanos). Ou seja, foi o povo brasileiro. 
Em nenhum lugar o carnaval adquiriu a dimensão que alcançou no Brasil. Durante quatro dias, o país fica fechado para balanço. Ou melhor: fica aberto para só balançar. E se entrega ao espetáculo que seduz e deslumbra o planeta.

O CARNAVAL 
A farra toda vem do inconsciente dos povos, desde os rituais da fertilidade e as festas pagãs nas colheitas. No século VI, a Igreja adotou essas festas libertárias que invertiam a ordem do cotidiano, para domesticá-las. Juntou todas na véspera da quaresma como uma compensação para a abstinência que antecede a Páscoa. O Carnaval, então, espalhou-se pelo mundo. Desembarcou no Brasil no século XVII. Aqui, virou um dos maiores espetáculos do mundo. 
  • Em Roma, comemoravam-se as Saturnais de 16 a 18 de dezembro, para a glória do deus Saturno. Tribunais e escolas fechavam as portas, escravos eram alforriados, dançava-se pelas ruas em grande e igualitária algazarra. A abertura era um cortejo de carros imitando navios, com homens e mulheres nus dançando freneticamente os carrum navalis. Para muitos, deriva daí a expressão carnevale. 
  • No dia 15 de fevereiro, comemoravam-se as Lupercais, dedicados à fecundidade. Os lupercos, sacerdotes de Pã, saíam pelados, banhados em sangue de cabra, e perseguiam os transeuntes, batendo-lhes com uma correia. Em março, os Bacanais homenageavam Baco (o deus grego Dionísio em versão romana), celebrando a primavera inspirados por Como e Momo, entre outros deuses. 
  • Assumindo o controle da coisa, a Igreja fez o que pode para depurar a permissividade igualitária dos carnavais. Na Idade Média, a festa virou encenação litúrgica, corrida de corcundas, disputa de cavaleiros e batalha urbana de ovos, água e farinha. Depois, o carnaval se espalhou pelo mundo. 
  • Na Rússia, a Maslenitsa dá adeus ao inverno, com corridas de esqui, patinação, danças com acordeão, balalaika, blinky masleye (panquecas amantegadas) e, é claro, muita vodka. 
  • No carnaval de Colônia, na Alemanha, as mulheres armam-se com tesouras e saem pelas ruas para cortar as gravatas dos homens. 
  • Em Veneza, a tradição consagrou os fogos de artifício e foliões mascarados, inspirados na velha Commedia dell Arte. 
  • Na Bolívia, os mineiros de Oruro veneram a mãe-terra, Pachamama, dançando fantasiados de demônios. 
  • Em New Orleans, nos Estados Unidos, uma torrente humana invade as ruas do French Quarter, na terça-feira do Mardi Gras, atrás de músicos que tocam toda a noite. 
  • O (*)entrudo português chegou aqui no século XVII. Os foliões se lambuzavam com cabaças de farinha e bexigas d’água. Durante a Colônia e o Império, ele foi proibido inúmeras vezes. Consta que D. Pedro II gostava de jogar água nos nobres, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro. 
(*)festa popular que se realizava os três dias que precedem a entrada da Quaresma.Nesses dias, em que os brincantes lançavam uns nos outros farinha, baldes de água, limões de cheiro, luvas cheias de areia etc. [Entrou em declínio no Brasil em 1854, por repressão policial, dando lugar ao moderno carnaval. 
  • Em 1840, primeiro baile aconteceu, no Hotel Itália, no Rio, ao som de valsas, quadrilhas e habaneras. 
  • Em 1845, os ricos aderiam à polca tcheca e os negros dançavam jongo. 
  • Em 1848, o sapateiro português José Nogueira de Azevedo Prates, o Zé Pereira, saiu por aí tocando bumbo. Deu origem aos primeiros blocos de rua. 
  • Em 1866, os cordões começaram com as sociedades carnavalescas.
  • Em 1895, na Bahia, nascia o primeiro afoxé: estava inventada a batucada. 
  • Em 1897, depois da Guerra dos Canudos, , uma gentarada foi morar no Morro da Saúde, criando a primeira favela do Rio. Ali, na casa da Tia Ciata, foi composto em 1916 o primeiro samba, autoria de Donga
Pelo Telefone - 
Donga
"O chefe da polícia/Pelo telefone manda me avisar/Que na Carioca tem uma roleta /para se jogar/Ai, ai, ai/Deixe as mágoas pra trás, ó rapaz/Ai, ai, ai/Fica triste se és capaz e verás/Ai, ai, ai/Deixe as mágoas pra trás, ó rapaz/Ai, ai, ai/Fica triste se és capaz e verás/Tomara que tu apanhes/Pra nunca mais fazer isso/Roubar amores dos outros/E depois fazer feitiço/Olha a rolinha, Sinhô, Sinhô/Se embaraçou, Sinhô, Sinhô/Caiu no lago, Sinhô, Sinhô/Do nosso amor, Sinhô, Sinhô/Porque este samba, Sinhô, Sinhô/É de arrepiar, Sinhô, Sinhô/Põe perna bamba, Sinhô, Sinhô/Mas faz gozar, Sinhô, Sinhô/O "Peru" me disse/Se o "Morcego" visse/Não fazer tolice/Que eu então saísse/Dessa esquisitice/Do disse-me-disse/Mas o "Peru" me disse/Se o "Morcego" visse/Não fazer tolice/Que eu então saísse/Dessa esquisitice/Do disse-me-disse/Ai, ai, ai/deixe as mágoas pra trás, ó rapaz/Ai, ai, ai/Fica triste se és capaz e verás/Ai, ai, ai/Deixe as mágoas pra trás, ó rapaz/Ai, ai, ai/Fica triste se és capaz e verás/Queres ou não, Sinhô, Sinhô/Vir pro cordão, Sinhô, Sinhô/Ser folião, Sinhô, Sinhô/De coração, Sinhô, Sinhô/Porque este samba, Sinhô, Sinhô/É de arrepiar, Sinhô, Sinhô/Põe perna bamba, Sinhô, Sinhô/Mas faz gozar, Sinhô, Sinhô" 
  • Era só o começo. Vieram o Rei Momo, os corsos de automóveis das boas famílias (1907-1930), as escolas de samba (1928) e os concursos de fantasia (1936). Em 1935, o desfile das escolas de samba foi legalizado pela Prefeitura do Distrito Federal. Com o rádio, a festa difundiu-se e profissionalizou-se. Com a televisão, virou indústria. 
PORQUE O CARNAVAL MUDA DE DATA?
Já reparou que o Carnaval não cai sempre no mesmo dia? É a ligação com a Páscoa que causa a variação: no Hemisfério Sul, o domingo de Páscoa é sempre o primeiro após a primeira Lua cheia do outono. Então, conta-se 46 dias antes no calendário para saber quando será a quarta-feira de cinzas – depois da terça-feira de Carnaval.

Referêrencia 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carnaval
https://super.abril.com.br/

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