segunda-feira, 19 de novembro de 2018

AFINAL, O QUE É MACUMBA?

Por ser adepto a Filosofia Cartesiana e do Existencialismo, as pessoas sempre me questionam sobre divindades. Eis que num caloroso debate numa mesa de bar, surge alguém dizendo que tem medo de macumba, mas não sabia explicar o motivo. Pois é, vamos entender e  tentar desmistificar esse medo. Destas constatações em nossas vidas nascem os frutos da crendice popular, como os amuletos, as lendas, o vudu, o milagre, o feitiço, a mandinga, a magia em suas várias formas, e outras tantas.

Também sei que muitos leitores vão me criticar. Mas a verdade não tem um lado somente, ela é obtida de acordo com nossas necessidades e experiências. Ela (a verdade) pode ser efêmera. Existem pessoas boas e pessoas más, pessoas negativas e pessoas positivas. Estamos tão acostumados a olhar somente o mal que raramente observamos as coisas belas da vida. É como aquele dito popular " a galinha do vizinho é sempre mais gorda". Daí nasce a inveja, e é incontestável que este sentimento modifica o ser humano.

MACUMBA
Antes de ser associada a um tipo de religião, a palavra "macumba" descrevia um instrumento de percussão de origem africana, semelhante ao atual reco-reco. Um "macumbeiro" era o indivíduo que tocava este instrumento. Vamos entender, os significados referentes ao termo Macumba: 
  • É uma espécie de árvore africana. 
  • É também um instrumento musical utilizado em cerimônias de religiões afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda. 
  • É uma variação genérica atribuída aos cultos afro-brasileiros, sincretizados com influências da religião católica, do ocultismo, de cultos ameríndios e do espiritismo. 
  • Na "árvore genealógica" das religiões afro-brasileiras, a macumba é uma ramificação do candomblé​, que existe só no Rio de Janeiro. 
O termo, porém, acabou se tornando uma forma pejorativa de se referir as religiões afro-brasileira e, sobretudo, aos “despachos” feitos por alguns seguidores. 

DESPACHO/OFERENDA OU EBÓ
Os despachos nos cruzamentos ganharam fama de “macumba” porque são uma das expressões mais visíveis dessas religiões fora dos templos. Mas, na verdade, eles são oferendas para os Orixás, geralmente pedindo proteção. São colocados em encruzilhadas porque esses lugares representam a passagem entre dois mundos, o material e o espiritual. 
Alguns autores consideram como macumba todo tipo de prática que envolva o trabalho de curandeiros; Babalorixá (Pai de Santo) ou a Yalorixá (Mãe de Santo), ou mesmo charlatões, que abusam da fé das pessoas para extorquir dinheiro, dizendo serem capazes de se "comunicar com os espíritos" e fazer feitiços que beneficie ou atrapalhe a vida de determinado indivíduo. Um exemplo de charlatanismo é a promessa de "macumba online", na internet oferecem para os usuários interessados. 
Despachos são geralmente elaborados na encruzilhada, na praia, ou no cemitério. É um banquete contendo pinga, velas vermelhas, pratos de farofa, cachaça, champanhe, galinhas pretas sacrificadas, pipocas e várias outras mais. A popular 'macumba' ainda é muito praticada no Brasil, e há quem tenha muito medo dela. Elas são realizadas normalmente com algum propósito pessoal (bom ou não), onde são oferecidos presentes e 'agrados' (as famosas oferendas) aos espíritos e entidades específicas. Pede-se de tudo: desde proteção, amor, dinheiro até a morte do inimigo. 
Por exemplo, uma bandeja ao ser oferecida a beira de um rio em agradecimento a Oxum, é uma oferenda ou mesmo Ebó de agradecimento. Porém a mesma oferenda ao ser entregue pedindo para afastar um determinado mau, deixa de ser uma oferenda e passa ser um despacho, pois existe um pedido, ou uma demanda a ser desfeita através deste.


ORIGEM DO DESPACHO/ OFERENDAS 
As oferendas deixadas nas encruzilhadas era uma forma de os negros alimentarem seus irmãos escravos que estavam fugindo dos feitores. Eles escolhiam lugares estratégicos por onde escravos fugitivos passariam e colocavam comida pesada; carne, frango e farofa porque sabiam da fome e dos vários dias sem comer desses indivíduos e deixavam também uma cachaça para aliviar as dores do corpo e dar-lhes algum prazer na luta cotidiana. As velas eram postas em volta dos alimentos para que animais não se aproximassem e consumissem o que estava reservado para o irmão em fuga e aí surge o que todos conhecem como macumba. O rito permanece sendo realizado pelas religiões afro-brasileiras como forma de agradecimento e pedidos aos seus ancestrais e em homenagem a seus santos. A cultura cristã foi quem desvirtuou a prática, para causar medo, terror e abominação e reforçar os preconceitos e discriminações contra os negros. 

PRECONCEITO 
Comumente, a prática da macumba é erroneamente associada com rituais satânicos ou de magia negra. Esta ideia preconceituosa surgiu e se intensificou em meados da década de 1920, quando igrejas neopentecostais e alguns outros grupos cristãos consideravam profana às leis Deus a prática dessas religiões. Com o tempo, quaisquer manifestações dessas religiões passaram a ser tratadas como “macumba”. 

Podemos ser prejudicados por uma macumba? 
Acreditar que sua vida está ruim porque alguém lançou um feitiço faz com que seu inconsciente lhe dê uma resposta "simplista" aos problemas que está passando. Se algum setor não vai bem, tenha certeza que você está agindo de modo errado. Pense nisso: que mal você poderia ter feito para que alguém lhe prejudique? Esta resposta pode ser considerada como um ponto de partida para que ocorra a transmutação das suas atitudes pessoais.
Tudo tem um extremo oposto (Yin - Yang da Filosofia chinesa) mas somos nós que temos o poder de decisão de qual extremo escolheremos para nossas vidas. Sabemos que tudo o que existe, existe em forma de energia. Sejam cósmicas, símbolos ou palavras. Somos responsáveis por nossas escolhas, colheremos os frutos dela.


7 comentários:

  1. Gostei da explicação...como é bom ler e saber as coisas .Boa matéria.

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  2. Ferdinando fala pro Pai Painho que macumba é Mara!

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  3. kkkkkk ↨↨↨↨↔↔↔↔ Dona JÔ morre de medo de macumba

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  4. Carlos Alberto De Moura28 de novembro de 2018 às 19:25

    Aula honesta e com muitos aprendizados.

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  5. muito interessante saber sobre o tema, jamais pensei que por trás da macumba tem tanta história de luta.

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  6. como é bom ler e aprender. matéria interessante. parabens prof.

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