Um estudo realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC) aponta que, em locais de interface entre o ambiente urbano e silvestre – como parques e encostas de morros –, as bromélias não possuem um papel importante na proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue.
A água acumulada nas folhas, que serve como reservatório de nutrientes para a planta, foi analisada com o objetivo de verificar a presença de formas imaturas de mosquitos (como larvas e pupas) e de identificar o porcentual de presença do vetor da dengue. Antes mesmo da realização de estudos sistematizados sobre o tema, medidas como a eliminação das bromélias e o uso indiscriminado de inseticidas já vinham sendo adotadas pela população. A destruição indiscriminada de bromélias vem sendo utilizada como uma suposta forma de prevenção à dengue, pois tem sido divulgada uma ideia de que as bromélias são importantes focos do mosquito. Provando o contrário e seria importante que as práticas de prevenção acompanhem as descobertas da ciência. A queima de encostas com bromélias para fins de prevenção, portanto, não é uma prática eficaz e desfoca a ação de controle que deveria se concentrar nos focos comprovadamente geradores de mosquitos.
MITO : Bromélias são focos de dengue
De fato, as bromélias podem conter larvas ou pupas de insetos, mas resultados de pesquisas conduzidas pela Fio Cruz demonstram que em ambientes naturais "as bromélias não são importantes produtores de Ae. aegypti e Ae. albopictus e, portanto, não deve ser um foco para o controle da dengue". Em ambiente natural, as bromélias criam um microssistema que tanto impede o desenvolvimento das larvas como serve para alimento de outras espécies. O botânico Ricardo Cardim, do projeto Floresta de Bolso e que luta pelas árvores de São Paulo, alertou que é um mito que a bromélia seja foco de dengue e pediu que deixemos nossas plantas vivas! As lindas flores que nascem no espiral de folhas são também muito apreciadas pelos beija-flores. Para combater a dengue, esvaziem os baldes do quintal, não deixe garrafas, potes, tampas e tampinhas acumular água, guarde pneus em lugar seco e verifique se há focos de água parada em casa e em terrenos abandonados da vizinhança.
Em ambiente ambiente urbano são muitas variáveis a levar em consideração. Podendo não existir ou haver escassez de predadores o que possibilita a presença de larvas. É importante salientar que não lavem ou troquem a água do tanque das bromélias, com a água limpa e renovada os mosquitos podem se proliferar dentro. Para isso, hidrate a planta aos poucos e somente reponha a água quando a planta estiver necessitando (as folhas irão alertar!). O tanque natural das bromélias produzem um ácido que digere todos os organismos que caem no tanque, formando um suco nutritivo e daí elas irão se alimentar, já que as raízes só servem de sustentação!
"Será que a água da bromélia serve de criadouro para o mosquito da dengue?" - G1, https://glo.bo/2XfN0di
"Bromélias são focos para a proliferação do mosquito Aedes no Brasil? Uma breve revisão sobre o tema." - Lucia Cangussu, https://bit.ly/3e5llSY
"Bromeliad-inhabiting mosquitoes in an urban botanical garden of dengue endemic Rio de Janeiro - Are bromeliads productive habitats for the invasive vectors Aedes aegypti and Aedes albopictus?" - Scielo/Instituto Oswaldo Cruz, 2009 https://doi.org/10.1590/S0074-02762009000800015
Referência
Água, sua linda
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