domingo, 9 de setembro de 2018

URUTAU, A AVE FANTASMA

Não é fácil enxergar esta ave e menos ainda escutar o seu canto. Passa grande parte do dia estáticos sobre um tronco como se fossem parte dele, camuflados como casca de arvores ou folhas secas. Espera pacientemente que o sol se oculte no horizonte, para alçar voo e capturar insetos para sua alimentação.


O urutau (Nyctibius griseus), pássaro que em tupi-guarani significa ave-fantasma, durante o dia permanece totalmente imóvel sobre um tronco, um galho ou um mourão de cerca. À noite, faz ecoar um canto melancólico, parecido com um lamento humano. É um pássaro solitário e de hábitos noturnos que dificilmente se deixa ver.  Mede cerca de 37 cm de comprimento, 80 cm de envergadura e pesa entre 160 e 200 g (macho). Vive em bordas de florestas, campos com árvores e cerrados e é encontrado em países amazônicos. 
Pousado na ponta de um galho seco, fitando a lua e estremecendo a calada da noite, emite um canto bruxuleante que mais parece um lamento humano. Tem uma cabeça chata, olhos grandes e muito vivos, a boca rasgada de tal forma que os seus ângulos alcançam a região posterior dos olhos. A sua cor parda em tons de canela com riscas transversais e escuras permite-lhe adaptar-se perfeitamente ao galho da árvore, passando completamente despercebida. Este seu disfarce associado a uma perfeita imobilidade protegem-na dos seus predadores e permitem-lhe caçar as suas presas (besouros e borboletas) com uma grande facilidade. Sua silhueta e suas cores são merecedoras do título de ave mais camuflada do mundo. As vezes é difícil dizer onde começa a ave e acaba o galho. 
Seus enormes olhos e boca assustadora são usados como arma para afastar a maioria dos predadores. Durante o dia, eles fecham as pálpebras para esconder os olhos grandes, mas deixam uma "fresta" por onde consegue vigiar as redondezas. Assim, ele consegue se defender de qualquer estranho que se aproxime dele. 
Reproduz-se nos meses quentes, botando apenas um ovo,que é chocado pelo macho. O ovo tem aspecto camuflado, sobre uma concavidade em um galho. Não há construção de ninho e o filhote permanece sob as asas da mãe até seu tamanho atrapalhar o disfarce. A mãe passa se empoleirar em outro galho, próximo ao filhote, até que este aprenda a caçar sozinho.


Um comentário:

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