sexta-feira, 6 de julho de 2018

SECA! LÁ VEM ELA.... DESFILANDO NA PASSARELA...

A seca, como outros desastres, é um fenômeno de dimensões naturais, econômicas, sociais, técnicas e políticas. Ela avança lentamente, por isto é possível ter um monitoramento constante do déficit hídrico. As condições de escassez variam de uma área a outra, dependendo da vulnerabilidade dos sistemas expostos. 

A seca e a estiagem são fenômenos caracterizados pela ausência, escassez, frequência reduzida, quantidade limitada e má distribuição das precipitações pluviométricas durante as estações chuvosas. Os eventos afetam uma determinada região por um período relativamente grande, capaz de que produzir efeitos negativos em nível local, regional ou nacional, especialmente, nos setores agrícola e pecuário, propiciando o desenvolvimento e a propagação de pragas e pestes e, consequentemente, a perda de seres vivos. 
Está relacionada com a distribuição das precipitações pluviométricas e dos recursos naturais, principalmente de água, por isso, não ocorre de forma súbita e depende em grande medida da demanda de água que existe em um lugar. Do ponto de vista meteorológico, a seca é uma estiagem prolongada, caracterizada por provocar uma redução das reservas hídricas existentes. 
Pode-se classificar a seca como maior desastre ambiental do Brasil. E, diferentemente do que se costuma imaginar, os episódios de escassez de chuvas não estão restritos aos municípios do Nordeste; pelo contrário, ocorre por todo o país. De acordo com o IBGE praticamente a metade dos 5.570(48,6%) municípios brasileiros registraram algum episódio de seca. A maior parte deles se concentra no Nordeste, mas há municípios enfrentando escassez de chuvas em todas as regiões geográficas do país. No Sudeste ou no Sul, não temos aquela imagem clássica da seca, do rebanho sem alimento, da plantação esturricada. Nessas nessas regiões também temos episódios variados que resultam na chamada “crise hídrica”.
De acordo com Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, mais de 50% dos registros estão concentrados na região do Nordeste do país. Em segundo lugar, com 26,91% dos registros, está a região Sudeste. Há constatação de ocorrência de seca no Brasil desde o século XVI, a partir dos relatos do padre Fernão Cardim sobre a seca que afetou mais de 5 mil índios entre 1583 e 1585. E não somente o Nordeste é afetado pela seca, outros grandes eventos de seca ocorreram em 2004 a 2006 na região sul do Brasil; 2005 na região Amazônica; 2007 na porção norte de Minas Gerais; 2014 e 2016 na região Sudeste cujo impacto está associado à infraestrutura e planejamento dos setores responsáveis, decorrendo na mais grave crise hídrica enfrentada pela região. 

EFEITOS DA SECA SOBRE:

Ecossistemas 
  • Aumenta risco de erosão 
  • Aumento risco de desertificação
  • Aumenta risco de incêndios florestais 
  • Diminui a umidade 
  • Diminui fluxo dos rios e lagos 
  • Diminui o aporte de água nos estuários 
  • Deteriora a qualidade da água ao diminuir a capacidade de diluição 
  • Perda da fertilidade dos solos 
Setor agropecuário 
  • Diminui o rendimento dos cultivos e plantações 
  • Perda de colheita 
  • Dano e morte de animais 
  • Erosão e ressecamento do solo 
  • Baixa cota de irrigação 
  • Diminui reserva de alimento 
  • Aumento dos preços de produtos agrícolas 
  • Aumento do desemprego 
Outros setores 
  • Diminui geração das hidroelétricas 
  • Afeta todo setor industrial 
  • Afeta transportes fluviais 
  • Afeta abastecimento urbano 
  • Ocorre racionamento de água potável e energia elétrica 
  • Afeta condições de saúde e higiene 
  • Aumento de impostos, taxas 
  • Afeta todo os setores econômicos- desde produção e consumo 
Observe o esquema abaixo sobre alguns aspectos relacionados à vulnerabilidade de áreas suscetíveis à seca e estiagens frequentes. 


AÇÕES PARA DIMINUIR O IMPACTO DA SECA 
  • Construções de cisternas, açudes e barragens; 
  • Investimentos em infraestrutura na região; 
  • Distribuição de água através de carros-pipa em épocas de estiagem (situações de emergência); 
  • Implantação de um sistema de desenvolvimento sustentável na região, para que as pessoas não necessitem sempre de ações assistencialistas do governo; 
  • Incentivo público à agricultura adaptada ao clima e solo da região, com sistemas de irrigação.
  • Proteção as nascentes e olhos d'agua.
  • Reflorestamento com vegetação nativa
  • Reaproveitamento da água
  • Educação Ambiental

Referências Bibliográficas
  • O contexto global e nacional frente aos desafios do acesso adequado a água para consumo humano.
  • A seca enquanto um hazard e um desastre: uma revisão teórica. 
  • Os impactos potenciais das mudanças climáticas no funcionamento biogeoquímico dos ecossistemas de cerrado. 
  • https://bibocaambiental.blogspot.com/2012/05/o-que-e-seca-eou-estiagem.html#more 
  • https://bibocaambiental.blogspot.com/2013/03/brasil-cada-vez-mais-seco.html#more

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