PSICOLOGIA REVERSA

Você deve pensar que qualquer um que participe de seitas ou cultos, é louco. De que outra forma alguém poderia acreditar que os seres humanos são recipientes para fantasmas ou um cavalo(o espírito toma seu mental e também o corpo)? Ledo engano, não são loucos! O que os extremistas não procuram é doença mental. Os cultos não querem membros imprevisíveis; pelo contrário, preferem pessoas estáveis que podem ser manipuladas e ajudá-los em suas causas e/ou doar dinheiro. O apocalipse está sempre prestes a acontecer?

TÉCNICAS PSICOLÓGICAS USADAS PARA RECRUTAR E CONTROLAR MEMBROS DE SEITAS 

Você constrói uma situação de paradoxo a fim de obter um resultado ao qual almeja

A maioria das pessoas aliciadas por seitas/cultos são normais, saudáveis, sensatos, inteligentes e capazes. Elas acabam sendo “sugadas” para dentro da fé potencialmente nociva, graças a táticas manipulativas usadas comumente por cultos, golpes e outras organizações ideológicas extremas para recrutar e controlar seguidores. 

ESCOLHER O ALVO CERTO 

A maioria das pessoas é suscetível de ser recrutada para um culto sob as condições certas. De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica Psychological Reports, os indivíduos mais suscetíveis ao recrutamento por seitas são os mais estressados, os emocionalmente vulneráveis, os com pouca ou nenhuma conexão familiar e/ou os que vivem em condições socioeconômicas adversas. Por exemplo:

• Calouros de universidades são bons alvos, uma vez que normalmente ainda estão formando sua identidade e separaram-se recentemente de sua família. 
• Pessoas negligenciadas ou abusadas na infância também costumam ser facilmente recrutadas, porque desejam uma validação que lhes foi negada quando crianças. 
• Jovens revoltados e incompreendidos pela família, perdidos em busca de identidade e a procura de referências sociológicas. 
• Pessoas com personalidade obsessivo-compulsiva. Enxerga que o mundo está errado e quer que todos mudem para se enquadrarem em suas condutas. 

Tudo é a ferro e fogo. Logo, os alvos mais comuns são pessoas saudáveis e racionais passando por períodos de vida estressantes. 

BOMBARDEAR O ALVO COM AFEIÇÃO E COMPREENSÃO 

Uma vez que as seitas identificam indivíduos vulneráveis e estressados, seus recrutadores literalmente bombardeiam essas pessoas com afeição, bajulação e validação. Fazendo tudo que podem para fazer a pessoa se sentir especial e única. Eles rapidamente tentam passar a mensagem de que são seus melhores amigos. E fingem interesses mútuos para dar a impressão de que vocês têm muito em comum. Muitos recrutadores esperarem por indivíduos do lado de fora de reuniões de aconselhamento, a fim de predar os participantes com problemas e oferecer a eles o conforto que deveriam obter com ajuda psicológica profissional. 

ISOLAR O ALVO 

Uma vez que os recrutadores conseguiram atrair um alvo com a promessa de compreensão da vida e do universo, o próximo passo é isolá-lo. Em muitos casos, esse isolamento vem na forma de um “retiro” de alguns dias, período no qual a pessoa fica totalmente imersa na ideologia da seita. Durante esses retiros, os indivíduos ficam fisicamente separados de amigos e familiares – que poderiam fornecer contrapontos importantes, ou seja, puxá-los de volta para a realidade – e muitas vezes sem acesso a qualquer informação externa, incluindo jornais, livros, TV, celular e internet. Ficam incomunicáveis, isso garante que a única “verdade” que a pessoa experimenta seja a apresentada pelo culto.

CONTROLAR O ALVO 

Depois de convencer o alvo, bombardeá-lo com atenção e isolá-lo, os cultos precisam manter seu controle sobre eles. Isso pode ser feito através de várias técnicas,  há uma certa "liturgia" que normalmente envolvem manter o indivíduo em um balanceamento entre terror e amor, submetendo-o repetidamente a esses dois sentimentos. Fazendo uma “lavagem cerebral”. Quando estamos com medo, não simplesmente fugimos do medo, mas corremos para um porto seguro, para alguém em que confiamos – e esse alguém geralmente é uma pessoa a quem nos sentimos apegados. Mas quando o suposto porto seguro é também a fonte do medo, então correr para essa pessoa é uma estratégia falha, fazendo com que a pessoa assustada congele, presa entre a aproximação e a evitação. Essa relação desequilibrada aumenta a dependência dos indivíduos diante o líder do culto, garantindo seu controle. Esse estado exaustivo e congelado de “terror e evitamento” sobrecarrega os membros da seita e sua capacidade de pensar criticamente sobre a ideologia com a qual se comprometeram. 

COMO SAIR DESSA INFLUÊNCIA? 

Isso geralmente exige um aliado. É uma batalha dantesca. Pode ser um membro do culto que já se aborreceu com o sistema/ideologia, ou pode ser uma influência externa, amigo ou familiar. Uma vez que os cultos submergem os indivíduos em uma narrativa predominante, vozes dissidentes podem oferecer um marco para que uma pessoa se situe e encontre o caminho de volta à realidade objetiva. De acordo com o livro O Fenômeno Gaslighting; estratégias de pessoas manipuladoras para distorcer a verdade e manter você sobre controle (Stephanie Sarkis) não se deve desafiar as crenças do culto ou grupos extremistas. Existe seis gatilhos influenciadores que podem ajudar a resgatar o individuo:

• Conflitos sociais dentro do culto;
• Mudança na dinâmica do culto;
• Emoções conflitantes sobre os papeis do culto;
• Liderança do culto não seguir regras ou as expectativas do culto;
• Pressão da polícia;
• Influência da família.

De acordo com o professor Rogério Alvarenga, Master em Programação Neurolinguística(PNL), devagar se vai ao longe. Todo manipulador tem truques na manga, cuidado ao confronta-lo, ele pode dizer algo do tipo “você é sensível demais”. O manipulador usa-se de um gatilho emocional para culpar, envergonhar ou desaprovar seu respeito próprio. Usa a experiencia negativa e traumática de seu passado para desencadear reações inconsistentes. Seu cérebro decide o que vai fazer, transmite a sensação de que você está tomando a decisão de forma racional. Porém, na verdade, você vai realizar os desejos do manipulador e não os seus.

Uma habilidade dos cultos é perseguir aqueles que querem sair. O líder empenhará para ir ao encalço, atacando a credibilidade do dissidente. Seitas são sempre litigiosas, agressoras, não têm limites e sempre vão colocar em situação de duplo vinculo (ex. sua mãe o incentiva a perder peso, mas assa uma fornada de biscoito e deixa a sua frente).