A importância da preservação e recuperação dos cursos d’água, em especial os rios, é fundamental. Os rios têm papel significativo, pois além de abastecimento de água para consumo humano, contribui para as atividades de irrigação do solo para produção de alimentos, produção de energia hidrelétrica, como meios de transporte facilitando a circulação de pessoas e mercadorias.
É importante informar aos brasileiros, as condições de seus recursos naturais, maus tratados.
O Brasil tem mais água doce que qualquer outro país. Dono de 12% da água doce disponível no planeta, sabemos pouco sobre a qualidade de nossos rios. Segundo estudos, apenas 6,5% dos rios observados apresentaram qualidade boa na média – nenhum tem qualidade ótima. A floresta faz falta também. O desaparecimento da mata ciliar, que protege as margens dos rios, provoca assoreamento, leva toda a carga de agrotóxicos e lixo para suas águas.
Das causas do decréscimo acentuado do nível de água e vazão dos rios, em certas épocas, têm-se: aquecimento global; desmatamento; aumento do consumo (devido ao surgimento das indústrias, do crescimento populacional e da produção de alimentos por meio da agricultura), dentre outros. Outro problema se dá, através da destruição das nascentes (em áreas urbanas e rurais), tornando os rios, dependentes a reabastecimento, pelas águas da chuva.
A poluição por esgoto é o maior problema. Uma poluição difusa, provocada pela indústria, ou pelo manejo inadequado da agricultura. São raros os casos de rios monitorados de forma sistemática. O exemplo mais emblemático é o do rio Doce que, depois da tragédia em Mariana provocada pela barragem de rejeitos da Samarco, Vale e BHP, em 2015, se transformou na bacia mais vigiada do país. Além da turbidez, os níveis de ferro, manganês, cromo e cobre estão acima dos limites máximos estabelecidos na legislação, o que, segundo relatórios, significa que os rejeitos se misturaram.
Os constantes rompimentos de barragens de rejeitos oriundos da mineração no estado de Minas Gerais, deixa em alerta diversas bacias hidrográficas do país. A vida aquática quase desaparece nestas águas, as matas ciliares morrem. Toda fauna e flora sofrem consequências devastadoras, sem falar da poluição atmosférica após as águas baixarem e o rejeito secar. O pó de minério é carregado pelo vento, fica o cheiro forte e ácido.
Os problemas são inúmeros. As barragens impedem a piracema. Como os peixes não podem mais subir o rio para se reproduzirem, o declínio das espécies e cardumes é evidente. A falta de educação da população. Das classes mais abastadas, portanto em condições de se informar, às mais baixas, quase todos jogam lixo nas ruas, riachos, rios, ou espaços públicos. O resultado é assustador, um réquiem para os rios brasileiros. Existem variedades de riscos relacionados a água, o que representa grande incerteza na disponibilidade de água para a população. Os desafios relacionados a água causam múltiplos efeitos sobre o meio ambiente e a economia.
ÁGUAS NO MUNDO
Quase dois terços dos maiores rios do mundo estão obstruídos por represas e outras infraestruturas, o que ameaça os ecossistemas e as comunidades que dependem dos mesmos, afirma um estudo que também questiona a hidreletricidade como alternativa às energias fósseis. Uma equipe internacional de cientistas examinou quase 12 milhões de quilômetros de rios no mundo e criou a primeira cartografia mundial do impacto das construções humanas nestes canais. O estudo publicado pela revista científica Nature conclui que apenas 37% dos 246 rios que superam 1.000 km ainda são de “corrente livre”, ou seja, sem obstáculos, e apenas 21 deles correm de forma ininterrupta de sua fonte até o mar.
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