Os rios cristalinos de Bonito, que atraem todos os anos milhares de turistas do mundo todo, estão sendo tomados por lama. Grutas e cachoeiras tombadas como Patrimônio Nacional estão ameaçadas. O Rio da Prata agora é marrom-escuro.
Duas décadas de expansão do ecoturismo no polo Bonito-Serra da Bodoquena, com regulação de passeios e atividades, com dinamização de comércio, alojamento, transporte e profissionalização do turismo com guias e agências podem ir por água abaixo. Não há fiscalização na Serra da Bodoquena. Fazendas de soja sem barragens de contenção adequadas estão despejando rejeitos em córregos, riachos, igarapés e destruindo Áreas de Preservação Permanente. É uma ameaça não só às águas, mas a toda rica biodiversidade de flora e fauna da região, das belíssimas paisagens que impulsionam o turismo sustentável. Desde o final do ano passado, reportagens vem trazendo à tona o drama ambiental que está acontecendo em Bonito, destino que mais atrai turistas no Mato Grosso do Sul.
O lugar que é famoso por suas águas cristalinas tem agora um dos seus rios, o Rio da Prata, ameaçado por um turbilhão de lama que não se sabe ao certo de onde vem. Tudo indica, no entanto, que só a confluência de fatores explica a situação.
Em novembro de 2018, o Rio da Prata ganhou um tom marrom-escuro. Naquele mês, a Polícia Ambiental do estado afirmou que a lama era oriunda do cultivo de soja da região. Após fortes chuvas, os sedimentos teriam escorrido até o rio. Inclusive, a secretaria do meio ambiente notificou duas fazendas que não haviam feito barreiras de contenção adequadas -, ambas suspeitas de serem responsáveis pela lama.
Uma reportagem onde mostra que o caso está longe de ter uma solução e é muito mais grave do que uma situação isolada. As condições dos rios no entorno de Bonito estão preocupantes e eles têm ficado turvos com mais frequência nos últimos anos. Não só uma, mas uma série de intervenções humanas vêm ocorrendo na região.
Possíveis causas
Transformaram-se em um “mar de lama” por conta de uma enxurrada com resíduos de manejo de solo.
Segundo apuração drenos foram escavados por agricultores para escoar áreas alagadas, dando lugar ao plantio. Aliás, o Ministério Público afirma que somente um agricultor possui 46 quilômetros de drenos em sua propriedade, sendo mais da metade sem licença ambiental. O produtor em questão foi multado em mais de R$ 10 milhões. Existe ainda uma discussão se a área seria ou não de preservação permanente, a chamada APP, mas o caso ainda corre na Justiça.
Outro problema, é a falta de normas sobre o uso do solo. Somente no último mês de março é que o estado, por meio de decreto, estipulou que “as ações mecanizadas de preparo do solo nas propriedades rurais localizadas nos municípios de Bonito e Jardim apresentem à Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) um projeto técnico de manejo e conservação do solo e água antes de serem executados”.
Ainda foi apontado que novas estradas de terra abertas, algumas construídas na beira de rios, estão mais movimentadas. Elas também podem contribuir para o lamaçal que está virando as águas de Bonito.
Pensei que somente a VALE transformava os rios em lama.
ResponderExcluirEsta comprovado que o brasil é um pais que so faz merda, ou melhor, lama e tudo acaba em piza
ResponderExcluirEste é o local que a natureza foi mais que eficiente, agora a ganancia do homem destrói as paisagens mais bela que já presenciei. Como é difícil viver num país onde as leis não funcionam devido ao alto grau de corrupção e desrespeito.
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